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Os bancos e seus
balanços
na área da
responsabilidade social

RAQUEL DO CARMO SANTOS

Nos últimos anos as instituições privadas têm adquirido visibilidade com suas ações no campo da responsabilidade social. O setor bancário, especialmente, figura nas publicações especializadas como grandes investidores sociais. Mas de acordo com uma análise mais aprofundada dos relatórios e balanços dos bancos, feita pela economista Aline Aparecida Roberto, a dimensão das ações socialmente responsáveis não é transparente. “Os dados não são claros e falta objetividade. O que não acontece, por exemplo, com os balanços contábeis em que as contas são bem explicadas e os registros conferem com as informações”, argumenta. Ela defende que os bancos deveriam otimizar a disposição dos dados em seus balanços e relatórios sociais, com o objetivo de facilitar as comparações de valores e melhor prestar informações à sociedade.    

A pesquisa de mestrado intitulada Responsabilidade social empresarial: um estudo sobre as maiores instituições financeiras no Brasil contém uma avaliação pioneira dos indicadores de cinco bancos privados. Segundo Aline Roberto, a escolha deste setor ocorreu pelo fato de a categoria ter um papel significativo do ponto de vista do crescimento econômico do país, além de estar no cerne da discussão da responsabilidade social como estratégia de legitimidade num cenário de lucros exorbitantes. A expectativa da economista foi investigar o ambiente no qual a questão da cultura da responsabilidade social vem sendo formada, contemplando a dimensão interna, ou seja, as relações estabelecidas entre a empresa e seus empregados. A autora acredita que a Responsabilidade Social Empresarial é um processo que se desenvolve, necessariamente, “de dentro para fora”.

Durante a análise, orientada pelo professor Marcelo Weishaupt Proni, alguns aspectos constantes dos relatórios incomodaram a economista. Os dados analisados foram referenciados nas informações da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), por permitirem comparações. Entretanto, esclarece, não existe um rigor metodológico com relação ao que deve ou não se qualificado como investimento social nos relatórios das empresas privadas. Aline Roberto acredita que não deveriam constar como responsabilidade social os gastos com tributos e obrigações sociais, pois são obrigatórios. “Considero ações sociais aquelas que realizadas além do cumprimento da legislação”, justifica. Embora considere seu trabalho pioneiro nesta temática, a pesquisadora acredita estar contribuindo na orientação de uma metodologia mais eficiente para a disposição das informações nos balanços e relatórios sociais, especialmente do ponto de vista da comparabilidade dos dados, uma vez que consistem nos únicos e mais idôneos instrumentos de análise da real contribuição social das empresas privadas no Brasil.

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