Untitled Document
Untitled Document
Cidade Universitária, Abril de 2009
| HOME |

III – EXTENSÃO

O exemplo mais visível da interação da Unicamp com a sociedade é a área hospitalar, referência para o sistema de saúde pública da região e não raro o único ponto de apoio da população que não dispõe de convênios médicos ou de fácil acesso a outros serviços. Esse papel a Unicamp tem cumprido exemplarmente e continuou a fazê-lo ao longo do quadriênio 2005-2009 através de suas duas unidades no campus de Campinas – o Hospital de Clínicas e o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) –, do Hospital Estadual de Sumaré (HES) e das demais unidades de pesquisa e serviços em saúde: o Gastrocentro, o Hemocentro, o Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação Gabriel Porto, o Centro de Investigação em Pediatria (Ciped) e a área de atendimento da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP).

Contudo, as atividades de extensão da Unicamp são muito mais vastas e começam pela atuação definidora de sua Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac), cujo leque de programas e projetos inclui desde cursos, eventos e serviços de caráter orgânico até ações contínuas de caráter cultural, desportivo, educativo, social, científico ou tecnológico, passando por ações pontuais integradas ou isoladas que contribuem, em determinado momento, para a interação da universidade com a sociedade.

Em qualquer dos casos, um princípio inalienável da política de extensão da Unicamp é que esteja conjugada ao ensino e à pesquisa, potenciando a formação dos estudantes e contribuindo para a geração de conhecimento, ao mesmo tempo em que serve aos interesses da sociedade.

A – POLÍTICAS DE EXTENSÃO

Consolidação Normativa da Extensão da Unicamp
As atividades de extensão são uma realidade na Unicamp desde seus primórdios. Entretanto, dada a amplitude e a complexidade de suas linhas de ação, faltava compor e aprovar nas instâncias deliberativas internas um corpo de instrumentos normativos e reguladores que constituem hoje a base legal para a promoção e a valorização dessas atividades. O objetivo, além de definir caminhos mais seguros e eficazes para preservar a qualidade institucional da extensão praticada pela Universidade, foi facilitar o estabelecimento de relações externas mediante a celebração de convênios e parcerias institucionais, consolidando os vínculos com a sociedade.

Assim, a expansão e o fortalecimento da extensão da Unicamp muito devem ao conjunto de normas legais elaboradas e aprovadas – pelo Conselho Universitário, pela Comissão de Ensino e Pesquisa ou pelo próprio Conselho de Extensão – e colocadas em prática pela Preac ao longo dos últimos quatro anos. Graças a esse esforço normativo se institucionalizaram as formas de implantação, oferta e acompanhamento dos cursos de especialização e de aperfeiçoamento na modalidade extensão universitária; aprovou-se o regimento interno do Conselho de Extensão e consolidou-se o regimento da Escola de Extensão; criou-se o Conselho de Desenvolvimento Cultural, responsável pela formulação e definição das políticas de extensão para o desenvolvimento cultural da Universidade; regulamentou-se o pagamento de bolsas de ensino, pesquisa, extensão e de estímulo à inovação; fixaram-se critérios para a convalidação de créditos obtidos em disciplinas e cursos de extensão cursados fora da Unicamp, bem como foram regulamentadas questões disciplinares para alunos dos cursos de extensão; estabeleceram-se critérios para fixação do custo total de cursos e disciplinas de extensão da Unicamp; regulamentou-se a participação de profissionais externos à Unicamp em seus cursos de extensão; fixaram-se critérios para cálculo de custo e remuneração associados a disciplinas e cursos de extensão; definiu-se que os coordenadores de cursos de extensão oferecidos pela Unicamp devem ter vínculo institucional com a Universidade; foram aprovados três novos projetos de extensão de grande relevância social: Cultura afrobrasileira, Cooperativas populares e Saúde e meio ambiente; foram criadas duas disciplinas regulares de extensão (a Ex-001 – Projeto de Extensão Comunitária I e a Ex-002 – Projeto Rondon de Extensão Universitária) visando dar caráter institucional às atividades de extensão comunitária desenvolvidas por alunos e docentes da Universidade, integradas à pesquisa e ao ensino; alteraram-se as disposições que regem o funcionamento do Lepac (Laboratório de Estudos e Pesquisas em Artes e Ciências), vinculando-o à Preac; e criou-se o Centro Cultural de Inclusão e Integração Social (CIS-Guanabara), capítulo importante da política de extensão da Unicamp no período.

Convênios e Parcerias Institucionais
Foram firmados vários convênios plurianuais, inclusive mediante a participação em editais públicos de extensão. Destacam-se sete convênios com o Ministério da Educação e do Desporto (MEC), no contexto de seu Programa de Apoio à Extensão Universitária (Proext), firmados entre 2005 e 2007, gerando ação efetiva e continuada da Unicamp nos programas “Comunidades Quilombolas”, “Capacitação de agentes populares de microcrédito produtivo”, “Capacitação para o Assentamento 12 de outubro do Horto Vergel”, “História e cultura afro-brasileiras”, “Desenvolvimento para o protagonismo dos jovens em Saúde e meio ambiente”, “Metodologias de incubação de grupos autogestionários” e “Projeto Cultura no Centro Elesbão – Barão Geraldo”, este último com o Ministério da Cultura em parceria com o Proext. Esses convênios aportaram para a Unicamp recursos de aproximadamente R$ 182 mil no período.

Além desses, foi firmado em 2007 importante convênio com a Associação Brasileira de Municípios (ABM), entidade que congrega mais de três mil municípios, mediante o qual a Unicamp passou a oferecer cursos de extensão e especialização em gestão estratégica em políticas públicas para 1.500 dirigentes municipais. No que concerne especificamente ao município de Campinas, dentre as diversas ações conjuntas desenvolvidas no campo da preservação ambiental, destacam-se o “Projeto Sustentar”, que visa a realização anual de um fórum social para o desenvolvimento sustentável, e dois convênios para a implantação de hortas comunitárias em áreas públicas e para a instalação de um mercado municipal de alimentos orgânicos.

