Untitled Document
PORTAL UNICAMP
4
AGENDA UNICAMP
3
VERSÃO PDF
2
EDIÇÕES ANTERIORES
1
 
Untitled Document
 


Jovem indígena ignora jogos
tradicionais, conclui pesquisa

RAQUEL DO CARMO SANTOS

Trave de futebol e barra de exercícios improvisadas em aldeia terena: mudança de hábitos (Foto: Divulgação)Os jogos tradicionais realizados ao longo da história dos índios Terena, instalados no Estado do Mato Grosso do Sul, estão sendo abandonados pelos jovens. O contato com a sociedade urbana trouxe para os indígenas sérias mudanças nos hábitos cotidianos e esportivos. Hoje, entre as principais práticas, estão o futebol e o voleibol, que são bastante disseminados nas culturas urbanas. Foi o que apontou a pesquisa desenvolvida por Aluísio Fernandes de Souza e apresentada na Faculdade de Educação Física (FEF). O estudo foi orientado pela professora Maria Beatriz Rocha Ferreira.

“Os índios conhecem bem as regras dos dois esportes, e acredito que a responsabilidade pela adoção das práticas deve-se à influência do contato com a população local ao longo de 200 anos”, destaca Souza, que constatou, entre os jovens, um desconhecimento de tradições centenárias como jogos da argolinha, dança do bate-pau e o arco e a flecha.
A Sociedade Indígena Terena pertence ao grupo étnico Guaná e à família lingüística Aruák. Segundo Souza, eles sempre tiveram bom relacionamento com a população urbana até os conflitos gerados na Guerra do Paraguai. “A luta por terras e a espoliação territorial desencadeada extraíram da etnia o espaço necessário para reproduzir seus hábitos, e a levou mais próxima de áreas urbanas”, argumenta Aluísio de Souza.

A perita criminal Patrícia de Cássia Valério Fachone: “A ciência forense ainda está em processo de institucionalização” (Foto: Antoninho Perri)O estudo envolvendo uma das aldeias indígenas mais numerosas daquele Estado investigou, pela primeira vez, o nível de atividade física, relacionando-o ao processo de mudanças sociais. A partir de questionário aplicado para um contingente de 83 voluntários, entre líderes esportivos e jovens e adultos de ambos os sexos, o estudo focou as aldeias Buriti e Córrego do Meio, do Pólo-Base de Sidrolândia, no estado de Mato Grosso do Sul. “De todos os relatos, apenas um apontava para o conhecimento das práticas mais tradicionais”, atesta o autor da pesquisa.

O professor de Educação Física realizou ainda um levantamento do percurso histórico da atividade física entre os índios, contemplando aspectos da história étnica, mitos e territorialidade. Isto porque, em estudos anteriores realizado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), foi apontado um crescente índice de obesidade e de diabetes mellitus nos últimos anos. Como o desenvolvimento dessas doenças está relacionado diretamente à falta de atividade física, Souza quis saber qual o grau de inatividade na população Terena. Pelos resultados, entre os índios mais velhos, ele identificou o seu aumento. “Houve redução nas atividades de extrativismo. As mulheres evidenciaram ser o grupo de maior incidência de sobrepeso e obesidade”, relata.

Por outro lado, o grupo de jovens pesquisado pode ser indicado como ativos e muito ativos fisicamente, resultado ocasionado, segundo Souza, provavelmente pela prática freqüente de caminhada e pedalada na rotina cotidiana.


 

 

 

 
Untitled Document
 
Untitled Document
Jornal da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas / ASCOM - Assessoria de Comunicação e Imprensa
e-mail: imprensa@unicamp.br - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP