| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 384 - 17 a 31 de dezembro de 2007
Leia nesta edição
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500 patentes
Creme para diabéticos
Patente com marca registrada
Água na agricultura
Lançamento
Niemeyer
Mata Atlântica
Filmes de diamantes
Farinha de arroz
Controle da Dengue
Estação Guanabara
Painel da semana
Teses
Livro da semana
Novo laboratório
Um aluno na batuta
 


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Patente com marca
registrada é transferida

RAQUEL DO CARMO SANTOS

O professor Wilson Jardim, do IQ: eficiência dez vezes maior na remediação de áreas contaminadas (Foto: Antoninho Perri)A Unicamp realiza, pela primeira vez, a transferência de uma patente já com a sua marca registrada. Trata-se de tecnologia de reagente químico com a marca Fentox e Fentox TPH, desenvolvida na Universidade e licenciada para produção e comercialização pela Contech Produtos Biodegradáveis, empresa instalada em Valinhos, na região de Campinas.A tecnologia, desenvolvida nos laboratórios do Instituto de Química (IQ), pelo professor Wilson Jardim e pelo pesquisador Juliano de Almeida Andrade, permite a destruição de compostos tóxicos em áreas contaminadas.

A empresa já havia licenciado, em setembro último, uma patente de autoria do professor Oswaldo Alves, também do IQ. O processo desenvolvido no Laboratório de Química do Estado Sólido minimiza os efeitos dos corantes sobre o meio ambiente. “Naquela época, já começamos a analisar outras tecnologias com potencial de mercado na área ambiental para investimentos em abertura de novos mercados. Por isso, nosso interesse em tecnologias com impacto inovador”, destaca o coordenador de pesquisa do Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Contech, Ricardo de Lima Barreto.

A expectativa da empresa especializada em soluções para o tratamento de processos na indústria de papel e celulose é colocar a tecnologia recém-licenciada no mercado em um curto espaço de tempo. Pelo previsto em contrato, a Contech teria dois anos para produzir e comercializar os produtos. Segundo Barreto, entretanto, as equipes trabalharão no sentido de reduzir “consideravelmente” este prazo. “Temos um plano de trabalho e várias etapas até que se consiga oferecer o produto ao consumidor, mas as pesquisas que licenciamos já estão em fase avançada de testes, o que facilita bastante o processo”, avalia Barreto.

A Contech atua no país desde a década de 1990 e responde por aproximadamente 70% do mercado brasileiro no fornecimento de produtos químicos e sistemas para o tratamento de vestimentas na fabricação de papel e celulose. Atua em países da Europa e América do Sul. Segundo Ricardo de Lima Barreto, o relacionamento com a Unicamp tem se intensificado nos últimos anos. “Só neste ano, licenciamos duas patentes com a Universidade. A tendência é estreitar ainda mais as relações”.

Ricardo de Lima Barreto, coordenador de pesquisa da Contech: em busca de tecnologias inovadoras (Foto: Divulgação)Para Vera Crósta, agente de parcerias da Inova Unicamp, a rapidez na negociação do segundo licenciamento só foi possível porque estava estabelecida uma relação de confiança entre a empresa e a universidade. Segundo ela, para a universidade esta aproximação é interessante porque promove a formação de alunos conectados com o mercado. Enquanto a vantagem para a empresa é maior segurança no desenvolvimento do produto. “Associado ao licenciamento, haverá o desenvolvimento completar da tecnologia”, explica.

Patente e marca – O licenciamento de uma patente associada a uma marca é inédito na Unicamp. Segundo Vera Maria Duch Crósta, as negociações com a indústria geralmente envolvem apenas a transferência do produto. Neste caso, em especial, o registro da marca foi feito porque o reagente químico já havia sido batizado pelos autores da invenção.

A idéia de dar nome ao produto, conta o professor Wilson Jardim, surgiu durante o desenvolvimento da pesquisa a partir do peróxido de hidrogênio, substância convencional utilizada para descontaminação de áreas. “O que fizemos foi otimizar a reação de um grande químico chamado J.J.H. Fenton para os derivados de petróleo e, por isso, nada mais justo do que homenagear o autor dos primeiros trabalhos com tecnologias oxidantes. Ele descreveu a experiência em 1894. Foram resgatados mais de cem anos de conhecimento”.

O Fentox e o Fentox TPH, aliados ao peróxido de hidrogênio, possuem uma eficiência dez vezes maior para a remediação de áreas contaminadas. O Fentox é mais direcionado à descontaminação de substâncias líquidas, enquanto o Fentox TPH age, basicamente, nos solos. Além de mais barato que os métodos convencionais, os produtos são biodegradáveis e não deixam rastro de aplicação por causa da decomposição, o que favorece a aceitação pelas agências de proteção ambiental. Os compostos podem atuar de 12 a 24 horas, evitando-se o gasto extra do peróxido de hidrogênio.

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