Professor Marcelo Villalva, da Feec, morre aos 45 anos

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O professor Marcelo Villalva durante apresentação do projeto de parceria entre a Unicamp e a TotalEnergies, em junho deste ano
O professor Marcelo Villalva durante apresentação de projeto em junho deste ano

Morreu na madrugada desta sexta-feira (21), em Campinas, o professor Marcelo Gradella Villalva, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec) da Unicamp. O docente, responsável por criar o Laboratório de Energia e Sistemas Fotovoltaicos (Lesf) da Universidade, tinha 45 anos. O sepultamento ocorreu no final da manhã no Cemitério Parque Nossa Senhora Conceição, nos Amarais, em Campinas.

“Trata-se de uma perda irreparável”, disse o diretor da Feec, professor Hugo Hernández Figueroa. “Um jovem, que vinha produzindo muito acima da média e com projetos de extensão de grande impacto na área de energia”, acrescentou.

“Villalva era o responsável por um ‘curso-estrela’ sobre tecnologia fotovoltaica. Vinha gente de fora do Estado só para aprender com ele”, relembra o diretor. “Agora mesmo, estava na coordenação de um projeto grande, em parceria com o setor privado”, revelou o diretor, referindo-se a um convênio firmado pela Unicamp com uma empresa multinacional de energia.  

Esse convênio, de R$ 22,9 milhões, assinado em meados de junho, terá a duração de três anos e prevê a execução de seis projetos, além da construção de uma usina de geração de energia elétrica por placas fotovoltaicas e a reforma de laboratórios de pesquisa. A parceria prevê ainda a contratação de 33 bolsistas de doutorado, pós-doutorado e iniciação científica e envolverá a atuação de 14 professores e pesquisadores.

“Ele estava com a carreira de vento em popa. Sua trajetória era muito promissora. Tinha uma atuação forte na extensão, mas também na orientação de um grande número de alunos. Na verdade, ele deixa muitos alunos órfãos”, afirmou o professor Bruno Masiero, diretor associado da Feec. “Além do trabalho de muito destaque na extensão, ele tinha atuação social muito forte”, acrescentou Masiero.

Nascido em 1978, Villalva cursou o ensino médio no Cotuca (Colégio Técnico de Campinas) entre 1993 e 1995 e ingressou em 1997 no curso de graduação em Engenharia Elétrica. Ao finalizar a graduação, passou por três iniciações científicas e, em 2002, ingressou no mestrado sob a orientação do professor Ernesto Ruppert Filho.

Concluiu o doutorado em Engenharia Elétrica em 2010 e realizou um estágio de pós-doutorado até 2011. Ingressou como docente na Feec em 2013, depois de passar um breve período na Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Até este ano de 2023, Villalva havia publicado e/ou apresentado 160 trabalhos científicos em periódicos, conferências e capítulos de livros. Captou cerca de R$ 40 milhões em recursos extraorçamentários para a Unicamp e orientou 19 pesquisas de mestrado e cinco pesquisas de doutorado. O docente deixou em andamento 22 orientações de mestrado e doutorado.

Além disso, Villalva coordenou 12 projetos de pesquisa e desenvolvimento com empresas privadas e realizou nove anos ininterruptos de atividades administrativas na Unicamp, entre elas a de membro do Conselho Científico do Nipe (Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético) e a de coordenador de extensão da Feec. O docente criou ainda três cursos de extensão na Universidade.

“Essa é uma perda imensurável. Ele era um jovem de carreira extremamente promissora”, disse o pró-reitor de Pesquisa da Unicamp, professor João Romano. “Ele tinha grande capacidade para a captação de projetos e trabalhava com temas estratégicos para o país”, acrescentou. “Vai fazer muita falta”, concluiu. Villalva era casado e deixa quatro filhos. 

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