Unicamp repudia manifestação racista

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A Universidade Estadual de Campinas vem a público repudiar as falas de conteúdo racista proferidas por um estudante de outra instituição de ensino, durante apresentação do Grupo de Estudos de Filosofia Indígena realizada no dia 19 de agosto, no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, no âmbito das atividades do evento Unicamp de Portas Abertas (UPA).

A Unicamp reforça o seu compromisso com o processo de inclusão dos povos e pessoas indígenas em sua comunidade, já expressos em suas políticas de acesso e permanência, assim como na busca incessante pela ampliação e pelo aperfeiçoamento destes mecanismos.

Campinas, 21 de agosto de 2023

Reitoria da Unicamp 

Leia nota do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH)

Leia nota do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL)

Leia abaixo, a nota da Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DeDH) sobre o episódio.

Unicamp contra o racismo: carta em resposta aos acontecimentos do dia 19

No último sábado, 19 de agosto de 2023, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) realizou, como em todos os anos, o evento denominado Unicamp de Portas Abertas (UPA). Nessa ocasião, as unidades de ensino, de pesquisa, de extensão e de administração da Universidade apresentaram, a milhares de estudantes e outros membros externos, as atividades realizadas em seus ambientes.

Uma dessas atividades consistiu na exposição de trabalhos do Grupo de Estudos de Filosofia Indígena, realizada no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Durante as discussões, uma pessoa de fora da comunidade da Unicamp presente na sala começou a desferir falas racistas, direcionadas aos povos indígenas. A pessoa afirmou, entre outras coisas, que indígenas "são vagabundos", que fumam "um cachimbão de maconha", sendo, portanto, são "maconheiros", e que "índio deveria se adequar à sociedade" e parar de falar "línguas que ninguém entende".

As falas se enquadram claramente no crime de racismo (ofensas proferidas contra um grupo de pessoas de uma mesma raça/de um mesmo grupo étnico) e evidenciam também a ignorância e má-fé da pessoa em questão. Havia pessoas indígenas presentes na sala, mas elas não foram as únicas atingidas diretamente. As ofensas atingem os demais estudantes indígenas da Unicamp e outras pessoas indígenas do país, além de toda a comunidade da Unicamp e todos os que se preocupam com construir uma sociedade livre de atitudes racistas como essa. Ao ser questionada sobre suas falas, a pessoa disse que apenas havia exercido seu "direito de expressão". O direito individual de expressar opiniões divergentes não deve, no entanto, jamais justificar uma ofensa contra a dignidade humana.

A Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DeDH), por meio de sua Comissão Assessora para a Inclusão Acadêmica e Participação dos Povos Indígenas (Caiapi), vem, assim, manifestar seu completo repúdio ao ocorrido e informar que está apoiando a tomada de providências legais para que haja a punição exemplar do responsável e para que sejam realizadas todas as demais medidas cabíveis frente ao crime cometido.

Por fim, queremos reiterar que acreditamos na importância da presença, em nossa Universidade, de pessoas pertencentes a povos tradicionais, com seus saberes, justamente no sentido de ampliar as possibilidades de abertura da sociedade brasileira a todas as formas de conhecimento.

Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DeDH)

Comissão Assessora para a Inclusão Acadêmica e Participação dos Povos Indígenas (Caiapi)

 

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A Unicamp reforça o seu compromisso com o processo de inclusão dos povos e pessoas indígenas em sua comunidade

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