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Quem defende o setor público?

A entrevista do presidente Luiz Marinho a Clayton Levy, nesta edição, espelha bem a situação de incerteza a que foi relegado o servidor público nos dias atuais. Satanizado pelo governo, como bem lembrou o professor Octavio Ianni na edição passada, vilanizado pelo mercado e “cristianizado” por parte considerável do Legislativo (quantos deles, eis a questão), só lhe faltava mesmo ser abandonado pelos centrais sindicais.

A posição da Força Sindical está fora de qualquer racionalidade: tudo o que seus líderes parecem desejar é a política de terra arrasada no setor público, a começar pela Previdência. Sem comentários. O presidente da CUT busca equilibrar-se na ambigüidade de posições que se modificam de acordo com a passagem do andor (ou do caixão), ora a favor de um teto previdenciário mínimo para todo mundo, ora a favor da preservação da integralidade para os atuais servidores, embora não dos futuros. Tenta, ao menos, buscar um ponto de equilíbrio que o faça minimamente representante de uma categoria que, afinal de contas, não é tola, tem um grau elevado de politização, deu ossatura à CUT e ajudou a fundar o partido que está no governo.

Assim postas as coisas, a defesa dos servidores ficou restrita ao próprio setor público – sobretudo o Judiciário e as Universidades –, não por razões corporativas, mas porque parecem ser o único disposto a alertar para o perigo do desmonte do Estado; e também para o escárnio moral que é culpar e penalizar trabalhadores que não inventaram o regime previdenciário, acreditaram nas carreiras para as quais foram atraídos, traçaram planos de vida a partir de regras estabelecidas e cumpriram até aqui os termos do contrato social que, agora, sofre a ameaça do distrato.

Felizmente, a conturbada apresentação do relatório da reforma pelo presidente da Comissão Especial, na última quinta-feira, não foi ainda o fim da história. Algumas centenas de emendas terão de ser analisadas e votadas nos próximos meses pelos 511 deputados da Câmara Federal, com boa possibilidade de que o projeto venha a ser alterado e amenizado. Para que o governo ganhe cada parada, e serão muitas, necessitará de 308 votos a cada batalha, isto é, de três quintos do total de parlamentares. Queremos crer que, até lá, muitos farão sua reflexão e sua correção de rota.

 

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