Inspirada em textos modernistas, videoperformance abre projeto “Todos os 22”

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Ouça o podcast sobre a Semana Rastro dos Rastros de 1922 organizada pela Unicamp: 

Acompanhe a programação do dia 17/2 transmitida pela TV Unicamp: 

Assista aos vídeos disponíveis: 

Em 1987, a professora e pesquisadora do Instituto de Artes da Unicamp, Marília de Andrade, apresentou o espetáculo “Impressões brasileiras”. Inspirada em mitos amazonenses e em textos de Raul Bopp, Oswald de Andrade e Mario de Andrade, a obra foi criada para as o Museu Villa-Lobos, no centenário do nascimento do compositor. Ontem, 13 de fevereiro, data em que se comemoram os 100 anos da Semana de Arte Moderna, rastros deste espetáculo abriram o projeto “Todos os 22” da Unicamp. O objetivo é discutir os vários sentidos e impactos das efemérides a serem rememoradas em 2022, como o centenário do Rádio, do Partido Comunista do Brasil (PCB) e da ascensão do fascismo, o bicentenário da Independência, os 40 anos da Editora da Unicamp e os 60 anos da Fapesp.

Sob a direção de Marília de Andrade, filha de Oswald de Andrade, foi apresentada a videoperformance “Rastros de Impressões Brasileiras: em 2022, a Filha da Rainha Luzia encontra o Boi”, com música de Villa-Lobos e atuações das professoras do Departamento de Artes Corporais (DACO) do Instituto de Arte da Unicamp, Daniela Gatti e Mariana Baruco. “O roteiro do espetáculo é baseado em textos de Mario de Andrade e do meu pai, e no poema Cobra Norato, de Raul Bopp, um dos principais nomes do Movimento Antropófago”, explicou Marília, fundadora do Departamento de Artes Corporais da Unicamp. O poema é uma saga em que um herói vaga pela Amazônia para encontrar a filha da Rainha Luzia. “A apresentação é uma síntese do espetáculo de 1987. Ela traz rastros do meu encontro com Villa-Lobos e com meu pai, rastros da minha carreira como dançarina e coreógrafa, rastros da Semana de 22”, disse Marília na palestra que antecedeu a apresentação.

Videoperformance “Rastros de Impressões Brasileiras: em 2022, a Filha da Rainha Luzia encontra o Boi” com atuação das as professoras do Departamento de Artes Corporais (DACO) do IA, Daniela Gatti e Mariana Baruco
Videoperformance “Rastros de Impressões Brasileiras: em 2022, a Filha da Rainha Luzia encontra o Boi” com atuação das as professoras do Departamento de Artes Corporais (DACO) do IA, Daniela Gatti e Mariana Baruco

O evento do dia 13 marcou o início da Semana Rastro dos Rastros de 1922, que vai explorar as influências do pensamento modernista na arte brasileira, integrando diferentes linguagens artísticas. A programação conta com diversas manifestações contemporâneas que revisitam fragmentos do movimento modernista e que atualizam conceitos formulados à época.

A Semana tem a curadoria das professoras do Departamento de Artes Corporais do Instituto de Arte, Daniela Gatti e Mariana Baruco. Para Daniela, a Semana de 22 trouxe o desejo de uma modernidade que integre vida e arte, um espírito de mudança por meio da cultura popular. “Rastros nasce do desejo de evocar a força da arte contemporânea brasileira”, afirmou. “Trazer arte para a abertura das celebrações é mostrar sua importância na vida em sociedade, em especial nesse momento de desvalorização da arte e dos artistas”, disse Mariana.

Para o Pró-reitor de Extensão e Cultura, Fernando Coelho, o evento permite relembrar, mas também refletir sobre as artes em nosso país. Raquel Meneguello, Pró-reitora de Pós-Graduação, lembrou da possibilidade de fazer um balanço da Modernidade na sociedade brasileira, nos campos da cultura e da política. Maria Luiza Moretti, coordenadora geral da Universidade, ressaltou a importância de celebrar a Semana de 22. Em sua fala, ela agradeceu os pesquisadores, professores, artistas e órgãos envolvidos na organização da Semana: o Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural (CIDIC), Orquestra Sinfônica da Unicamp, Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora (NICS) e ao Lume Teatro.

A direção da videoperformance foi de Marília de Andrade, filha de Oswald de Andrade, com música de Villa Lobos
A direção da videoperformance foi de Marília de Andrade, filha de Oswald de Andrade, com música de Villa-Lobos

O reitor da Unicamp, Antonio Meirelles, frisou que as comemorações são uma oportunidade discutir o futuro do país, em várias áreas. “Considero importante aproveitar estas reflexões para pensar também o papel e o futuro da Universidade”, afirmou. O diretor do Instituto de Artes, professor Paulo Ronqui, lembrou que o Instituto é também um fruto da Semana de 22. “As ideias da Semana continuam vivas no IA e na Unicamp. Todos poderão ver isso ao longo desta Semana, em 2022”, disse.

A programação da Semana Rastro dos Rastro segue até a próxima sexta-feira (18), sempre das 18h até as 20h. Todos os eventos serão transmitidos no canal da Unicamp no YouTube. Saiba mais no site do projeto “Todosos22”.

Assista a abertura oficial da Semana Rastro dos Rastro de 1922:

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Semana Rastro dos Rastros de 1922 mostra influências diretas do pensamento modernista integrando diferentes linguagens artísticas

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Atualidades

A honraria foi aprovada por unanimidade pelo plenário da Câmara Municipal de Campinas 

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O professor de Direito Internacional  da Unicamp Luís Renato Vedovato foi o convidado do videocast Analisa, uma produção da Secretaria Executiva de Comunicação

Cultura & Sociedade

O coral leva um repertório de música popular brasileira, com as canções da parceria Toquinho e Vinícius, e o samba paulista de Adoniran Barbosa

Para o pró-reitor, Fernando Coelho, a extensão deve ser entendida como “o braço político do ensino e da pesquisa”