Básico I, o coração do campus, está novo em folha

O prédio do Ciclo Básico I está de cara nova. Considerado um dos principais símbolos da vida estudantil no campus, o local acaba de passar por uma grande reforma que, sem descaracterizar o projeto original, dotou as instalações de modernas ferramentas de apoio ao ensino. São seis anfiteatros, sendo dois para 140 e quatro para 180 alunos, oito salas de aula para 90 alunos e quatro para 70, todos com baixo nível de ruído e ar-condicionado. Cada sala tem micros com multimídia, sistema de som, telas retráteis para projeção, lousas deslizantes e bancadas especialmente projetadas para demonstrações. A inauguração acontece nesta segunda-feira (19).

Anfiteatros e salas serão referência no campus

O reitor Carlos Henrique de Brito Cruz considerou a reforma um marco importante na vida acadêmica da Unicamp. "Com essa obra, o Ciclo Básico passa a ser uma referência para todas as salas de aula do campus", disse. Segundo ele, a iniciativa faz parte de uma estratégia para manter a qualidade de ensino oferecida pela instituição.

O trabalho foi coordenado pelo professor Marco Aurélio Pinheiro Lima, do Departamento de Eletrônica Quântica do Instituto de Física. "Cumprimos nossa missão porque houve um grande envolvimento da equipe encarregada de conduzir a reforma", ressalta. Para Lima, a reforma, que inclui a instalação de equipamentos de última geração, permitirá melhores condições de aprendizado e ensino para alunos e professores do Ciclo Básico.

O investimento para a reforma resultou do Programa de Expansão de Vagas na Graduação, aprovado pelo Conselho Universitário em dezembro de 2002. Os recursos foram aprovados pela Assembléia Legislativa do Estado, após proposta elaborada conjuntamente pelos reitores das três universidades paulistas e o governo do Estado de São Paulo. O mesmo investimento permitiu à Unicamp criar 360 novas vagas a partir de 2003, um aumento de 15% em relação a 2002. "Em 2004 ofereceram-se duas vezes mais vagas no vestibular em relação àquelas oferecidas quando começamos a realizar o vestibular próprio, em 1987", destaca o reitor.

Coração - O prédio do Ciclo Básico confunde-se com a própria história da Unicamp. Inaugurado em 28 de julho de 1972, o espaço reflete o que o fundador da universidade, Zeferino Vaz, tinha em mente ao conceber o projeto da instituição. Já em 1966, ele expõe sua idéia num documento enviado ao Conselho Estadual de Educação. Para Zeferino, a Cidade Universitária deveria ter um "cuore" (coração) através de uma praça central circular de grandes dimensões, em cujo perímetro se construíssem os edifícios dos institutos e faculdades. Embora a área ocupada pelas unidades de ensino e pesquisa tenha se expandido para além desse marco central, a chamada Praça do Básico permanece até hoje como o "coração" do campus, ressoando a pulsação da vida acadêmica.

Além da finalidade acadêmica, o Ciclo Básico é historicamente o ponto de reunião de alunos, professores e funcionários em diversos eventos de cunho cultural e político. Tem sido palco de inúmeras manifestações que marcaram a vida estudantil. Por essa razão, transformou-se num verdadeiro símbolo da Unicamp, com atmosfera própria. Não por acaso já abrigou e abriga importantes locais de estudo e decisão, como a Biblioteca Central, a Associação dos Docentes da Unicamp e o Arquivo Central. Atualmente abriga o Serviço de Apoio ao Estudante, o Centro de Memória, o Sindicato dos Trabalhadores, a Associação de Pós-Graduandos, o Serviço de Segurança do Trabalho e o Centro Estadual de Educação Supletiva.

Por tudo isso, os 7.000 metros quadrados do Básico I, abrigando duas alas com formato circular interligadas por uma passarela, estão entre os principais pontos de referência do campus. A reforma completa é um esforço iniciado em 2002, quando foi construído um anexo ao Básico II, de 800 metros quadrados, com suas nove salas de aula e 300 microcomputadores.

O Ciclo Básico I é referência para os alunos também porque ali se instalou o Serviço de Apoio ao Estudante (SAE), que atua em várias frentes de assistência estudantil. Esta se dá por meio do gerenciamento de bolsas, orientação educacional, jurídica e psicológica; da assistência social; de apoio a projetos acadêmicos e sociais; e do programa de intercâmbio de estudantes. É também o órgão responsável pela gestão de estágios para os alunos de graduação. Para tanto, mantém contato contínuo com empresas para captação de novas ofertas.

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