Conselho Universitário aprova adesão da Unicamp ao Provão Paulista

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O Conselho Universitário (Consu) aprovou, nesta terça-feira (1), a adesão da Unicamp ao chamado Provão Paulista — uma nova modalidade de acesso às universidades públicas do estado de São Paulo que beneficia estudantes da rede pública estadual de ensino. No total, o novo sistema deverá abrir cerca de 13 mil vagas em cursos superiores da Unicamp, USP (Universidade de São Paulo) e Unesp (Universidade Estadual Paulista), além da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) e das Faculdades de Tecnologia (Fatecs) do Centro Paula Souza.

Do total de 20% das vagas oferecidas pela Unicamp por meio de ações afirmativas, 10% ficarão para a modalidade Enem e 10% para o Provão Paulista.

O novo modelo seguirá os moldes do vestibular, com aplicação presencial das provas, que serão elaboradas pela Vunesp. As provas serão aplicadas em cada escola, em data única. Todos os estudantes do ensino médio da rede estadual, incluindo as Etecs (Escolas Técnicas Estaduais), poderão participar. As vagas serão abertas nas universidades já para o ano de 2024.

Para ingresso em 2025, o acesso às vagas nas universidades será obtido pela nota acumulada pelos alunos nas edições de 2023 e 2024, devendo abarcar os dois anos finais do ensino médio. Para ingresso a partir de 2026, serão considerados os resultados nas provas aplicadas ao longo dos três anos de ensino médio.

A parceria das três universidades com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, que criou o Provão Paulista, prevê ainda um auxílio a ser pago pelo órgão estadual para alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

De acordo com a secretaria, essa seria uma forma de mitigar os riscos de evasão ou abandono durante o curso universitário. O programa estadual também deve contemplar o oferecimento de bolsas para estudantes do último ano dos cursos de licenciaturas das universidades estaduais paulistas para que cumpram estágios nas escolas da rede estadual de ensino.

O pró-reitor de graduação da Unicamp, professor Ivan Toro, vê uma série de vantagens no novo modelo. "Teremos controle da prova, pois será feita com a participação das universidades paulistas. Isso é bom, porque amplia a proximidade com as outras universidades e garante a qualidade da prova", afirmou ele.

"Além disso, nosso diálogo com o ensino médio do estado será aumentado. Vamos entender melhor o que os alunos estão aprendendo; vamos verificar o que precisamos melhorar em nossas licenciaturas e, a médio e longo prazo, poderemos melhorar nossa graduação, já que, em tese, poderemos receber alunos com uma base de ensino melhor", acrescentou.

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Nova modalidade aprovada pelo Consu, do total das vagas da Unicamp, 20% serão por meio de ações afirmativas, 10% ficarão para a modalidade Enem e 10% para o Provão Paulista

Novo modelo

O coordenador da Comissão do Vestibular Unicamp (Comvest), professor José Alves, disse que o novo modelo faz uma adequação ao processo de seleção. "Não adianta fazer uma prova idealizada, com um candidato real inexistente. Eu só posso fazer a prova com um candidato real existente, com as condições educacionais que eles viveram nos últimos anos, inclusive com os impactos da pandemia", disse o professor.

O coordenador garantiu que a nova porta de acesso não vai reduzir as políticas afirmativas já em desenvolvimento na Universidade. "As ações afirmativas continuam as mesmas, porque estamos apenas mudando o percentual de 20% do Enem — para 10% Enem e 10% Provão —, sendo que, destes, a metade é para pretos e pardos. Estamos dentro do mesmo espírito", garantiu ele.

Segundo Alves, 85% dos matriculados no ensino médio estão nas escolas públicas e, portanto, esta é mais uma ação das Universidades de permanecerem mais próximas desse público.

O reitor da Unicamp, professor Antonio José de Almeida Meirelles, lembrou que a base de estudantes que serão atingidos pela medida vai aumentar de forma significativa e, por conta disso, avalia que a qualidade do ensino público poderá melhorar. "Cerca de 20 mil dos inscritos nos nossos vestibulares são do Enem. Com o provão, o número de estudantes das escolas públicas sobe para 320 mil no Ensino Médio e mais ou menos 40 mil nas escolas técnicas. A base vai aumentar muito", argumentou.

Assista à sessão ordinária do Consu, ocorrida no período da manhã: 

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Nova modalidade aprovada de acesso às universidades públicas do estado de São Paulo que beneficia estudantes da rede pública estadual de ensino

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