Ampliação do Debate Sobre a Extensão
Visando ampliar a discussão, a difusão e a valorização das atividades de extensão da Unicamp, de modo a aumentar a compreensão sobre o seu significado acadêmico e social e fomentar o desenvolvimento de novas propostas de programas, projetos e ações, a Preac realizou no período um extenso leque de fóruns, seminários e congressos. Veja a seguir os eventos que tiveram participação direta da Preac em sua organização e realização.

Atuação do Conselho de Extensão
Presidido pelo pró-reitor de Extensão, compete ao Conex manifestar-se sobre assuntos que envolvam atividades de extensão na Unicamp, em especial sobre o mérito de contratos e convênios, bem como sobre a análise e aprovação de cursos de extensão. Durante o quadriênio, o Conex analisou e aprovou mais de 1.800 processos que geraram recursos extraorçamentários superiores a R$ 330 milhões, que corresponderam, respectivamente, a 22% dos recursos extraorçamentários e 7,3% dos recursos orçamentários no mesmo período.

A Figura 4 apresenta a distribuição dos processos, por modalidade, analisados e aprovados pelo Conex no período. Observe-se a grande quantidade de termos aditivos celebrados para contemplar partes específicas de convênios e contratos já homologados.

Por outro lado, a Unicamp estabeleceu no período 1.937 parcerias, com predomínio dos convênios firmados com empresas privadas, empresas estatais e prefeituras, sobretudo nas áreas tecnológicas, biomédicas e hospitalares e na capacitação de profissionais.

 

Criação do Centro Cultural de Inclusão e Integração Social
Mediante comodato obtido junto ao governo do Estado, a Unicamp transformou uma antiga estação ferroviária – a Estação Guanabara de Campinas – em importante espaço para a realização de atividades de extensão nas áreas de formação educacional, difusão científica, capacitação profissional e inclusão cultural e digital. Graças a parceria com o empresariado, fez-se a restauração completa do prédio, instalou-se ali o recém-criado Centro Cultural de Inclusão e Integração Social da Unicamp (CIS) e deu-se início a uma programação de eventos que, ao mesmo tempo que cria uma nova frente de produção e difusão para professores e estudantes, leva à população o produto cultural da Unicamp.

Para colocar o espaço em condições de uso foram necessárias várias ações estratégicas, como por exemplo a complexa tarefa de transferir, de forma pacífica e negociada, 48 famílias que ocupavam dependências do conjunto da Estação para programas de habitação de interesse social. Feito isso, com evidentes vantagens sociais para as famílias, pôde-se ativar o centro cultural em abril de 2006, promover um edital de chamada para projetos culturais que resultou em 68 propostas inscritas, realizar nove oficinas educativas em diferentes áreas com aproximadamente 650 matrículas e assegurar a realização de obras físicas para dar forma final e definitiva ao projeto. Em agosto de 2007, graças a parceria com a IBM, a Estação foi provida de um laboratório de informática com o objetivo de promover cursos de inclusão e de acessibilidade para cidadãos com subvisão. Finalmente, em fins de agosto de 2008, concluído o restauro arquitetônico do prédio, a Unicamp deu por consolidado o projeto.

A antiga Estação Guanabara foi inaugurada em 1893 para atender as linhas ferroviárias da Sorocabana, da Funilense e da Mairinque – hoje extintas. Tombada em 2004, é considerada um dos maiores e mais representativos bens históricos culturais de Campinas.

Desenvolvimento Cultural e Comunitário
O quadriênio foi rico em atividades culturais, com ênfase no ano de 2006, quando se desenvolveu vasta programação de eventos relativos às comemorações do quadragésimo aniversário da Unicamp, com coordenação da Reitoria e ativa participação das unidades de ensino e pesquisa, dos centros e núcleos interdisciplinares, de órgãos de apoio e das entidades estudantis. No que concerne à Pró-Reitoria de Extensão, as atividades culturais foram desenvolvidas em três instâncias principais.

1. COORDENADORIA DE DESENVOLVIMENTO CULTURAL
Ao seu papel de oferecer às unidades e demais instâncias da Universidade a infraestrutura necessária à realização de eventos científicos e culturais no espaço do Ginásio Multidisciplinar e do Centro de Convenções – 996 técnico-científicos, culturais e esportivos realizados entre 2005 e 2008 –, a CDC passou a elaborar e implementar políticas de desenvolvimento cultural na área de extensão, tendo uma agenda de projetos e ações culturais próprios.

Entre estes, destacam-se o projeto “Unicamp Dia-a-Dia: ciência e arte para o desenvolvimento cultural”, que tem como objetivo organizar e divulgar a produção científica e artística apresentadas pelos alunos da Unicamp no Programa de Iniciação Científica (Pibic) e no evento Universidade de Portas Abertas (UPA) para as escolas da comunidade de Campinas e região; o projeto Espaço de Arte e o Festival “Contando Contos”, ambos destinados a mostrar a produção cultural da comunidade da Unicamp para estudantes do ensino fundamental e médio; o projeto “Contos e Cantos”, que recebeu premiações da Prefeitura de Campinas; e a realização de seis exposições de arte no ambiente da própria CDC. Destaque-se também a implantação da Sala de Leitura CDC, com edições de lançamento e catálogo.

2. RÁDIO E TV UNICAMP
Durante o período de 2005 a 2008 foram produzidos pela RTV Unicamp 372 programas que foram exibidos nas quatro horas diárias de programação do Canal Universitário Campinas (Canal 10 da Net) e 204 vinhetas por meio de computação gráfica. Na programação destacaram-se as transmissões de 104 “Fóruns Permanentes”, 44 “Acontece no Campus”, 37 “Palavras Cruzadas”, 37 da série “Valvulados”, 36 do programa “Repórter Unicamp”, 36 “Dicas de Leitura”, 17 do “Agenda”, 16 do “Primeira Chamada”, 15 do “Especial Artes” e mais 30 programas diversos. Os programas identificados como especiais totalizaram 31 produções, com destaque para “Tradição e História do Quilombo de Galvão”, detentor do Prêmio Melhor Documentário de Televisão Universitária no XV Festival de Gramado de Cine e Vídeo em 2007 e Prêmio de Exibição do Canal Futura.

