Consu aprova título de Professor Emérito a Wilson Suzigan

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O Conselho Universitário (Consu) aprovou por unanimidade, na manhã desta terça-feira (1/8), a concessão do título de Professor Emérito da Unicamp ao economista Wilson Suzigan.

A proposta de concessão foi assinada pela comissão especial composta pelos professores Miguel Juan Bacic (presidente), Clélio Campolina Diniz e Itala Maria Loffredo D´Ottaviano e apresentada pelo Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências (IG). De acordo com o parecer da comissão, Suzigan é responsável por obras de grande relevância sobre história econômica, política e economia industriais e inovação no Brasil.

A proposta de concessão do título de Professor Emérito a Wilson Suzigan foi aprovada por unanimidade, na manhã desta terça-feira (1/8), a concessão do título de Professor Emérito pelo Conselho Universitário
A proposta de concessão do título de Professor Emérito a Wilson Suzigan foi aprovada por unanimidade, na manhã desta terça-feira (1/8), a concessão do título de Professor Emérito pelo Conselho Universitário 

Suzigan ingressou em 1985 no Instituto de Economia (IE) da Unicamp, no qual permaneceu até sua aposentadoria, em 1998. O pesquisador continuou participando das atividades de ensino, pesquisa e extensão do IE como professor colaborador até 2004, quando se transferiu para o DPCT, do qual fez parte até 2022.

Professor, pesquisador e orientador, Suzigan recebeu, em 2007, o título de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, distinção entregue pela Presidência da República.

O relatório do DPCT cita o economista Flávio Saes, para quem Suzigan “é sobejamente conhecido entre historiadores e economistas” pela relevância de sua vasta obra, que abarca não apenas temas de história econômica – em especial a industrialização brasileira – como também da economia brasileira – principalmente política industrial, inovação tecnológica, arranjos produtivos locais, relação universidade-indústria, entre outros. “Há um consenso na comunidade acadêmica sobre a seriedade e competência de Wilson Suzigan enquanto pesquisador de nossa história e de nossa economia,” diz o colega.

“Para mim, foi uma grande honra integrar essa comissão”, disse Bacic. “O professor Suzigan é um profissional respeitadíssimo e queridíssimo, tanto no IE quanto no IG”, acrescentou. “Ele teve uma contribuição enorme para o grupo que pensa o desenvolvimento do país e o papel das instituições de ensino e pesquisa nesse desenvolvimento.”

Bacic lembrou uma citação feita por Diniz, ex-reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e ex-ministro de Ciência e Tecnologia. Segundo Bacic, o colega chegou a fazer um alerta. “Trata-se de um título merecidíssimo. É muito importante reconhecer a importância do professor Suzigan”, teria dito Diniz.

Suzigan nasceu em Americana, na Região Metropolitana de Campinas (RMC), em 26 de fevereiro de 1942. Sua trajetória acadêmica teve início em 1961, no curso de graduação em Ciências Econômicas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Em seguida, foi aluno da primeira turma de mestrado em Economia no Brasil, na Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro e defendeu, em 1968, sua dissertação, intitulada “O Processo de Substituição de Importações no Brasil”.

Wilson Suzigan chegou no Instituto de Economia em 1985 onde permaneceu até 1998, quando se aposentou
Wilson Suzigan chegou no Instituto de Economia em 1985 onde permaneceu até 1998, quando se aposentou

Suzigan fez seu doutorado na Universidade de Londres, no período de 1981 a 1984, quando defendeu a tese de doutorado “Investment in the manufacturing industry in Brasil, 1869-1939”. Após o mestrado, e até 1984, foi funcionário de carreira do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão em que atuou como pesquisador e coordenador da área de pesquisa econômica.

“O Instituto de Economia não apenas apoia a concessão do título como abraça essa ideia”, disse o diretor do IE, professor André Biancarelli. “O professor Suzigan tem uma enorme contribuição em questões vitais para o país, com a realização de estudos pioneiros sobre a história da economia, inclusive com a construção de dados”, disse Biancarelli. “Além disso, tem trabalhos relevantes sobre política industrial e de inovação. Por isso, o IE recebe com entusiasmo essa proposta”, finalizou.

De acordo com o parecer da comissão especial, a amplitude da contribuição acadêmica de Suzigan manifesta-se em suas publicações e em suas orientações de pós-graduação realizadas na Unicamp. O pesquisador publicou 69 artigos acadêmicos em revistas brasileiras e internacionais de grande repercussão, publicou e organizou 17 livros de referência e publicou 38 capítulos de livros.

Como orientador, supervisionou 27 teses de doutorado, 18 dissertações de mestrado e 42 projetos de iniciação científica, todos na Unicamp. Como editor de revistas acadêmicas, Suzigan é membro do corpo editorial de diversas delas, mas teve papel destacado na implantação e na editoração de duas revistas de referência no debate brasileiro. Uma delas é a revista Economia, da Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia (Anpec), revista essa cuja criação, em 1999, ficou a cargo de Suzigan. O pesquisador ocupou o cargo de editor da publicação até 2001.

A outra publicação é a Revista Brasileira de Inovação, criada e implantada por Suzigan em 2002 e na qual ele desempenha o papel de editor até os dias atuais. O periódico, hospedado no IG desde 2006, é uma das principais revistas indexadas na área de estudos da inovação no Brasil.

O reitor da Unicamp, professor Antonio José de Almeida Meirelles – que fez doutorado em Ciência Econômica no IE –, disse poder atestar a importância da contribuição de Suzigan. “Especialmente neste período que estamos vivendo, de retomada do rumo do desenvolvimento, a ciência e a tecnologia são fundamentais para a construção de uma política industrial e de inovação”, disse o reitor.

Para Meirelles, tanto o IE quanto o DPCT cumprem o relevante papel de pensar a história da política científica e tecnológica do Brasil. “E pensar uma economia do desenvolvimento sintetiza o papel dos dois departamentos em nossa Universidade”, finalizou.

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A proposta de concessão foi apresentada pelo DPCT do Instituto de Geociências

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