..Campinas, 23 a 29 de abril de 2001

A medicina fetal é uma área que vem se notabilizando pelos grandes avanços e cuidados à saúde do feto. Ramificação da Obstetrícia, ela atua junto a outras disciplinas, principalmente em estudos iniciados já na vida intra-uterina e, posteriormente, investiga a sua repercussão para o neonato.

É para enfatizar a importância da medicina fetal na sociedade e a sua contribuição para a medicina em geral que acontecerá nos próximos dias 26 a 28 (quinta-feira a sábado), no anfiteatro da Unimed (Avenida Barão de Itapura, no 1.123), o I Curso de Atualização em Medicina Fetal da Unicamp, organizado pelo professor Ricardo Barini, obstetra do Caism. A abertura será às 19h15.

O curso – promovido pelo Departamento de Tocoginecologia da FCM e pelo Caism – destina-se a obstetras, neonatologistas, ultra-sonografistas, geneticistas, englobando ainda os profissionais da área jurídica e de apoio à saúde. As inscrições vão até o dia do evento. Vagas limitadas.

Uma das palestras – Profilaxia em medicina fetal – vai tratar sobre o uso do ácido fólico (vitamina B) para reduzir as malformações do Sistema Nervoso Central (anencefalia, espinha bífida). Mas Barini previne: as mulheres devem ingerir o ácido antes mesmo de planejar uma gravidez!

De acordo com ele, o ácido fólico é encontrado nas frutas e verduras frescas, podendo também ser administrado como suplemento vitamínico através de cápsulas de 1 a 5mg deste ácido. O consumo de outras vitaminas também está sendo investigado, já que 3% dos bebês, ao nascer, apresentam algum tipo de malformação no Brasil.

Barini, que há anos pesquisa a medicina fetal, reforça o valor de se realizar o diagnóstico precoce de patologias como essas. Um programa de rastreamento bem feito, com o uso de ultra-som ao redor do 3o mês de gravidez, permite medir a translucência nucal. Essa medição é baseada no acúmulo de líquido entre a pele e a coluna vertebral. “Quanto mais líquido houver, mais aumentam as chances das malformações”, explica Barini, que admite ser possível, em casos comprovados, a mãe requerer um laudo médico e judicial para interromper a gestação.

Um importante instrumento que favorece iniciativas de melhor assistência ao feto está na adoção da terapêutica adequada, tema que também será abordado no curso. Cirurgias fetais intra-uterinas com laser e a ressonância magnética de alta resolução para aprimorar os diagnósticos têm sido eficientes aliados na terapêutica fetal.

Informações mais detalhadas sobre a programação do evento pelos telefones 3788-9402 ou 3788-9403.

“O 13o Congresso Brasileiro de Genética Clínica inicia no próximo dia 26, no salão nobre da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, às 19 horas. A cerimônia de abertura será alusiva aos 30 anos do Serviço de Genética Clínica da Universidade, considerado o mais produtivo do Brasil. O professor John Opitz, o criador da genética clínica no mundo, fará uma conferência. No dia seguinte, a partir das 9 horas, serão promovidas provas de título de especialista no Departamento de Genética Médica e uma visitação a áreas como o Serviço de Genética Clínica, HC e FCM. No mesmo dia, às 19h30, ocorre a abertura oficial do evento no Hotel “Fonte Colina Verde”, em São Pedro-SP (R: Veríssimo Prado, 1.500), onde acontece toda programação até o dia 30 de abril.

O evento contará também com a participação de Andrew John George Simpson, do Instituto Ludwig (São Paulo) que fará uma palestra sobre o Projeto Genoma Humano e seu impacto na medicina brasileira no dia 30, às 11 horas
Entre os trabalhos da Genética Clínica da Unicamp está a assistência totalmente voltada à população: diagnóstico de malformações fetais, riscos para casais de parentes, detecção/orientação sobre gravidez, testes cujas doenças se manifestam na fase adulta, anomalias de crânio e face, alteração esquelética – na tentativa de chegar a um diagnóstico e buscar um tratamento. Informações sobre o Congresso: telefones 3788-8907 e 3788-7615.