Na Unicamp, Governo do Estado discute regionalização da Saúde

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O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, participou na manhã desta terça-feira (29), ao lado do secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, da oficina sobre o projeto de Regionalização da Saúde da macrorregião de Campinas e São João da Boa Vista — que congrega 62 municípios. O Departamento Regional de Saúde (DRS) VII engloba Campinas e Região Metropolitana, Circuito das Águas, Bragança Paulista e Jundiaí. Já a DRS XIV, de São João da Vista, responde pelos municípios da Baixa Mogiana, Mantiqueira e São José do Rio Pardo. 

O projeto de Regionalização da Saúde foi proposto pela Secretaria Estadual da Saúde e tem como objetivo reorganizar as unidades de saúde e os investimentos de acordo com as necessidades e demandas de cada região do estado. De acordo com secretário, o objetivo principal do programa, além de melhorar a eficiência do gasto público, é ampliar a oferta de serviços, reduzir filas e, com isso, garantir o acesso ao serviço de saúde de forma igualitária aos usuários, que, muitas vezes, segundo ele, precisam se deslocar para municípios distantes em busca de atendimentos especializados. 

O secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva: saúde deve ser política de estado
O secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva: saúde deve ser política de estado

Realizado no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, o encontro contou com participações de prefeitos da região, entre eles Dario Saadi, de Campinas, e Gustavo Reis, de Jaguariúna, e foi aberto com a apresentação da Orquestra de Violoncelos da Unicamp, Cello Ensemble. Este foi o 9º encontro no estado para debater o assunto. A proposta já foi discutida em cidades como Bauru, Marília, Presidente Prudente e São José do Rio Preto, entre outras.

“Temos de personalizar os sistemas de acordo com cada região”, disse o secretário. “Não dá para pensar a saúde apenas nos limites geográficos do município”, acrescentou Paiva. Segundo o secretário, saúde não pode ser um projeto de governo, mas sim uma política de estado.

O reitor Antonio Meirelles: Campinas tem potencial para transformar a região num polo de produção de tecnologias
O reitor Antonio Meirelles: Campinas tem potencial para transformar a região num polo de produção de tecnologias

O reitor Antonio Meirelles lembrou que a Unicamp defende o SUS (Sistema Único de Saúde) desde o início do programa, ainda no século passado, e garantiu que continuará assim. No entanto, para ele, o desafio agora não é apenas organizar um sistema regionalizado. Segundo Meirelles, Campinas tem potencial para transformar a região num polo de produção de tecnologias, além da assistência.

“Podemos nacionalizar, aqui, a produção de equipamentos ligados à saúde. Podemos ser protagonistas na produção de medicamentos e de toda uma grande indústria tecnológica que cerca a área da saúde”, lembra o reitor. “Com isso, poderemos reduzir custos, melhorar o atendimento e promover melhor distribuição de renda”, acredita. De acordo com o reitor, a Unicamp quer participar desse processo.

O prefeito de Jaguariúna, Gustavo Reis: regionalização com ressalva
O prefeito de Jaguariúna, Gustavo Reis: regionalização com ressalva

O presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas e prefeito de Jaguariúna, Gustavo Reis, defendeu a regionalização, mas fez uma ressalva. Segundo ele, os municípios estão sendo obrigados a investir cada vez mais recursos próprios na área da saúde, e esse processo está levando as prefeituras a um estado de insolvência. “Investimos muito mais que o mínimo exigido. É comum as prefeituras gastarem 30% ou mais do orçamento próprio com saúde. Não estamos aguentando mais”, disse.

Vice-presidente da área da Saúde da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), o prefeito de Campinas, Dario Saadi, disse que a defasagem da tabela SUS ainda vai inviabilizar o atendimento nos municípios. “Quem defende o SUS tem de defender aumento no valor do repasse”, disse. “Se não for assim, será apenas uma retórica vazia”, afirma. Segundo Saadi, quando o SUS foi criado, a União pagava 70% das despesas. “Hoje, isso praticamente se inverteu. Os municípios é que estão pagando a maior parte da conta”, argumenta. “Se continuar assim, daqui a pouco, os municípios não aguentarão mais”, alerta. “Ou reformulamos o SUS, ou todo o trabalho maravilhoso que foi a construção desse sistema cai por terra”, avisa. 

O prefeito de Campinas, Dario Saadi:  “Quem defende o SUS tem de defender aumento no valor do repasse”
O prefeito de Campinas, Dario Saadi:  “Quem defende o SUS tem de defender aumento no valor do repasse”

Carta de Cooperação Mútua

De acordo com o governo do estado, o Programa de Regionalização da Saúde do Estado de São Paulo conta com a parceria do Cosems-SP (Conselho de Secretários Municipais de São Paulo) e o apoio da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), com a qual foi assinada a Carta de Cooperação Mútua para qualificação e fortalecimento da gestão estadual do SUS do estado de São Paulo.

A parceria propõe buscar formas de entrosamento entre as instituições, para criar, manter e dinamizar redes permanentes entre os quadros funcionais e assegurar a cooperação entre eles, segundo o governo.

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