A RTV tem como missão oferecer à comunidade programação no campo das artes e da comunicação, das humanidades e da divulgação científica, que contemple as atividades de ensino, pesquisa e extensão, visando o desenvolvimento sociocultural e o exercício da cidadania. Vinculada à Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac), a Rádio e Televisão – RTV Unicamp prevê para os próximos meses importantes inovações, como por exemplo o início das operações da Rádio Web Unicamp, a implantação da

TV Web – TV no campus a partir da implantação de 30 terminais de TV espalhados pelo campus de Barão Geraldo, a elaboração dos projetos da TV Unicamp Digital Aberta e da Rádio Universitária Aberta, que transmitirão para toda a Região Metropolitana de Campinas e com inauguração prevista para 2009.

A RTV Unicamp em sua nova fase conta com a participação mais acentuada de alunos da própria Universidade, que estão atuando na elaboração de novos projetos e na produção de programas, incluindo a produção de conteúdos a partir de suas próprias experiências acadêmicas.
Em seu novo formato, a programação da RTV Unicamp foi enriquecida com uma interligação dinâmica com o

Portal Unicamp (www.unicamp.br), o que propiciou uma difusão mais ampla e atualizada das atividades acadêmicas, agora acessíveis via portal. Foi criado um programa com o noticiário de previsão do tempo, destinado a atender à demanda do setor agrícola de Campinas e região, em parceria com o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri). A nova programação inclui também uma série de documentários. A primeira produção da série a ir ao ar foi sobre a participação da Preac no Projeto Rondon, numa parceria com o Ministério da Defesa.

3. ESPAÇO CULTURAL CASA DO LAGO
Ênfase especial se deu à consolidação do espaço da Casa do Lago, que hoje tem estrutura organizacional própria e programação permanente. Inaugurada em 2002, a Casa do Lago nasceu para fomentar o diálogo cultural com a comunidade interna e com a sociedade em geral, promovendo produções geradas pela instituição ou fora dela nos campos da música, do teatro, cinema, artes visuais e de projetos especiais como oficinas. Em 2005-2008 a Casa do Lago recebeu mais de 94 mil visitantes atraídos por suas exibições de filmes, palestras sobre cinema, exposições de artes, espetáculos de teatro e dança e música, entre outros eventos culturais.

Sua programação intensa e diversificada fez da Casa do Lago, no quadriênio, um importante centro de difusão, diálogo e integração das culturas local, regional, nacional e também internacional. Suas atividades artísticas, oferecidas gratuitamente à comunidade, tiveram grande aceitação do público e boa ressonância na mídia, destacando-se o “Projeto Folclore/Cultura Popular”, a “Mostra internacional de Humor Gráfico”, o “Panorama Musical”, a “Mostra de Dança”, e as mostras, ciclos e retrospectivas de filmes e documentários, palestras e shows.

4. ESCOLA DE EXTENSÃO DA UNICAMP
A Escola de Extensão da Unicamp (Extecamp) tem como objetivo coordenar o oferecimento dos cursos de extensão da Unicamp, supervisionar e acompanhar os processos de divulgação e de realização, e organizar, manter e administrar um sistema de informações sobre os cursos de extensão.

A Extecamp atendeu a aproximadamente 42 mil alunos de maio de 2005 a dezembro de 2008, realizando mais de 96 mil matrículas em cerca de seis mil cursos de extensão, totalizando 284 mil horas-aulas ministradas. Os cursos geridos pela Extecamp são oferecidos e ministrados pelas unidades de ensino e pesquisa da própria Universidade e abrangem as diferentes áreas do conhecimento.

O programa atinge pessoas de todos os níveis de escolaridade, do fundamental ao superior. Note-se, pelo quadro, que todas as áreas acadêmicas apresentam um alto volume de participação, com predomínio das ciências tecnológicas e biológicas.

5. COORDENADORIA DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS

A Coordenadoria de Assuntos Comunitários (CAC) é um órgão da Preac que tem como objetivo estimular, apoiar, articular e acompanhar os programas, projetos e ações de extensão universitária na Universidade. A partir de fevereiro de 2008 a CAC deu início a uma parceria com o Centro da Vida Independente (CVI) com o intuito de desenvolver um trabalho de cunho educativo e de inclusão social sobre a pessoa com deficiência. Foi criado um curso intitulado “Vivendo a diferença, valorizando a diversidade”, que desde então resultou em oito encontros com 205 participantes, dos quais 97% consideraram o tema muito relevante e ótima a qualidade do curso.

6. PROJETO RONDON
Relançado em 2005, o Projeto Rondon é realizado pelo Ministério da Defesa em parceria com o Ministério da Educação e o suporte logístico das Forças Armadas, além da colaboração de outros ministérios, da Associação Nacional dos Rondonistas, da União Nacional dos Estudantes e dos municípios envolvidos. Cada operação é preparada previamente e durante 15 dias os rondonistas – equipes constituídas de dois professores e seis alunos – desenvolvem atividades ligadas a cultura, direitos humanos e justiça, educação, saúde, comunicação, meio ambiente, tecnologia e produção e trabalho.

Sob a coordenação institucional da Preac, a Unicamp participa desde o início da nova versão do projeto com equipes integradas por alunos, docentes e profissionais de apoio. A participação da Unicamp no período de janeiro de 2005 a fevereiro de 2009 envolveu 148 pessoas que realizaram trabalhos de pesquisa científica em extensão comunitária em cidades do Amazonas e do Vale do Ribeira, em São Paulo.

7. INCUBADORA TECNOLÓGICA E COOPERATIVAS POPULARES
A ITCP é um programa de extensão universitária vinculado à Preac e criado em agosto de 2001 com a missão de contribuir para o desenvolvimento da economia solidária a partir da formação de grupos autogestionário e/ou cooperativas populares. O programa faz parte da Rede Universitária de ITCPs, ao lado de outras 33 incubadoras universitárias brasileiras. A ITCP Unicamp foi formada a partir da necessidade de acompanhamento técnico e educacional de grupos de trabalhadores que fariam parte de um programa de geração de trabalho e renda da Prefeitura de Campinas, somada à iniciativa de um grupo de alunos e professores que tinham como objetivo fortalecer o elo entre pesquisa e ensino por meio de um projeto de extensão.

Em função do programa foram assinados no período convênios que têm permitido a incubação de sete cooperativas populares que atuam nas áreas de agricultura familiar, triagem de resíduos sólidos e customização de roupas e empreendimentos de base artesanal; a incubação de dois grupos cooperados em Campinas, um para atender portadores de vírus HIV e outro no âmbito de uma associação de profissionais do sexo, além da incubação de uma incubadora de cooperativas populares na região do Vale do Ribeira. Veja quadro dos convênios assinados no período pela ITCP.

