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Jornal da Unicamp - Maio de 2000


Página 11

EVENTO
A fonte que não seca

Livro mostra como o Brasil, cujo nome foi extraído de uma biomassa, pode usar a energia renovável para se destacar dentro da economia globalizada

Aproximadamente 40% da energia primária consumida no Brasil vem do petróleo, 35% de hidroelétricas e 25% da utilização de materiais biológicos como lenha ou bagaço de cana – a biomassa. A iminente disseminação do gás natural no País (através do gasoduto vindo da Bolívia) embute o risco de predominância ainda maior do uso de combustíveis fósseis, com seus impactos, conhecidos e desconhecidos, ao meio ambiente. Além do que, são fontes que secam.

A crise energética não atingirá a humanidade hoje ou amanhã, mas é tão óbvia que a parte mais avançada do mundo político, econômico e científico vem dando especial atenção à criação de uma base política para o desenvolvimento sustentável. Os membros da União Européia e dos Estados Unidos já traçaram metas para o consumo variado e equilibrado de fontes de energia. E, nesta equação, tem peso crescente a produção de energia da biomassa, considerada a mais neutra em termos ambientais.

Industrial uses of biomass energy: The example of Brazil é um livro de autoria de Harry Rothman (da University of West of England) e Francisco Rosillo-Calle (do King’s College), que traz uma visão de fora sobre as vantagens que o Brasil teria se implantasse uma política coerente para a produção de energia de biomassa. Publicada pela Taylor & Francis, de Londres, e lançada na Unicamp em 30 de março último, a obra também reúne trabalhos dos pesquisadores Luís Augusto Barbosa Cortez, da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) e colaborador do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe), e Sérgio Valdir Bajay, do Departamento de Energia da FEM.

Conquistas e obstáculos

Harry Rothman afirma que nosso país tem uma chance única de se favorecer com a geração de energia de biomassa, em caso de competição na economia global, valendo-se das condições geográficas e climáticas particulares. O autor apresenta um balanço das conquistas já obtidas na área pelo Brasil e mostra os obstáculos a serem vencidos para a implantação do uso industrial desse tipo de energia, com investimentos em tecnologias modernas.

À crítica de que se exige muita biomassa para obtenção de pouca energia, o que eleva os custos de produção, Rothman retruca com o que chama de externalidades. "O petróleo, por exemplo, parece vantajoso, mas não entram em seu preço final a poluição atmosférica e os danos ambientais provocados por vazamentos como o da Baía da Guanabara. Ignorando essas externalidades, criamos um quadro em que a solução tecnológica ruim aparenta ser a correta. Se calcularmos o custo verdadeiro, veremos que a capacitação técnica para o uso da biomassa é muito mais favorável", argumenta o pesquisador inglês. Estima-se que o Brasil desperdiça pelo menos 15 milhões de toneladas/ano de resíduos florestais.

Apesar disso, Luís Cortez, da Unicamp, admite que o índice de 25% na produção de energia da biomassa no país é razoável - patamar mantido graças ao incremento do bagaço de cana para compensar a diminuição da lenha e do carvão. Ainda mais se este percentual for comparado à meta de 12% estabelecida na União Européia ou ao recurso utilizado pelos Estados Unidos, que dão importância estratégica para a adição de álcool de milho à gasolina. "Costumo realçar que, se somarmos todos os programas de energia renovável da Europa, não dá um Proálcool", afirma o pesquisador do Nipe.


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