Universidades do Estado de São Paulo discutem políticas para saúde mental 

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Mesa de abertura do 1º Seminário de Saúde Mental nas Universidades Públicas do Estado de São Paulo que teve por objetivo compartilhar experiências e propor soluções que contribuam para o bem-estar de estudantes, funcionários e docentes

Representantes de seis universidades estiveram na Unicamp para o 1º Seminário de Saúde Mental nas Universidades Públicas do Estado de São Paulo. O evento surgiu da preocupação das instituições com o sofrimento mental da comunidade acadêmica e envolveu palestras e discussões sobre esse cenário. O objetivo foi compartilhar experiências e propor soluções que contribuam para o bem-estar de estudantes, funcionários e docentes. 

Participaram do encontro: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Na abertura do evento, o reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, apontou que as dificuldades aprofundadas no período de pandemia tiveram grande impacto na saúde da comunidade acadêmica, em especial dos estudantes. Ele destacou, ainda, que as políticas de inclusão vêm mudando o perfil da universidade e precisam ser acompanhadas da atenção à saúde mental, além de apoio pedagógico e financeiro. 

“[A saúde mental] é essencialmente importante para os estudantes. A inclusão é o nosso grande desafio e terá um impacto extremamente significativo no país. Precisamos fazer isso dar completamente certo.”

Segundo Meirelles, para manter esse projeto, é necessário, além do esforço das universidades, levar ao governo federal e aos estaduais a demanda pelo fortalecimento das políticas de permanência, dentre elas a atenção à saúde mental e o apoio financeiro, que vem sendo afetado de forma drástica nas instituições federais.

A mesa de abertura também contou com a chefe do Departamento de Psiquiatria da Unicamp, Heloisa Helena Celeri, a pró-reitora de Inclusão e Pertencimento da USP, Ana Lucia Lanna, a coordenadora de Saúde e Segurança do Trabalhador da Unesp, Ludmila Braga, a reitora pro-tempore da Unifesp, Raiane Assumpção, a vice-reitora da UFSCar, Maria de Jesus dos Reis, e o pró-reitor de Graduação da Unicamp, Ivan Toro.

Psiquiatra e professor voluntário da Unesp José Manoel Bertolote
O psiquiatra e professor voluntário da Unesp José Manoel Bertolote realizou a conferência de abertura do evento 

Saúde mental e universidade

O psiquiatra e professor voluntário da Unesp José Manoel Bertolote realizou a conferência de abertura do seminário, intitulada Saúde mental na universidade, saúde mental da universidade. O professor, que foi Coordenador do Programa de Controle de Transtornos Mentais e Doenças Neurológicas da Organização Mundial da Saúde (OMS) por 19 anos, explicou o histórico das definições de saúde, indicando que as saúdes física, mental e social estão interligadas. 

Ele também destacou que as universidades mais bem classificadas no ranking da Times Higher Education (THE), um dos mais prestigiados do mundo, não são aquelas mais bem classificadas no ranking de Saúde e Bem-estar da mesma organização. Isso mostra, segundo o psiquiatra, que é preciso uma conexão maior entre os critérios acadêmicos e a saúde dos membros da comunidade acadêmica. 

Na sequência da palestra, ocorreu a mesa Bem-estar e sofrimento nas universidades, com as professoras Rosana Onocko (Unicamp), Miriam Debieux (USP) e Maria de Jesus dos Reis (UFSCar). As docentes focaram a saúde mental dos membros mais vulneráveis da comunidade acadêmica, abordando a necessidade de reconhecer o valor e a cultura de cada um, de estabelecer relações solidárias e de levar em consideração que há uma relação entre os índices de sofrimento mental e os grupos que mais sofrem violências de gênero e raça. 

No sentido horário: Miriam Debieux (USP), Maria de Jesus dos Reis (UFSCar) e Rosana Onocko (Unicamp) participaram da mesa Bem-estar e sofrimento nas universidades
No sentido horário: Miriam Debieux (USP), Maria de Jesus dos Reis (UFSCar) e Rosana Onocko (Unicamp) participaram da mesa Bem-estar e sofrimento nas universidades

Uma pesquisa realizada pela professora Reis com alunos da USP e da UFSCar indica que violências como preconceito, agressões verbais e sexuais explicam 59% dos casos de sofrimento mental. “A violência, o desrespeito e o preconceito nas relações sociais claramente têm sido elementos associados ao sofrimento mental nas instituições. Precisamos traçar uma via de respeito social se quisermos reduzir esse poder indecoroso de previsão que estamos vendo”, avaliou a docente.

Após a mesa, os participantes do seminário reuniram-se em grupos de trabalho que discutiram a saúde mental para estudantes, professores e funcionários. O objetivo foi compartilhar experiências e propor políticas que contribuam para o bem-estar da comunidade acadêmica. Uma carta de intenções está sendo elaborada com base na discussão.

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O evento surgiu da preocupação das instituições com o sofrimento mental da comunidade acadêmica e envolveu palestras e discussões sobre esse cenário

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Atualidades

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