8. PROGRAMA COMUNIDADES QUILOMBOLAS
Tem por missão articular ações estratégicas e atividades operacionais que resultem em projetos integrados em benefício do desenvolvimento de comunidades quilombolas do Vale do Ribeira, que propiciem melhor formação acadêmica aos universitários e que ofereçam a elas a oportunidade do exercício de sua responsabilidade social. O programa desenvolve projetos participativos, realizados em parceria, cujos objetivos e resultados reforçam três dimensões do desenvolvimento local desejado pelas comunidades: a existência de atividades que possam levar à geração de trabalho e renda, especialmente às mulheres e aos jovens; o fortalecimento da cultura quilombola e da cidadania dos moradores destas comunidades; a organização e integração comunitária.

No período 2005-2009 foram desenvolvidos 36 projetos e ações de extensão. Citem-se como exemplos a incubadora de fábrica comunitária para processamento artesanal de alimentos nos quilombos Sapatu e Nhunguara; os “pontos digitais” em cinco quilombos; um curso de manipuladores de alimentos no quilombo Sapatu; a elaboração de um plano de turismo para os quilombos André Lopes e Sapatu; a elaboração de projeto de memória dos quilombos André Lopes, Sapatu, Galvão e São Pedro História; e o projeto Cultura Afrobrasileira: interfaces comunidade, escola e universidade; apoio aos telecentros comunitários; capacitação em informática para os quilombos Poça, Pilões, Galvão, Sapatu e São Pedro; e a elaboração de projetos em assistência técnica e extensão rural para cinco quilombos.

9. EDUCAÇÃO SOCIOAMBIENTAL
Em 2007, a Coordenadoria de Assuntos Comunitários criou uma área intitulada Educação Sociombiental com o objetivo de agregar e potencializar os projetos que já eram desenvolvidos no âmbito da Preac de forma isolada. A seguir o resumo dos programas, projetos, público envolvido e financiamentos.

10. CRIAÇÃO DO LEPAC EM PARATY
Vinculado à Preac em 2008, a Unicamp tem desde 2005 um braço de desenvolvimento cultural na cidade de Paraty (RJ), o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Artes e Ciências (Lepac), com áreas de interesse acadêmico nas questões ambientais e navais – ênfase em projetos de biologia e ecologia marinha –, saneamento e sustentabilidade, construção naval, oceanografia, astronomia e navegação. No período 2007 a 2009, o Lepac desenvolveu três projetos de pesquisa em extensão e dois cursos de extensão: “Formação de aquaviários – Capitania dos Portos de Paraty” e “Iniciação à construção e manutenção naval – pequenas embarcações”.

Programas e Projetos
Além das atividades desenvolvidas sob a orientação de seus órgãos auxiliares, a Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários promove ações sob a forma de programas e projetos de extensão universitária.

1. PROGRAMA DE PESQUISAS EM EXTENSÃO COMUNITÁRIA
Para estimular o surgimento de novos projetos de extensão comunitária no contexto da atividade acadêmica, foi instituído, por iniciativa da Preac, um programa específico cujo primeiro edital foi lançado em 2007, no valor de R$ 150 mil. Em 2008 lançou-se o segundo edital, no valor de R$ 250 mil. Os projetos deveriam privilegiar segmentos da população de baixa renda ou grupos específicos (minorias, comunidades étnicas, portadores de necessidades especiais, faixas etárias etc), visando promover ação de natureza social, artística, cultural, desportiva ou educativa. São exigências do programa que a ação de extensão comunitária “deve estar diretamente vinculada a uma atividade acadêmica regular de ensino e/ou de pesquisa, deve ser dirigida por um docente da Unicamp, deve contar necessariamente com a participação de alunos regularmente matriculados na Universidade e deve promover a troca mútua de conhecimentos e de experiências entre os acadêmicos participantes do projeto e as pessoas da comunidade atendida”. No primeiro ano foram aprovados 22 dos 44 projetos apresentados e, no segundo, dos 56 projetos apresentados foram aprovados 30.

2. SOS AÇÃO MULHER E FAMÍLIA
Serviço oferecido pela Unicamp e destinado ao desenvolvimento da mulher e da família, prevenindo e atuando em situações de violência intrafamiliar, estimulando o exercício da cidadania e, ao mesmo tempo, gerando pesquisa e conhecimento. O serviço realizou, no quadriênio, 26.167 atendimentos a mulheres e grupos familiares, dos quais mais de 75% concentraram-se no projeto de capacitação feminina (63%), jurídicos individuais e de casal (8%) e psicológicos individuais e de casal (5,4%). A capacitação feminina consiste na realização de cursos que possibilitam a iniciação profissional das mulheres, facilitando o processo de autonomia e oferecendo, também, espaço de convivência e reflexão sobre o exercício da cidadania e sobre os direitos humanos.

3. PROGRAMA DE GESTÃO ESTRATÉGICA EM POLÍTICAS PÚBLICAS
O PGEP foi criado junto à Preac em 2006 a partir da experiência docente, de pesquisa e extensão acumulada por diversas equipes de professores e alunos da Unicamp, em especial do Grupo de Análise de Políticas de Inovação (Gapi), vinculado ao Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências.

O objetivo do PGEP é desenvolver ações de extensão universitária (cursos, pesquisas, consultoria) que contribuam para a melhoria da gestão pública brasileira nos níveis federal, estadual e municipal através da capacitação de seus dirigentes. Desde seu início até o final do ano de 2008, os cursos do PGEP formaram 535 alunos em 14 cursos ministrados para dirigentes da administração pública em parcerias com 31 municípios paulistas: Americana, Amparo, Atibaia, Botucatu, Bragança Paulista, Campinas, Campo Limpo Paulista, Cordeirópolis, Guarulhos, Hortolândia, Indaiatuba, Itapira, Jacareí, Jales, Jarinu, Jundiaí, Limeira, Mogi das Cruzes, Mogi Mirim, Paulínia, Piracicaba, Rio Claro, Salto, São José dos Campos, São Paulo, Sousas, Sumaré, Suzano, Valinhos, Várzea Paulista e Vinhedo.

