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Pesquisa caracteriza poeira nociva
gerada em fabricação de cerâmica

RAQUEL DO CARMO SANTOS

Maria Margarida T. Moreira Lima: trabalho pode servir de base para medidas preventivas (Foto: Antoninho Perri)Pesquisa realizada na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) caracterizou a poeira gerada no processo de fabricação de materiais cerâmicos para revestimento. Segundo a autora da pesquisa, Maria Margarida T. Moreira Lima, seu objetivo foi quantificar as substâncias presentes na poeira que provocam a silicose, uma doença incapacitante que pode levar à morte. O trabalho pode servir de base para adoção de medidas de prevenção da silicose no setor, sejam elas de ordem administrativa ou de engenharia de processos, além de recomendações de proteção respiratória.

Quartzo foi identificado
em 72% das amostras

Maria Margarida explica que as informações sobre as características da poeira gerada nos processos de fabricação de revestimentos cerâmicos eram, antes da realização da pesquisa, insuficientes para definir a magnitude do risco da exposição ocupacional à sílica. Essa substância aparece nas mais variadas formas, sendo o quartzo a sua forma cristalina mais comum na natureza e, por isso, estando presente em quase todos os processos nos quais se utilizam matérias-primas de origem mineral. O Brasil possui legislação que estabelece os limites de exposição dos trabalhadores ao quartzo dependendo da sua porcentagem na poeira em suspensão nos ambientes de trabalho. “Há também o desconhecimento sobre a prevalência da silicose no setor”, revela.

O que a pesquisa contemplou inicialmente foi o estudo de diferentes setores da indústria de revestimentos cerâmicos de pisos e paredes, determinando assim os riscos envolvidos conforme as características da poeira existente em cada setor. “Para se concluir sobre o risco de aparecimento da silicose entre os trabalhadores, será necessário dar continuidade à pesquisa levando em consideração medições do tempo de exposição à poeira de quartzo”, esclarece a autora da pesquisa, que teve orientação da professora Gladis Camarini.

Pelo estudo, o quartzo foi identificado em 72% das amostras de poeira respirável analisadas. A avaliação permitiu, ainda, identificar que as etapas de moagem da argila, preparação de esmaltes das empresas e o engobe (tipo de esmalte usado para tornar a cerâmica impermeável) são os setores com poeira de maior risco de silicose para os trabalhadores.

Maria Margarida explica que nesses setores foram determinadas concentrações superiores ao valor-limite de exposição ocupacional para o quartzo de 0,04 miligrama por metro cúbico, adotado como de referência para o estudo. Por isso, a necessidade de se analisar a exposição dos trabalhadores às concentrações de poeira ao longo de toda a jornada semanal de trabalho.

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