Leia nesta edição
Capa
Espaço sensível
Fundos setoriais
Solvente
Hipertensos
Infecção silenciosa
Memória viva
Tv interativa
Cartilha sobre alunos
   com deficiência
Reagente verde
Nanotubos de carbono
Painel da Semana
Oportunidades
Teses
Unicamp na mídia
Livro da Semana
Portal da Unicamp
Extração natural
Ensaios
 

8

Hipervídeo permite que usuário obtenha
informações adicionais abrindo “janela” no aparelho

Pesquisador desenvolve TV interativa com acesso à Web

JEVERSON BARBIERI

André Leon Gradvohl, autor da teses de doutorado: pesquisador desenvolveu protótipo baseado em software livre (Foto: Antoninho Perri)Um novo conceito de TV interativa por meio do hipervídeo, no qual é possível obter informações complementares sobre determinado objeto que esteja em cena, foi o tema da tese de doutorado de André Leon Gradvohl. Ele desenvolveu um protótipo baseado em software livre, capaz de permitir ao usuário o acesso simultâneo à televisão e à internet.

Trabalho foi iniciado com tevê analógica

A idéia, segundo André, surgiu no projeto de mestrado, em 1997, realizada no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). O objetivo era utilizar o poder da web e, de alguma forma, integrar isso com a televisão, criando dessa maneira uma nova proposta de interação. O trabalho foi iniciado com a TV analógica. Porém, naquela época, segundo o pesquisador, já se falava em TV digital. O objetivo, portanto, foi o de estender o trabalho para a tecnologia digital.

O projeto de doutorado, intitulado TV interativa baseada na inclusão de informações hipermídia em vídeos no padrão MPEG, teve início na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp, em 2000, sob a orientação do professor Yuzo Iano. O objetivo, à época, era tornar a televisão um browser e, a com base nas informações fornecidas, aprofundar o conhecimento, ou seja, poder navegar na web a partir de um aparelho de TV.

A partir de um software da TV digital, que é um codificador e decodificador, o pesquisador desenvolveu um protótipo incluindo uma estratégia para inserção de informações hipermídia. De acordo com André, isso significa que na hora que o programa está sendo transmitido é possível inserir essas informações. Ele cita como exemplo uma corrida de Fórmula 1. “Posso alimentar uma base de dados com históricos de todos os pilotos, equipes, patrocinadores e, à medida que a prova vai sendo transmitida, o usuário pode, ao clicar em qualquer parte da imagem, obter as informações sobre o objeto escolhido na cena”, explica.

Isso possibilitará ao usuário, quando a transmissão não estiver agradando, poder navegar na internet sem perder a noção do que está sendo transmitido pela TV. André analisa isso como sendo a forma mais simples desse protótipo. “É possível incrementá-lo, por exemplo, criando um chat para conversas on line. Assim, teremos a verdadeira TV interativa”. O chat poderá criar um canal de interação e discussão, capaz de alterar programação à medida que ela está ocorrendo. O diretor do programa pode, de acordo com o conteúdo das conversas, direcionar a programação, inclusive a sua linguagem. O objetivo é fazer com que a televisão seja o mais interativa possível.

Além disso, um dos grandes problemas que Gradvohl enxerga na internet é que as pessoas não sabem navegar e nem para onde navegar. Isso significa que dificilmente elas poderão detectar a confiabilidade de um determinado conteúdo. Em um programa de rede nacional, por exemplo, ao qual milhares de pessoas têm acesso, se o conteúdo não for confiável a emissora perderá credibilidade. O pesquisador vê nessa tecnologia um grande potencial para a questão da educação a distância.

A grande vantagem, segundo André, é que a televisão é um aparelho doméstico presente em quase todos os lares, além do que o protótipo tem um custo muito baixo. Segundo o pesquisador, qualquer aparelho pode receber uma pequena caixa, que nada mais é do que uma CPU com pouquíssimos recursos e um HD de pequenas proporções capaz de guardar apenas as informações instantâneas. Desde o início, o objetivo principal sempre foi conceber um protótipo simples, visando atingir a maior parte da população de forma rápida, sem perder a compatibilidade com o que existe, que são os padrões de codificação e decodificação.

Porém, nada impede que o aparelho seja incrementado. Uma das vertentes do projeto é fazer essa convergência de TV e internet em um dispositivo único, para que o usuário não necessite comprar outros equipamentos. “O máximo seria acoplar um mouse e um teclado. Porém, de maneira simples, para acessar a web apenas para colher informações, uma solução prática seria utilizar o próprio controle remoto”, explica André.

Até o final desse ano o Brasil deverá definir o padrão de televisão digital que deverá adotar. Após essa definição, o software sofrerá uma pequena modificação para ser compatível com o modelo escolhido. O protótipo foi desenvolvido no padrão mpeg2, que é a base para vários outros padrões. “O nosso pensamento foi de desenvolver um produto simples, de baixo custo e de padrão aberto para que qualquer pessoa tivesse acesso, podendo inclusive propor mudanças”, finaliza o pesquisador.

SALA DE IMPRENSA - © 1994-2005 Universidade Estadual de Campinas / Assessoria de Imprensa
E-mail: imprensa@unicamp.br - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP
Exercícios na água (Foto: Antoninho Perri)Para o Mínimo voltar a ser Grande (Foto: Antoninho Perri)Ilha dos hemafroditas (Foto: Divulagação)Processamento do presunto cru (Foto: Antoninho Perri)Fim à gasolina adulterada (Foto: Antoninho Perri)