4. PROGRAMA DE ALFABETIZAÇÃO SOLIDÁRIA
Trata-se de um programa do governo federal que alcança todo o território nacional e até mesmo outros países (Cabo Verde, no caso da Unicamp). Seu objetivo é diminuir o índice de analfabetismo nas regiões assistidas. No quadriênio 2005-2009, a Unicamp coordenou ações em municípios de Alagoas e Tocantins. As atividades desenvolvidas envolveram a formação de professores alfabetizadores, o acompanhamento e a avaliação dos cursos, a seleção e a elaboração de material didático, a coleta de dados para pesquisas, a elaboração de relatórios, a seleção de alfabetizadores para módulos futuros e o cadastramento dos alunos que constituirão as novas turmas.

Vários municípios foram atendidos pelos programas coordenados pela Unicamp: em Alagoas, Canapi, Traipu, Olho d’Água das Flores e Carneiros, projetos encerrados no final de 2007; Trairi (CE), Campinas (SP), Inhapi (AL) e Olho D’Água do Casado (AL), além da República do Cabo Verde. Em 2008, além da continuação dos trabalhos nestes municípios, a Unicamp assumiu os municípios de Lajeado, Tocantínia e Miracema, todos no Tocantins, dentro de um projeto de parceria com a empresa Investco, responsável pela hidroelétrica de Lajeado.

Além desse trabalho, a Unicamp está participando como convidada da implementação do recém-criado programa Telesol, que tem por objetivo o letramento de pessoas não escolarizadas com o apoio de novas tecnologias. Quantitativamente, a participação da Unicamp pode ser resumida num total de 3.203 alunos alfabetizados e 86 professores formados para serem alfabetizadores.

5. PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE PESCADORES ARTESANAIS
O Programa de Capacitação de Pescadores Artesanais para o Manejo da Pesca (Capesca), vinculado à Preac, foi concebido e instalado a partir de 2006 para criar possibilidades de manejo pesqueiro através da interação entre conhecimento científico e conhecimento local sobre espécies de peixes, biologia e ecologia de peixes, áreas de pesca, dentre outros. Essa interação, ao abrir um diálogo entre ambas as formas de conhecimento, possibilita o encaminhamento de subsídios e políticas de manejo da pesca costeira e de água doce.

O programa, coordenado pela pesquisadora Alpina Begossi, conta com a colaboração de dez alunos-estagiários de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Dentre as principais atividades estão a realização de estudos sobre etnobiologia e etnoecologia e a realização de cursos de extensão sobre manejo pesqueiro.

No período de 2006 a dezembro de 2008 foram desenvolvidos os projetos de pesquisa “Ecologia e Etnoecologia de Lutjanidae”, “Community based Management and Food Security in Brazil”, em colaboração com o Natural Resource Institute da University of Manitoba, Canadá, e “Diagnóstico Socioambiental de comunidades de pescadores artesanais de Ilha Grande e Paraty”, projeto realizado em parceria com Instituto BioAtlântica”. Os três projetos obtiveram recursos de diversas fontes.

O programa publicou um livro e 11 artigos em periódicos especializadas, realizou um curso de extensão sobre manejo pesqueiro e organizou o XVth International Meeting of the Society for Human Ecology de 4 a 7 de outubro de 2007, no Rio de Janeiro.

6. PROGRAMA CAFÉ CULTURA SANTA LUZIA
O Café Cultura Santa Luzia é um projeto de extensão apoiado pela Preac, sob a responsabilidade do professor Paulo Maria Ferreira de Araújo, do Instituto de Biologia da Unicamp, em parceria com a Universidade Federal da Paraíba, a prefeitura de Santa Luzia (PB) e a comunidade local. O projeto visa a inclusão social e a promoção da cidadania através de um Núcleo de Estudos Educacionais para a Cidadania, para elevar o município de Santa Luzia ao patamar de uma comunidade saudável em conformidade com os preceitos da Organização Mundial de Saúde.


B – SERVIÇOS DE SAÚDE

Através de suas unidades de atendimento, ensino e pesquisa na área da saúde – o Hospital das Clínicas, o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), o Hospital Estadual de Sumaré, o Gastrocentro e o Hemocentro – a Unicamp consolidou ao longo do período sua condição de centro de referência hospitalar e de saúde na região de Campinas e no interior do Estado. Cobrindo uma área de 90 municípios e uma população superior a cinco milhões de habitantes, as unidades de saúde da Universidade disponibilizaram em média 778 leitos que propiciaram, no quadriênio, a realização de aproximadamente 141 mil internações. Conjuntamente, realizaram cerca de 1,8 milhão de consultas, 106 mil cirurgias, 20 mil partos, 10,5 milhões de exames laboratoriais e quase 300 transplantes de córnea, medula óssea, rim e fígado. Ressalte-se que, em 2008, a Unicamp superou a marca dos quatro mil transplantes realizados.

Hospital de Clínicas
O Hospital de Clínicas da Unicamp vem melhorando ano a ano sua estratégia de funcionamento. Avanço importante foi a conclusão e implantação de seu novo regimento, que proporcionou a criação do Conselho Superior e do Conselho Executivo do Hospital. Os sete objetivos estratégicos do Planejamento Estratégico do HC de 2003 persistem como diretrizes para o desenvolvimento de ações atuais e projeções futuras, que são acompanhadas e revisadas sistematicamente através da elaboração de planos de metas anuais.
Em 2007 o HC passou a fazer parte da Rede Universitária de Telemedicina (Rute), uma iniciativa do Ministério de Ciência e Tecnologia que visa apoiar o aprimoramento da infraestrutura para telemedicina entre os hospitais universitários, com a finalidade de promover a integração de projetos de telessaúde.

Com o objetivo de colocar em prática as propostas de melhoria e manutenção do hospital apontadas pela Vigilância Sanitária Municipal, o HC criou o grupo de trabalho VISA HC, que até dezembro de 2007 obteve como resultado 73% das não-conformidades sanadas referentes a procedimentos, 72% em relação à limpeza e 47% de estrutura. O Programa Educativo de Vigilância Sanitária treinou 600 profissionais, inclusive plantonistas e docentes da FCM para a manutenção das melhorias sanadas.

Várias outras ações de educação e capacitação profissional vêm sendo realizadas nos eixos gestão (Gestão por Processos, Programa de Desenvolvimento Gerencial e Gestão Hospitalar, com 195 profissionais), técnico (VISA, VRE e NR32, com 1.084 profissionais), Políticas SUS (Sistema Único de Saúde) com 30 profissionais e Telessaúde (promovido pela Anvisa–Hospitais Sentinela) com 44 profissionais do HC, em videoconferência com aproximadamente 2.500 profissionais do Brasil. Todos esses cursos vêm resultando na implantação de projetos de melhorias significativas e duradouras nas práticas do hospital.

Em 2006 o HC fechou acordo com a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e com o Ministério da Saúde para a ampliação de cirurgias cardíacas e vasculares no hospital. O projeto aumentou o número de procedimentos que podem ser realizados no HC para pacientes de toda a região. Em 2006, o HC atingiu a marca de 500 cirurgias bariátricas realizadas desde 1998, quando foi criado o ambulatório da área.

A transferência das consultas ginecológicas para o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) proporcionou a reforma e ampliação do ambulatório do Serviço de Oncologia Clínica, que passou de 220 m2 para 440 m2, o mesmo acontecendo com o ambulatório de otorrinolaringologia, que inaugurou com oito novas salas o Serviço de Otologia. A reforma e ampliação de ambas as obras aconteceram com recursos da Universidade e de parceiros sociais do hospital. Também foram reformados os ambulatórios de Psiquiatria, Ortopedia e Hemodiálise. Foi substituída parte da rede hidráulica e elétrica das enfermarias, bem como concluída a reforma da UTI Pediátrica e da enfermaria de Nefrologia, que servirá de modelo para as outras enfermarias. Em dezembro de 2007, foram iniciadas as atividades do Hospital-Dia, antes realizadas na enfermaria do sexto andar do HC, com a inauguração do prédio de 1.520m2 .

Setores importantes no hospital, como a UTI-Adulto, complexo cirúrgico, imagem e radioterapia receberam investimentos dos governos federal, estadual e de parceria social que viabilizaram reformas e a aquisição de equipamentos e materiais de alta tecnologia, tais como um tomógrafo multislice de 64 canais com recursos da Secretaria de Estado da Saúde, além de sistema computadorizado de planejamento tridimensional em radioterapia, ultrassons, entre outros. Também foram substituídos os cinco elevadores e mais de sete mil luminárias com economia de 3.000 MWh por ano – quantidade de energia elétrica suficiente para abastecer 19.500 residências durante um mês – graças a parceria com a concessionária Elektro, além da troca de parte do sistema de aterramento da rede elétrica do hospital.

Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher
Uma das conquistas do Caism no quadriênio foi a criação de seu Banco de Leite Humano, inaugurado em 17 de novembro de 2005 com o objetivo de melhorar o acolhimento da nutriz atendida na neonatologia, incrementar o apoio e promoção do aleitamento materno, favorecer a amamentação exclusiva ao seio na alta hospitalar e aperfeiçoar as condições de manipulação do leite materno e, desta forma, fornecer ao recém-nascido internado na Neonatologia um leite adequado do ponto de vista nutricional e seguro do ponto de vista microbiológico.

Em agosto de 2006 inaugurou-se o prédio Humanitas, Bloco H, com 2.642 metros quadrados distribuídos em seis andares, com o objetivo de dar continuidade às ações de humanização do hospital oferecendo melhores acomodações, com quartos, banheiros e corredores amplos, cadeiras de acompanhantes, paredes com cores terapêuticas e iluminação natural compondo um ambiente acolhedor.

Foi também criado o Núcleo Técnico de Gestão por Processo, tendo como principal objetivo buscar a sistematização e organização dos processos de trabalho visando à melhoria na assistência prestada e à segurança nas ações para o paciente e para os profissionais que atuam neste serviço. Nesse contexto fizeram-se as descrições e adequações dos processos de trabalho em todo o hospital, segundo a norma regimental que trata da saúde e segurança no trabalho em estabelecimentos de saúde.

Com uma gestão programática da tecnologia da informação e comunicação (TIC), consolidou-se uma política institucional que visa assegurar que toda informação fique disponível operacionalmente, facilitando-se o acesso às etapas de consulta, estudos, pesquisa, elaboração de estatísticas e faturamento, graças a um sistema totalmente informatizado e descentralizado.

Em setembro de 2005 o Caism oficializou a criação do Núcleo de Voluntariado externo do hospital, que tem como finalidade criar condições para o envolvimento da comunidade nas atividades relacionadas ao funcionamento hospitalar e ao atendimento das usuárias.

Em abril de 2007 implantou-se a Central de Atendimento do Serviço Social com o intuito de reorganizar a atuação do Serviço Social no Caism, implantar o programa de documentação para benefícios sociais, o Programa Sala-de-Espera e o programa de atendimento às demandas espontâneas. Desde então, a Central instituiu-se como um espaço de referência do atendimento aos usuários e de garantia da legitimidade das ações do Serviço Social no hospital.

Hospital Estadual de Sumaré
Um dos maiores destaques do Hospital Estadual de Sumaré, que desde o ano 2000 é administrado pela Unicamp, foi a conquista, em julho de 2006, do nível mais importante da certificação de Acreditação Hospitalar – a Acreditação com Excelência Nível 3 –, consagrando-o como um dos três melhores hospitais públicos do país, segundo classificação da ONA (Organização Nacional de Acreditação), órgão credenciado pelo Ministério da Saúde. Na época, apenas oito hospitais no Brasil, cinco dos quais privados, detinham essa acreditação.

Para manter esse padrão de qualidade, o hospital vem investindo em aparelhos de última geração para proporcionar conforto e segurança tanto ao paciente quanto aos próprios profissionais médicos. Isso permitiu que em 2005 o HES se tornasse o primeiro hospital no Estado e uns dos poucos no país a realizar neurocirurgias para extração de tumores cerebrais com pacientes acordados, tendo realizado até hoje oito procedimentos. Também em 2005 o HES foi o primeiro hospital público do Estado a implantar um moderno sistema informatizado de gestão hospitalar, o MV 2000i, que administra as informações clínico-assistenciais, administrativas e financeiras geradas em todos os setores do hospital, inclusive com um módulo exclusivo de prontuário eletrônico do paciente.

