Untitled Document
PORTAL UNICAMP
4
AGENDA UNICAMP
3
VERSÃO PDF
2
EDIÇÕES ANTERIORES
1
 
Untitled Document
 


Empresa recém-graduada em
incubadora ganha o mercado

Veronique Hourcade e Nanci Gardim
Especial para o JU

Ex-alunos da Feagri projetam colhedora e desenvolvem equipamento que já é utilizado em plantações de cana

Transbordo desenvolvido pelos donos da Agricef, e já licenciado para empresa: equipamento é indicado para o transporte intermediário da cana-de-açúcar, entre a colhedora e o caminhão que levará a produção até a usina (Fotos: Divulgação)Após três anos na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp), a Agricef – Soluções Tecnológicas para a Agricultura LTDA – graduou-se na segunda-feira passada, dia 8, e uma sede própria está sendo estruturada no distrito de Barão Geraldo, próxima ao campus da Unicamp. A graduação da empresa coincide com o início de sua atuação no mercado, com as primeiras máquinas sendo testadas pelo público-alvo, as usinas de cana-de-açúcar. Apesar da recente conclusão do processo de incubação, os sócios proprietários da Agricef, Efraim Albrecht, Domingos Guilherme Cerri e Guilherme Gray, se sentem preparados para enfrentar os desafios do mercado. “A equipe conseguiu maturidade na gestão empresarial”, afirma Albrecht.

(Fotos: Divulgação)Efraim e Domingos, engenheiros agrônomos, e Guilherme, engenheiro agrícola, se conheceram na Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp (Feagri). A criação da Agricef foi motivada por dois fatores. O primeiro foi a identificação da oportunidade de viabilizar parcerias com empresas interessadas em desenvolver projetos com a Feagri. O segundo foi a aprovação do projeto para o desenvolvimento de uma colhedora para cana-de-açúcar, pelo programa Pesquisa Inovativa na Pequena e Micro Empresa (PIPE) da Fapesp. Foi com esse projeto, com previsão de conclusão até 2009, conforme cronograma do PIPE, que os sócios se candidataram e conquistaram uma das vagas oferecidas na Incamp. A Agricef iniciou o processo de incubação em setembro de 2005.

(Fotos: Divulgação)A colhedora desenvolvida pela Agricef foi projetada para solucionar um dos principais problemas do cultivo da cana-de-açúcar: a colheita mecanizada em áreas com declive. A mecanização é uma exigência legal. No início deste mês, o Governo do Estado e associações do setor de São Paulo (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-sul do Brasil – Orplana – e da União da Indústria de Cana-de-Açúcar – Unica), assinaram um acordo para antecipar o fim das queimadas na colheita da cana, de 2021 para 2014 (em áreas mecanizadas) e 2017 (em áreas não-mecanizadas e em declive).

(Fotos: Divulgação)Paralelamente ao desenvolvimento da colhedora, durante o período de incubação na Incamp, os três proprietários da Agricef trabalharam em outros projetos, como é o caso do transbordo TCP 2510. Licenciado para a empresa Tecnometal, o equipamento é indicado para o transporte intermediário da cana-de-açúcar, entre a colhedora e o caminhão que levará a produção até a usina. Trata-se de uma solução que apresenta vantagens em relação às alternativas já existentes, segundo os sócios da empresa. Entre elas destaca-se o peso. Gray ressalta que o equipamento da Agricef pesa apenas 5,9 toneladas, cerca de uma tonelada a menos em comparação ao produto mais leve de seus concorrentes, propiciando menor compactação do solo e redução no consumo de combustível do trator ao qual o dispositivo é tracionado.

(Fotos: Divulgação)“Esse é o diferencial da Agricef. Trabalhar com o desenvolvimento de tecnologias para buscar soluções mais viáveis”, comenta Cerri. O transbordo TCP 2510 está sendo comercializado há um mês e algumas unidades já estão em operação em usinas. A parceria com a empresa e a disponibilidade do equipamento no mercado demonstram o amadurecimento empresarial conquistado no processo de incubação, apontam os sócios. “Os cursos e consultorias oferecidos pela Incamp renovaram nossa maneira de pensar o funcionamento da empresa, melhorando nossa capacidade de negociar e de conseguir parceiros”, ressalta Gray.

Inovações
Com enfoque na geração de soluções para a indústria da cana-de-açúcar – “a experiência dos três é nessa área”, explica Albrecht –, a empresa também atua em outrasáreas. Um exemplo é a participação em um projeto com a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e a Feagri, com a proposta de desenvolver um equipamento para verificação das condições de postes. “Fomos convidados a participar desse projeto. A Feagri tem pesquisas sobre a utilização de ultrassom para detectar, com precisão, a qualidade da madeira. Um grande problema das companhias de energia é justamente saber se o poste está em boas condições, se não apresenta risco de cair. Hoje, são utilizados martelos e a qualidade é definida pela forma como o som se propaga. Trata-se de um método muito subjetivo”, comenta Gray.

