| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 384 - 17 a 31 de dezembro de 2007
Leia nesta edição
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500 patentes
Creme para diabéticos
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Livro da semana
Novo laboratório
Um aluno na batuta
 


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Biólogo projeta impacto provocado por
mudanças climáticas na Mata Atlântica

RAQUEL DO CARMO SANTOS

Mapa (abaixo) desenvolvido pelo autor do trabalho projeta os efeitos das mudanças climáticas sobre a área de ocupação de espécies arbóreas da Mata Atlântica (Foto: Antônio Scarpinetti)A área de ocupação de 37 espécies arbóreas da Mata Atlântica brasileira seria reduzida em média 25%, nos próximos 50 anos, caso a temperatura aumentasse em torno de 2º C em razão do aquecimento global. Se for considerado um aumento maior da temperatura, de 4ºC, por exemplo, a perda calculada seria em média de 50%. O cenário é apresentado pelo biólogo Alexandre Falanga Colombo em sua dissertação de mestrado desenvolvida no Instituto de Biologia (IB). Trata-se do primeiro estudo feito no país na área de modelagem preditiva relacionada às mudanças do clima para a Mata Atlântica.

Estudo é o primeiro do gênero feito no país

O biólogo foi orientado pelo professor Carlos Alfredo Joly. Colombo lançou mão de ferramentas como mapas e algoritmos com o objetivo de dimensionar as probabilidades de redução de áreas das espécies como conseqüência do aquecimento global. Ele estudou 37 espécies e, para cada uma, traçou três cenários diferentes: a situação atual e as previsões otimistas e pessimistas para os próximos 50 anos. “É provável que haja uma real diminuição da área potencial de ocorrência dessas Mapa das áreas prioritárias : a) distribuição atual; b) cenário otimista (aumento menor ou igual a 2º C); c) cenário pessimista (aumento menor ou igual a 4º C)  (Ilustração/Divulgação)espécies, mas a idéia é contribuir para mostrar o tamanho do problema e propor algumas soluções possíveis para minimizar as conseqüências”, analisa o biólogo.

Segundo ele, os resultados apontam um deslocamento das áreas de vegetação para áreas mais frias, entre as quais, por exemplo, a Região Sul. A questão, no entanto, é que a fragmentação impede esse deslocamento natural. “Em razão da grande fragmentação dos remanescentes florestais e da modificação do uso do solo pelo homem, a tendência é que o problema se agrave ainda mais nos próximos anos”.

Colombo defende várias ações que poderiam evitar a redução das áreas verdes remanescentes. Algumas dessas propostas seriam o estabelecimento de corredores de vegetação, o aumento das áreas de proteção ambiental e melhor fiscalização da devastação, além de programas de manejo para as matas ciliares. O biólogo acredita que este tipo de ação poderá minimizar o impacto das mudanças climáticas. “Não que o quadro seja de fim do mundo, mas é necessária a adoção de políticas que contemplem os fenômenos mais recentes”, avalia.

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