Em 2006 o HES foi o terceiro hospital público do Estado e o único na região a implantar o sistema digital PACS (Picture Archiving and Communications System). O sistema, implantado com investimento de R$ 1,5 milhão, possibilita, mediante softwares específicos, capturar, armazenar e distribuir imagens digitais em alta resolução de raios-x, tomografias, ultrassons, endoscopia e ecocardiogramas, gerando redução de custos com filmes, otimizando o fluxo de trabalho e permitindo um diagnóstico rápido e preciso de qualquer área do hospital.

Outro destaque foi a construção da nova UTI pediátrica com seis leitos, sendo um de isolamento com pressão negativa. Também foi entregue a nova área de Ensino e Pesquisa e o Pólo de Capacitação, com 1.800 m2, incluindo salas de aula, anfiteatro e biblioteca. A nova área de Ensino e Pesquisa e o Pólo de Capacitação atendem requisitos exigidos para um hospital de ensino. O investimento foi de R$ 1,3 milhão, custeado pelos ministérios da Saúde e da Educação e pela Secretaria da Saúde do Estado.

Em 2008 o HES deu mais um passo na modernização de seu parque tecnológico. O hospital adquiriu para seu Centro de Diagnóstico o mais moderno equipamento de tomografia computadorizada com 64 imagens por ciclo (Multislice). O equipamento, que custou R$ 1,6 milhão, foi o primeiro do interior do Estado a ser instalado em um hospital público. Esse tipo de tomógrafo representa o mais recente avanço na área da medicina diagnóstica e revolucionou o modo como inúmeras doenças são abordadas.

No tempo de exame de pulmão numa tomografia convencional são necessários cerca de 30 segundos, enquanto que com o MultiSlice 64 canais o tempo para o mesmo estudo é reduzido para três segundos. São cerca de 160 cortes de 0,5mm de espessura em apenas um segundo. O MultiSlice 64 canais permite, por exemplo, o mapeamento anatômico tridimensional de várias patologias, como as do tórax, abdome, pélvis e cardiovasculares, podendo ser utilizada também para o diagnóstico precoce de algumas lesões como os tumores de intestino grosso e do pulmão.

Com a incorporação do MultiSlice Aquilion 64, o HES se torna um dos poucos hospitais do País dotados de tecnologias de última geração na área diagnóstica e de TI como o PACS (Picture Archiving and Communications Systens) e o Sistema MV 2000i.

Em 2008 também houve um incremento nas cirurgias cardíacas pediátricas envolvendo as equipes do HC e do HES. O novo serviço do Hospital, até então restrito na região à Unicamp, amplia o atendimento regional e desafoga o HC. A previsão é realizar 10 cirurgias com diagnóstico de persistência do canal arterial (PCA) de moderada repercussão hemodinâmica por ano.

No final de 2008 o governador José Serra, o prefeito de Santa Bárbara D’Oeste, José Maria de Araújo Júnior, o secretário de Estado da Saúde Luiz Roberto Barradas e o reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, inauguraram (08/12) a Unidade de Cirurgia Ambulatorial do Ambulatório Médico de Especialidades - AME de Santa Bárbara D’Oeste. A administração da Unidade é de responsabilidade do Hospital Estadual Sumaré (HES-Unicamp). Trata-se do primeiro AME Cirúrgico no interior entregue à população pelo Governo do Estado. O investimento da Secretaria de Estado da Saúde em obras e equipamentos foi de cerca de R$ 7 milhões.

A nova unidade de saúde começou a funcionar no dia primeiro de dezembro e terá capacidade de realizar, quando estiver em pleno funcionamento, cerca de 3.150 atendimentos/mês, cobrindo uma população de cinco milhões de pessoas. A unidade dispõe de 1.985 metros quadrados de área construída e vai realizar cirurgias ambulatoriais de diversas especialidades para pacientes de 62 municípios. O hospital também será o primeiro 100% SUS na região a dispor de um serviço de litotripsia, que possui um equipamento para fragmentação de cálculo renal, através de ondas de choque que explodem a pedra, sendo os fragmentos eliminados através da urina. O equipamento custou R$ 1,3 milhão.

A Unicamp tem ainda a responsabilidade de administrar outros quatro AMEs (Rio Claro, Jundiaí, Piracicaba e Bragança) e um novo Hospital Regional (Jundiaí).

Hemocentro
O período de 2005 a 2009 foi um marco em termos de avanço tecnológico, científico, assistencial e de ensino para o Hemocentro. Embora a manutenção do equilíbrio financeiro ainda seja um desafio constante no dia-a-dia da unidade, as realizações foram muitas. Destacam-se a implantação do Laboratório de Imunologia Plaquetária, o aumento significativo da abrangência de distribuição de hemocomponentes, a automação do Laboratório de Imuno-Hematologia Eritrocitária, a aquisição de um dos primeiros equipamentos do país para a análise de mutações de DNA, a implantação de técnica de quimioluminescência para a realização de testes HBSAg e HIV de antígenos e anticorpos, a aquisição de um separador de células e de um analisador Facs-Aria por citometria de fluxo (projeto multiusuário); e ainda a introdução de técnica SSO por citometria de fluxo para identificação de HLA classes I e II por biologia molecular, a implantação do Laboratório de Biologia Molecular de grupo sanguíneo, a adequação da rotina laboratorial para coleta e processamento de amostras de doadores voluntários do Redome (registro de doadores de medula óssea), a implantação da técnica de Elisa para detecção de anticorpos do sistema HLA, a implantação do laboratório de sangue de cordão umbilical, a renovação dos equipamentos para a quimioterapia antineoplásica, a renovação dos equipamentos para o laboratório de HLA, a criação do Núcleo do Centro de Referência multidisciplinar para pacientes com hemofilia incluindo ortopedia, fisioterapia, psicologia e psicopedagogia, e o estabelecimento de parceria com o Ministério da Saúde para armazenamento de plasma humano fresco e congelado.

Foram investidos R$ 943,8 mil na melhoria das instalações do Hemocentro. Para as obras a serem executadas, já com recursos empenhados, os valores somam R$ 594,7 mil, totalizando no período investimento em obras de mais de R$ 1,5 milhão. Quanto à aquisição de equipamentos para evolução do parque tecnológico, foram captados e investidos R$ 2,7 milhões.

