Pesquisa investiga o caminhar na cidade

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pessoas entre estruturas de concreto e cimento

Na intersecção entre a dança e o planejamento urbano, Laís Rosa investiga o caminhar na cidade como prática estética e ação dançante. “Normalmente, andamos para ir aos lugares. Quando usamos o caminhar como prática artística, nos preocupamos com o processo, como o que acontece enquanto se caminha”, contou. Estudante do quinto ano do Instituto de Arte (IA) da Unicamp, Laís desenvolve iniciação científica sob orientação da professora Ana Maria Rodriguez Costas e foi selecionada para a “Conferência Walk21”, que acontecerá em Bogotá, na Colômbia, entre 15 e 19 de outubro. 

Organizado anualmente desde o ano 2000 pela instituição internacional de defesa do direito de caminhar Walk21, o congresso reúne pesquisadores, profissionais e ativistas de diversas áreas, interessados em pensar cidades mais sustentáveis e, sobre tudo, caminháveis. “Eu acredito que a dança tem a contribuir para o planejamento urbano”, afirmou Laís, que dividirá a mesa Visiones sobre ciudades caminables com secretários de transportes e outros profissionais de políticas públicas.

mulher fala com papel na mão
Laís Rosa em oficina na Unicamp

“Caminho para investigar do que se trata esse caminhar como ação dançante, mas também com intuito de procurar na cidade lugares onde se possa fazer dança”, explicou. Laís desenvolve sua pesquisa na cidade de Paulínia, mais especificamente na região do polo cinematográfico, conjunto de estúdios construídos entre 2007 e 2009, que, de acordo com a pesquisadora, encontra-se em total abandono. “É uma metáfora da cultura da cidade. Espaços culturais que têm muito potencial estão abandonados, da mesma forma como a cultura está abandonada. Pouco se produz lá”, relatou.

Para a pesquisadora, além de ser uma coisa prazerosa, caminhar possibilita experimentar a vida e a cidade de outro jeito. “Quando saímos do carro e botamos o pé na rua, perdemos tempo, mas ganhamos o espaço da cidade. Construímos outras relações com a cidade e construímos outras cidades, nessa relação entre corpo e espaço urbano”, ressaltou.

grupo de pessoas atravessa passarela de pedestres
Grupo caminha em Paulínia conduzido por Laís

Segundo Laís, entender o caminhar como expressão estética é também uma forma de democratizar a própria dança. “A dança não é só para corpos atléticos e virtuosos, é também para o cidadão comum”, pontuou.

Preocupar-se com o caminhar enquanto se caminha, nas investigações de Laís, é estar aberto para perceber a cidade. “Sensações que o vento provoca, maravilhamentos com algumas imagens, ou algo que passa por você que cotidianamente e você não daria muita importância, mas você se permite parar e prestar atenção, se dar tempo”, afirmou.

A iniciação científica de Laís, que contou com o apoio do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica (Pibic) da Unicamp e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), está sendo desenvolvida a partir de caminhadas da pesquisadora sozinha e em grupos. No próximo sábado (6), a pesquisadora promoverá a prática artística Andanças Guiadas, em duas sessões uma às 10 horas e outra às 16h, com ponto de encontro no Shopping de Paulínia. O evento é aberto.

cartaz

 

Imagem de capa
Laís Rosa caminha em Paulínia

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