Centro de Teoria da Filologia da Unicamp promove exposição sobre arte brasileira rupestre em Atenas

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“Grafismos na pedra: a arte rupestre brasileira” pretende explorar a rica expressão visual dos povos indígenas que habitavam o Brasil antes da ocupação portuguesa
“Grafismos na pedra: a arte rupestre brasileira” pretende explorar a rica expressão visual dos povos indígenas que habitavam o Brasil antes da ocupação portuguesa

Uma exposição de fotografias sobre arte rupestre brasileira é o ponto de partida para um diálogo interdisciplinar entre a arqueologia da Grécia e a do Brasil, promovido pelo Centro de Teoria da Filologia (CTF), vinculado ao Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Unicamp, a partir do dia 24 de novembro, na capital grega. Durante três semanas, o público poderá visitar a mostra “Grafismos na pedra: a arte rupestre brasileira” na Casa do Brasil, em Atenas. Além de fotografias, a exposição contará com a exibição de um documentário e uma reprodução imersiva em realidade virtual 3D de uma das áreas exploradas na pesquisa.

Segundo os organizadores, a combinação de artes visuais e tecnologia digital possibilitará uma maneira única de apreciação da arte antiga, detalhando a riqueza das obras integradas à paisagem natural do Brasil e destacando a conexão entre a expressão humana e o ambiente. A exposição apresentará trabalhos de Andrei Isnardis, Chico Ferreira, Júlio Cesar Fagundes, Marcos Jorge e Rogério Tobias Júnior.

Além da exposição, haverá uma conferência nos dias 27, 28 e 29 de novembro, em que pesquisadores brasileiros debaterão com estudiosos gregos que trabalham com cavernas, artes rupestres e outros temas correlatos. A conferência “Pedras nas culturas antigas do Brasil e da Grécia: arqueologia, arte e linguagem” é organizada pelas professoras Isabella Tardin, coordenadora adjunta do IdEA, Celina Lage, da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), e Erica Angliker, da British School at Athens. Angliker e Lage também são curadoras da exposição fotográfica, juntamente com o professor André Prous, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Angliker explica que, diferentemente de outras arqueologias, a arqueologia grega nasce de um diálogo com a cultura literária clássica da Grécia antiga e não propriamente de um diálogo entre temas de interesse arqueológico. “Essa ortodoxia, embora superada, deixou marcas profundas na arqueologia grega. Enquanto outras arqueologias estabeleceram prontamente um diálogo entre elas e compararam seus métodos e resultados, chegando assim a importantes soluções para determinadas questões, a arqueologia grega caminhou e ainda caminha muitas vezes apartada de técnicas e avanços que sempre chegam primeiro nas demais arqueologias.” Segundo ela, temas em comum, como arte rupestre, insularidade e colonização, raramente são estudados dentro da arqueologia clássica. “Isso tudo isola a arqueologia clássica de técnicas e diálogos com outras arqueologias”, defende a pesquisadora da British School at Athens.

A exposição contará com a exibição de um documentário e uma reprodução imersiva em realidade virtual 3D de uma das áreas exploradas na pesquisa
A exposição contará com a exibição de um documentário e uma reprodução imersiva em realidade virtual 3D de uma das áreas exploradas na pesquisa

“Grafismos na pedra: a arte rupestre brasileira” pretende explorar a rica expressão visual dos povos indígenas que habitavam o Brasil antes da ocupação portuguesa, desde as mais antigas, datadas de 12 mil anos, até as produzidas em torno de 2 mil anos atrás. Essas inscrições em rochas revelam as marcas deixadas por essas comunidades ancestrais e pelas sucessivas culturas pré-históricas ao longo do tempo. Entre os temas das sessões da exposição estão: a vida cotidiana e cenas de caça no centro-nordeste do Brasil; figuras geométricas brancas que se sobrepõem a representações mais antigas e coloridas no Brasil central; figuras humanas e representações de rituais do semiárido brasileiro; formas geométricas complexas em abrigos calcários no vale do rio São Francisco; e rostos e formas humanas gravadas nas rochas na Amazônia.

“O debate entre a arte rupestre brasileira e a arte rupestre grega, portanto, pode não somente fornecer respostas para questões em comum, mas também ajudará a arqueologia grega a se posicionar numa interação mais ampla. Além disso, no mundo globalizado, a cultura clássica tem sido chamada a dialogar com outras culturas que também passaram a servir de referencial para a nossa sociedade”, ressalta Angliker.

“Um diálogo entre a cultura clássica e a cultura nativa brasileira está em consonância com as demandas da nossa época. Aqui, é preciso notar que a ideia de se fazer esta exposição em Atenas nasce também das interações entre gregos e brasileiros na Escola de Verão Brasileira na Grécia. Os gregos, desde o início, mostraram-se muito interessados em construir uma via de mão dupla, na qual eles também pudessem aprender um pouco sobre a nossa fascinante cultura”, ressalta a pesquisadora, uma das organizadoras da Escola de Verão.

A Casa do Brasil, na Embaixada do Brasil em Atenas, fica na avenida Vasilissis Sofias, 23, na capital grega, e a exposição acontecerá até o dia 15 de dezembro.

As inscrições em rochas revelam as marcas deixadas por essas comunidades ancestrais e pelas sucessivas culturas pré-históricas ao longo do tempo
As inscrições em rochas revelam as marcas deixadas por essas comunidades ancestrais e pelas sucessivas culturas pré-históricas ao longo do tempo
As inscrições em rochas revelam as marcas deixadas por essas comunidades ancestrais e pelas sucessivas culturas pré-históricas ao longo do tempo
As inscrições em rochas revelam as marcas deixadas por essas comunidades ancestrais e pelas sucessivas culturas pré-históricas ao longo do tempo
As inscrições em rochas revelam as marcas deixadas por essas comunidades ancestrais e pelas sucessivas culturas pré-históricas ao longo do tempo
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Segundo os organizadores, a combinação de artes visuais e tecnologia digital possibilitará uma maneira única de apreciação da arte antiga

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