“Melzinho do amor” oferece graves riscos à saúde, alerta Laboratório de Toxicologia da Unicamp

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audiodescrição: montagem com fotografias coloridas dos sachÊs do produto conhecido como melzinho do amor
Embora as embalagens apontem um produto 100% natural, as amostras analisadas contém os fármacos Sildenafila e Tadalafila, cuja utilização sem prescrição oferece riscos à saúde

O Laboratório de Toxicologia Analítica do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp (CIATox) analisou três amostras do produto conhecido popularmente como “melzinho do amor”. Apesar de as embalagens apontarem uma composição 100% natural, foi detectada a presença de dois fármacos de origem sintética utilizados para tratamento da disfunção erétil. Sem a devida prescrição e administrados de forma combinada, as substâncias podem causar efeitos colaterais graves, e até mesmo risco de morte. A comercialização dos produtos é proibida, mas ele ainda é anunciado como um estimulante sexual e vendido em comércio ambulante e lojas na internet.

O “melzinho do amor” é vendido em formato de sachê. Na embalagem, a composição registra substâncias como: café, extrato de caviar, ginseng, maçã, gengibre, canela, mel da Malásia e Tongkat Ali (Eurycoma longifolia). No entanto, a análise do CIATox detectou também Sildenafila e Tadalafila, fármacos encontrados em medicamentos para disfunção erétil, vendidos somente com prescrição médica. 

O uso dos princípios ativos da Sildenafila e da Tadalafila, ressalta o coordenador executivo do CIATox, José Luiz Costa, depende de avaliação médica prévia, sobretudo para pessoas que sofrem de problemas de saúde, como cardiopatias e hipertensão descontrolada. A utilização sem prescrição desses fármacos pode provocar efeitos indesejados graves, como o priapismo prolongado (uma ereção longa e dolorosa com risco de necrose do pênis) e lesão irreversível do membro. Para mulheres com problemas de saúde, como cardiopatias, também há riscos.

audiodescrição: fotografia colorida de três tudos de ensaio contendo uma substância amarela dentro
Em uma das amostras, foram encontradas a Sildenafila e Tadalafila de forma combinada, o que pode aumentar os riscos à saúde

Em caso de ingestão concomitante com álcool ou outros fármacos, há risco de intensificação de efeitos colaterais, como tontura, hipotensão arterial e dores de cabeça. Em pacientes cardiopatas, a Sildenafila e a Tadalafila podem acarretar hipotensão grave, potencialmente fatal.

“Quando uma pessoa toma um medicamento com recomendação, o médico sabe quais são seus problemas de saúde. O risco de efeito adverso existe, mas é controlado. Alguém que faz uso desses medicamentos por conta própria pode estar colocando sua saúde em risco sem saber. Apesar do rótulo dizer que na composição constam apenas extratos de plantas, não há  nada de natural neles”, afirma. 

José Luiz aponta que a análise buscou comparar as concentrações de Sildenafila e Tadalafila presentes nos sachês com as concentrações indicadas em tratamentos médicos. Os resultados apontaram concentrações maiores em uma amostra e menores em outra. Em uma das análises foram encontradas as duas substâncias de forma combinada, o que pode aumentar o risco de efeitos colaterais. 

As três amostras analisadas pelo CIATox se referem aos produtos “Power Honey - vitality and performance” (amarelo), “Power Honey - vitality and performance” (rosa) e  “Alibaba Power Honey – with Caviar, Coffee and Longhal Ali Powder”.

Venda do produto é proibida pela Anvisa

A venda do produto conhecido como “melzinho do amor” é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) desde 27 de maio de 2021, através da Resolução 2.133. As amostras não apresentavam registro no órgão ou comprovação de sua real composição. Sua comercialização é considerada crime hediondo. Ainda assim, é possível encontrar os produtos em comércio ambulante, em sites da internet e em sexshops.

Alerta aos serviços de emergência

O CIATox sugere aos Serviços de Emergência que se mantenham atentos a casos de ingestão desses produtos, e que os notifiquem junto à Vigilância Sanitária e ao Centro de Informação e Assistência Toxicológica mais próximo. Em casos de pacientes com suspeita de abuso dessas substâncias, o CIATox se coloca à disposição para auxiliar no diagnóstico laboratorial através de análises de fluidos biológicos ou dos produtos consumidos. 

“Vale destacar que essa foi uma ação de farmacovigilância do CIATox. Não tivemos casos de intoxicação aqui, mas se não forem tomados cuidados e se não forem feitos esses alertas, pode ser que eles apareçam, seja em Campinas ou em outro município do Brasil”, alerta José Luiz. 

O CIATox funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. Para dúvidas e orientações, o telefone é 19 3521755

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audiodescrição: fotografia colorida mostra uma mão, com luva azul, segurando três tubos de ensaio; neles há uma substância amarelada dentro

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