Foram firmados no período importantes convênios que permitiram a captação de um pouco mais de R$ 11 milhões em recursos para aquisição de equipamentos, estudos clínicos e prestação de serviços.
No plano da produção acadêmica, o Hemocentro registra no período 18 dissertações de mestrado concluídas e oito em andamento, 23 teses de doutorado concluídas e 18 em andamento, 18 iniciações científicas, 207 trabalhos publicados em periódicos internacionais e mais de 400 trabalhos apresentados em congressos.

O padrão científico do Hemocentro permitiu que fosse captado o montante de R$ 5,1 milhões (para mercado nacional) e USD 1,5 milhão (para mercado internacional) junto à Fapesp, Ministério da Saúde, CNPq, Secretaria da Saúde do Estado e entidades privadas.

Outros Serviços de Saúde
Ao amplo volume de serviços prestados pelas unidades de saúde já mencionadas devem ser acrescidos os indicadores de desempenho das seguintes unidades da área: Centro de Pesquisas em Reabilitação Gabriel Porto, Gastrocentro, Centro Integrado de Pesquisas Oncohematológicas na Infância (Cipoi) e a área de atendimento da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP).









C – RELAÇÕES COM OS SETORES PÚBLICO E PRIVADO

Qualificação de Gestores da Rede Pública do Estado
Em parceria com a Secretaria de Educação do Estado, a Unicamp implementou e realizou um curso de pós-graduação em Gestão Educacional, através de sua Faculdade de Educação, para 6.021 gestores da rede pública de São Paulo – diretores, coordenadores, supervisores e dirigentes regionais de ensino. Desses, 4,2 mil foram aprovados e diplomados em março de 2007. O curso, iniciado em novembro de 2005 e com duração de 16 meses, teve carga de 360 horas-aulas e incluiu aulas presenciais e por teleconferência a 89 diretorias regionais de ensino. Na organização e ministração do curso estiveram envolvidas cerca de 300 pessoas, entre professores, alunos de pós-graduação e técnicos do Centro de Computação da Universidade. O curso é pioneiro no país.

Apoio às Políticas Públicas dos Municípios

1. INOVA NOS MUNICÍPIOS

Desde 2002 a Unicamp, através de sua Agência de Inovação, tem promovido um fórum periódico de debates – o evento Inova nos Municípios – cujo propósito é oferecer idéias que auxiliem na estruturação de políticas públicas nas áreas de cultura, educação, meio ambiente e instrumentos para administração pública. Ao mesmo tempo, a Unicamp se coloca à disposição das prefeituras para a implementação dessas políticas. O projeto articula parcerias com cidades a partir de pesquisas realizadas na Universidade.(leia mais a respeito no Capítulo II - Pesquisa).

2. APOIO TÉCNICO A MUNICÍPIOS E AO SETOR PÚBLICO
Por solicitação do governo do Estado, a Unicamp, através de seu Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) iniciou a organização de um sistema de planejamento e monitoramento agrícola para 34 municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), com o objetivo de melhorar seu desempenho por meio de práticas mais adequadas e da substituição de culturas tradicionais por opcionais. No início de 2006, a Unicamp firmou também convênio de cooperação técnico-administrativa com a Fazenda Pública de Campinas visando melhorar sua eficiência no fluxo de processos mediante a capacitação de escreventes, escrivães e chefias daquela unidade. Destaque também para a assinatura de convênio com o Comando do Exército Brasileiro, através de seu Departamento de Ciência e Tecnologia, para o desenvolvimento de estudos de prospecção sobre o potencial de mercado de tecnologia da informação na região de Campinas.

3. AÇÃO FORMATIVA JUNTO AOS MUNICÍPIOS
A exemplo de outras ações levadas à prática pela Unicamp junto aos municípios – como a qualificação dos gestores de escolas públicas do Estado, o Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (Nepp) e o Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), em parceria com a Rede Nacional de Capacitação Descentralizada do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, realizaram um curso de capacitação de gestores da assistência social que envolveu 35 municípios.

4. ESTUDO DE VIABILIDADE DO PARQUE TECNOLÓGICO DE CAMPINAS
Através de seu Núcleo de Economia Social, Urbana e Regional (Nesur), do Instituto de Economia e da Agência de Inovação (Inova), em parceria com a Prefeitura de Campinas, a Unicamp concluiu um estudo de viabilidade de implantação do Parque Científico e Tecnológico de Campinas no Polo II de Alta Tecnologia, área destinada à implantação de empresas de base tecnológica através de lei municipal. Ao mesmo tempo, iniciou o cadastramento das empresas interessadas em agregar-se ao projeto do Parque. O novo parque compreende uma área prevista de oito milhões de metros quadrados onde já estão localizados o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) e o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) – compreendendo um perímetro que limita com a Unicamp, a PUC-Campinas e a rodovia Campinas-Mogi Mirim. O projeto do Parque está inserido no programa de parques tecnológicos do governo do Estado, que inclui, além de Campinas, as cidades de São Carlos, São José dos Campos, Ribeirão Preto e São Paulo.

Novas Parcerias Estratégicas
Dentro de sua filosofia de aproximação qualificada com o empresariado e com o setor público para a realização de parcerias estratégicas, a Unicamp deu ênfase em 2006 a um importante programa que visa identificar áreas de interesse comum com diferentes organizações. Dentre os esforços realizados nesse sentido, destaca-se a parceria firmada com a Petrobras para projetos de pesquisa e desenvolvimento, mediante a qual a Universidade se envolveu em 19 das 38 redes temáticas definidas pela empresa para incrementar sua atuação nos segmentos de petróleo, gás e energia.

 

GUIA DE NAVEGAÇÃO

I – APRESENTAÇÃO (VERSÃO PDF)

I – ENSINO (VERSÃO PDF)

II – PESQUISA E DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO (VERSÃO PDF)

III – EXTENSÃO (VERSÃO PDF)

IV – O DESEMPENHO DAS UNIDADES (VERSÃO PDF)

V – DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL (VERSÃO PDF)

VI – INFRA-ESTRUTURA (VERSÃO PDF)

 

 

2009 - ASCOM - Assessoria de Comunicação e Imprensa Unicamp | CONTATO |