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Fisioterapeuta funde
técnicas no tratamento de ATM


RAQUEL DO CARMOS SANTOS

Um tratamento realizado pela equipe do Centro de Saúde da Comunidade (Cecom) da Unicamp tem alcançado bons resultados para a Disfunção da Articulação Têmporomandibular (ATM) – articulação localizada na face, responsável por nada menos que 1.500 movimentos diários. A proposta envolve técnicas avançadas de eletroestimulação neural transcutânea – com aparelho denominado Tens – seqüência de exercícios de fisioterapia por um período de quatro a seis meses (dependendo do grau da disfunção) e acupuntura. A ATM atua como aliada em movimentos coordenados na face. Quando não é feita em harmonia, ocorrem problemas como dor de cabeça intensa na região frontal, temporal e no fundo dos olhos, além de dores no pescoço, ânsia, náusea, vertigem e, principalmente, a má postura.

Como a resposta ao tratamento realizado desde 1999 no Cecom tem sido satisfatória, na avaliação da fisioterapeuta Renata Cristina Di Grazia, o trabalho inspirou o desenvolvimento de sua dissertação de mestrado “As alterações posturais relacionadas com a Disfunção de Articulação Têmporomandibular e seu tratamento”. O estudo foi apresentado, em fevereiro, na Faculdade de Educação Física e orientado pela professora Antônia Dalla Pria Bankoff.

Para a pesquisa, Renata selecionou dez pacientes que realizaram tratamento nos anos de 2001 e 2002, com sintomas comuns de dor constante e má postura, na faixa etária de 27 a 50 anos. Ao final dos exercícios e da eletroterapia, 90% dos pacientes estavam totalmente sem dor e com a postura corrigida. Somente um dos selecionados não alcançou a cura, pois o problema estava associado a uma hérnia de disco e, portanto, necessitava de outro tipo de procedimento. Mesmo assim, o paciente, ao final das sessões de fisioterapia, não apresentava dor intensa e melhorou a postura em 70%.

Para um diagnóstico preciso, a fisioterapeuta aplicou um protocolo de verificação sobre o histórico médico e odontológico, fez avaliação postural e recorreu a exames computadorizados sofisticados, como por exemplo a baropodometria, realizados em equipamentos do Laboratório de Eletromiografia e Biomecânica da Postura da Faculdade de Educação Física, em todos os pacientes. A partir da detecção do problema, Renata usou o aparelho de esletroestimulação (Tens) com modulação de 100 Hz/100ms por 20 minutos nos pontos de dor, alternando a modulagem para o fortalecimento do músculo e associou seqüência específica de exercícios semelhantes para os dez pacientes de alongamento, relaxamento e fortalecimento. Nestes pacientes que foram descritos na dissertação, Renata não utilizou técnicas de acupuntura.

Diagnóstico difícil – Por ser determinada por múltiplos fatores, Renata explica que o problema nem sempre é de fácil detecção. “Seu diagnóstico e tratamento, por exemplo, inclui diferentes especialidades como a odontologia, fisioterapia, medicina, psicologia e educação física”. Ela esclarece que, em geral, os sintomas não aparecem simultaneamente e isto faz com que o indivíduo portador da disfunção recorra a outras especialidades para tratamento isolado do problema, não o atacando em sua raiz. “As pessoas procuram este tipo de tratamento somente quando esgotaram todas as possibilidades de diagnóstico”.

Segundo Renata, o problema pode ser provocado pela diminuição do espaço entre as artérias vertebrais e a conseqüente diminuição do fluxo sangüíneo, por isso os sintomas de dores de cabeça ou enxaqueca podem ser facilmente confundidos com sinusite.

Ao longo de cinco anos no tratamento da disfunção em professores, funcionários e estudantes da Unicamp, Renata já atendeu mais de 600 pacientes e atualmente 35 encontram-se em tratamento. Em alguns casos, pôde observar que outro fator importante relacionado à disfunção é o estresse. Nestes casos, a fisioterapeuta também encaminha para o setor de psicologia ou psiquiatria para o tratamento adequado.

 

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