Edição nº 551

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Jornal da Unicamp

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Campinas, 25 de fevereiro de 2013 a 03 de março de 2013 – ANO 2013 – Nº 551

Os candidatos têm a palavra


DESAFIOS

Nesta e nas próximas oito páginas, os quatros reitoráveis expõem os principais pontos de seus programas nas áreas  do ensino, da pesquisa e das relações sociais, a partir de perguntas formuladas pelo Jornal da Unicamp

Em sua opinião, quais os principais desafios que serão enfrentados pela Unicamp nos próximos anos? Como superá-los? 

Edgar Salvadori De Decca Nós, da chapa “Unicamp: compartilhe!”, propomos a toda a comunidade universitária um programa de gestão alicerçado em compromissos fundamentais para os próximos anos: 1) Redirecionar a atuação da Unicamp como instituição protagonista no cenário local, nacional e internacional. Devemos ultrapassar o atual quadro de conhecimentos fragmentários em prol de temas amplos de relevância contemporânea; 2)Sem prejuízo dos convênios vigentes, em particular com a Europa e América do Norte, propomos uma internacionalização soberana e independente, que seja pró-ativa em relação a parcerias em projetos de desenvolvimento com justiça social, na Ásia, África e América Latina, valendo-se de acordos e cooperações já vigentes, mas criando novos eixos em parceria com o Estado brasileiro e com instituições internacionais;

3) Inclusão social e étnica com qualidade, eis nosso desafio e compromisso, através de uma intervenção pró-ativa da Unicamp no ensino público fundamental e médio de toda a região de seus campi; 4) Revalorizar nossos recursos humanos, docentes, discentes e técnico-administrativos com respeito e diálogo será nossa tarefa permanente. Para os professores, entre outros aspectos, a Unicamp deve rever em profundidade o modelo atual de avaliação docente. Convidamos os servidores para um tempo de respeito e diálogo – e para isso propomos uma mesa permanente de diálogo e análise sobre disfunções internas e externas da carreira, e os meios viáveis de sua solução. Para os estudantes, temos como meta a ampliação de vagas na graduação, além de uma revisão da política da moradia estudantil;

5) A Unicamp deve voltar a liderar as inovações no ensino superior. Valorizar e viabilizar a criação de novos cursos multi-intertransdisciplinares de graduação e pós-graduação. Atuar nas agências de fomento para ajustá-las a esta pauta, e não o contrário, este deve ser nosso propósito como Universidade de excelência; 6) Revitalização da convivência cultural e didática no período noturno, do Ciclo Básico às bibliotecas e outros equipamentos. Vamos atuar junto ao poder público municipal e estadual para estabelecer novos meios transporte, inclusive o projeto de um trem urbano, entre a região ampliada do distrito de Barão Geraldo e o campus; e 7) Esses compromissos somente poderão ser efetivados se os campi se converterem em espaços públicos de cultura, arte, conhecimento e vida.

José Cláudio Geromel Estamos perdendo o fôlego e o ímpeto do passado. Em consequência, entre outras tantas dificuldades, para além dos assuntos acadêmicos e científicos, todos são obrigados hoje a suplantar dificuldades decorrentes de uma burocracia pesada. O número de alunos aumenta, o de docentes diminui em muitas unidades.

Propomos: a) Implantar uma gestão que imponha total transparência em todos os seus atos. A transparência deve compreender a parte financeira e ir além dela, expondo com clareza todos os atos de gestão; b) Elaborar um plano diretor para estabelecer os usos e a ocupação dos espaços físicos da Universidade. Isto exige a instalação de uma Agência de Urbanismo e Meio Ambiente que tratará também da poluição, da coleta do lixo, dos resíduos sólidos e tóxicos, da reciclagem e do equilíbrio do ecossistema; c) Colocar a administração a serviço de todos, com o objetivo de dar maior autonomia às unidades, simplificando ao máximo os procedimentos administrativos, abolindo os vícios burocráticos. d) Estabelecer parcerias equilibradas com outras universidades e centros de pesquisa nacionais e internacionais; e) Adotar a isonomia de vencimentos globais entre os servidores das três universidades públicas paulistas, olhando o orçamento de forma responsável; e f) Dialogar constantemente com todas as unidades de ensino e pesquisa da Universidade de maneira a apoiar aquelas que já apresentam resultados de alta qualidade e estimular a melhoria daquelas que não tenham ainda respondido aos critérios reconhecidos de excelência. Projetos de natureza interdisciplinar serão incentivados.

Estas propostas envolvem grandes mudanças em paradigmas que exigem urgente enfrentamento. Com novos paradigmas, metas factíveis serão estabelecidas e verificadas no decorrer do tempo. Com eles, emergirá uma nova forma de gestão na qual suas atividades-fim caibam de forma orgânica num modelo claro da Universidade que queremos: humanista, acadêmica, democrática e com real protagonismo na vida científica, intelectual e cultural do país.

José Tadeu Jorge A Unicamp tem uma história que a coloca entre as melhores universidades do Brasil e da América Latina, e que a projeta no cenário internacional da produção de conhecimento.  Um novo passo nessa história vai depender de decisões a serem tomadas agora e que mostrem que a Unicamp pode expandir sua capacidade de formar profissionais e pesquisadores para atuar como cidadãos responsáveis e conscientes, e de gerar conhecimento novo nos diversos domínios da ciência, da filosofia e das artes. E isso só pode ser feito se a Universidade enfrentar os desafios de hoje no âmbito do ensino de graduação e pós-graduação, no campo da pesquisa e na ampliação de suas relações com a sociedade, articulando-os com as projeções sociais e políticas da vida brasileira atual. O sucesso desse projeto garantirá seu lugar no futuro das relações multilaterais da política científica internacional. Nos itens que se seguem, apresentamos algumas das nossas propostas para enfrentar esses desafios.

Mario José Abdalla Saad
Destacamos quatro desafios: apoio à graduação; programas de inclusão social; desburocratização; e recursos humanos. Quanto ao primeiro, além da melhoria da infraestrutura em todos os campi e substituição de docentes devido à aposentadoria, pensamos em uma série de ações no sentido de valorizar o ensino de graduação. Em nosso programa podem ser identificadas mais de 30 propostas para a graduação. Para nós, é muito claro que o ensino de graduação é a base de todas as ações da vida universitária. Em relação ao segundo ponto, vamos aprimorar e ampliar dois programas de sucesso: o PAAIS e o ProFIS. Nosso desafio imediato será encaminhar a discussão sobre os programas de inclusão com mérito no âmbito da Unicamp e posteriormente implantar o que a Universidade decidir.

Com relação ao terceiro ponto, estamos convencidos de que precisamos fazer uma profunda análise dos procedimentos administrativos, com vistas a melhorar a organização de trabalho e aperfeiçoar o fluxo de qualquer tipo de processo, diminuindo as instâncias com manifestação obrigatória. É necessário ainda fornecer apoio significativo para os procedimentos administrativos importantes, criando escritórios de suporte nas Unidades, para que os docentes possam se dedicar efetivamente às suas atividades-fim.

É importante destacar ainda que precisaremos realizar diversas ações no que diz respeito à política de recursos humanos: rever as carreiras dos funcionários, os processos de avaliação, trabalhar no sentido de ter um regime único (Esunicamp), bem como buscar a isonomia salarial com a USP.  A Unicamp é o que é graças às pessoas que aqui trabalham e estudam, e, portanto, a sua qualificação, a sua satisfação profissional e o seu bem-estar devem estar entre as prioridades da administração.


Vista área do campus da Unicamp no distrito de Barão Geraldo: candidatos apontam os principais desafi os da Universidade