Albrecht ressalta que a atuação junto a Feagri é grande, sendo que a unidade é parceira em praticamente todos os projetos nos quais a Agricef está envolvida. “Por isso, inclusive, buscamos montar a empresa perto da Universidade. Estamos graduados da Incamp, mas vamos manter a parceria com a Unicamp e com a Feagri”, afirma Cerri.

Outra parceria que os empresários destacam é com a empresa Enalta Inovações Tecnológicas. Ela prevê o desenvolvimento de um sistema de monitoramento de corte, carregamento e transporte de cana-de-açúcar, visando o gerenciamento da frota. O projeto contou com financiamento da Fapesp e envolvimento da Unicamp. Atualmente está em fase de avaliação na Usina São Martinho.

Para minimizar as perdas de tempo e matéria-prima na etapa da colheita, foi desenvolvido um sistema de comunicação sem fio. De acordo com os empresários, esse sistema permite a troca de informações entre o transbordo e a colhedora. Com a instalação deste aparelho nas máquinas, é possível que o operador da colhedora informe ao operador do trator situações como o aumento ou redução da velocidade da colheita e necessidade de troca do transbordo, visando um sincronismo entre as máquinas.

Incubação
O fortalecimento de negócios baseados em forte atuação de pesquisa e desenvolvimento é um dos resultados esperados do processo de incubação. Para isso, a Incamp atua no apoio, incentivo e capacitação dos empreendedores, possibilitando a transformação de projetos em negócios inovadores, por meio de soluções tecnológicas. Cursos, treinamentos e consultorias são alguns dos mecanismos utilizados.

“Não tínhamos conhecimento nenhum sobre como administrar uma empresa”, analisa Cerri, sobre a importância do processo de incubação na Incamp. Noções de administração, marketing e recursos humanos são alguns dos tópicos, destacados pelos sócios, que contribuíram para o crescimento da Agricef. “Sem a incubadora, dificilmente teríamos condições de pagar esses treinamentos”, ressalta Gray.

Contudo, Albrecht acredita que dentre todas as vantagens obtidas com a incubação na Incamp, a maior foi a facilidade no acesso à universidade e o respaldo do nome Unicamp. “O reconhecimento não seria o mesmo se não tivéssemos o nome da Agricef associado à Universidade. Seria mais difícil”, acredita. “Só de termos passado pelo processo de seleção para entrar na Incamp já valeu”, ressalta Cerri, lembrando que foram várias etapas. “Sem dúvida, nos ajudou muito na organização das idéias que tínhamos. Tivemos que fazer um plano de negócios. Coisas que são essenciais antes de abrir uma empresa, mas que dificilmente são feitas”, acrescenta Gray.

Incamp recebe inscrições para programa da Finep

Da esq. para a dir., Guilherme Gray, Domingos Cerri e Efraim Albrecht, proprietários da Agricef: maturaridade na gestão ambiental (Foto: Antoninho Perri)A Incamp, em parceria com as incubadoras Softex Campinas, de Araras, de Limeira, de Piracicaba, de Porto Ferreira e da Companhia Desenvolvimento do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec), recebe inscrições de pessoas interessadas em participar do Programa Primeira Empresa, conhecido como Prime, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Esta iniciativa pretende apoiar e estimular a criação e fortalecimento de pequenas e micro empresas de base tecnológica, através do investimento de R$ 1,3 bilhão, até 2011, em 1,8 mil empresas nascentes ou com até dois anos de atividade. Os interessados devem fazer um pré-cadastro, disponível no site da Incamp.

Para fazer a execução do programa, a Finep selecionou 18 incubadoras-âncoras, sendo uma delas a Incamp, que ficarão responsáveis pela seleção dos empreendimentos beneficiados pelo Prime e repasse direto da verba. Cada empresa selecionada irá receber R$ 240 mil, num prazo de dois anos, sendo a metade no primeiro ano, por meio do Programa de Subvenção Econômica à Inovação. O restante será liberado no segundo ano, com recursos do Programa Juro Zero, pelo qual a devolução é parcelada, em 100 vezes, sem juros.

Na avaliação do gerente da Incamp, Davi Sales, a expectativa é que sejam atendidos 120 empreendimentos, na seleção da Incamp e incubadoras associadas, e destaca como uma das vantagens do Prime, além do forte investimento em pequenas e micro empresas, a possibilidade de serem beneficiadas empresas que não estão fisicamente no ambiente de incubação. Criada em 2001, a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp foi inaugurada em 15 de março de 2002 e incorporada à Agência de Inovação Inova Unicamp em 2003. Atualmente conta com dez empresas incubadas e 17 empresas graduadas.


 
Untitled Document
 
Untitled Document
Jornal da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas / ASCOM - Assessoria de Comunicação e Imprensa
e-mail: imprensa@unicamp.br - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP