Os multiplicadores de empatia

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Há mais de um ano a pandemia vem afetando a saúde mental e emocional das pessoas que trabalham na linha de frente dos hospitais em todo Brasil e no mundo. São inúmeros fatores que sobrecarregam médicos, enfermeiros e demais profissionais que atuam na área da saúde. São muitas demandas: casa, filhos, trabalho e as novas ondas de covid deixam a situação cada dia pior e com uma sensação de que esse momento desafiador não tem fim. Tudo isso pode gerar um estresse tóxico, cansaço, irritabilidade, depressão e ansiedade. Neste contexto, a fim de contribuir para o alívio emocional, redução do estresse e fortalecimento da resiliência dos profissionais que atuam na linha de frente no combate ao coronavírus, os instrutores de Comunicação Não Violenta Sandra Caselato, Yuri Haasz e Daniele Rafael, juntamente com a psicóloga Flavia Zanini, do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), desenvolveram o projeto “Empatia de Emergência”. 

Parte dos colaboradores do projeto "Multiplicadores de Empatia" durante reunião remota
Parte dos colaboradores do projeto "Multiplicadores de Empatia" durante reunião remota

A proposta é ensinar práticas simples de autorregulação e corregulação do estresse por meio da autoconexão e da escuta empática, baseadas nos princípios da Comunicação Não Violenta aos profissionais que estão passando por momentos de extrema sobrecarga física e psicológica. O objetivo das práticas é proporcionar cada vez mais autonomia e habilidades de autocuidado e cuidado mútuo que podem ser utilizadas no dia a dia, fortalecendo uma cultura de empatia, acolhimento e humanização das relações no ambiente. 

A prática que sustenta e inspira o projeto é a Comunicação Não Violenta ou CNV, como também é chamada. Ela foi sistematizada pelo psicólogo estadunidense Marshall Rosenberg e seu objetivo é humanizar as relações através de práticas focadas na empatia e na autenticidade, e pode ser utilizada para apoiar emocionalmente pessoas que estão passando por momentos de muito estresse. 

Yuri Haasz, um dos criadores do projeto, é o primeiro brasileiro certificado pelo Centro Internacional de Comunicação Não Violenta e, juntamente com a psicóloga Sandra Caselato, vem há mais de 10 anos difundindo este conhecimento por todo o país nas mais diversas áreas: saúde, educação, empresas, governo, comunidades, mediação de conflitos, entre outras.

A consultora de empresas Daniele Rafael e a psicóloga do Caism Flavia Zanin, também criadoras do projeto, vêm oferecendo há um ano, através da Escola de Educação Corporativa (Educorp) da Unicamp, o curso Liderança Colaborativa, onde partilham os conceitos básicos da Comunicação Não Violenta. Vinte colaboradores dos hospitais e funcionários da Unicamp, que tiveram contato com a CNV neste curso, estão atuando no projeto como “Multiplicadores da Empatia”. 

Os impactos positivos que a CNV já vinha trazendo aos funcionários da instituição foi fator fundamental para a grande aceitação e sucesso do projeto, que tem apoio dos representantes da Divisão de Recursos Humanos, do Núcleo de Qualidade e Segurança em Saúde e do Departamento de Enfermagem do HC (Hospital das Clínicas) e do Caism. 

O projeto piloto foi desenvolvido e aplicado entre os meses de maio e julho de 2021 e criada uma rede de trabalho com 40 profissionais. Além dos “Multiplicadores da Empatia” e da equipe de execução, 8 facilitadores de CNV foram convidados a participar como “Apoios Ponte”: Alieth Cavassa, Cristiane Chiofalo, Iuri Storch, Juliana Polloni, Karoline Rempel, Paula Pontvianne, Pedro Consorte, Renata Jurema e Renata Kurtz. 

Diagrama do projeto piloto realizado entre maio e julho no HC e Caism
Diagrama do projeto piloto realizado entre maio e julho no HC e Caism 

Funcionamento do projeto piloto

Os facilitadores de CNV Sandra e Yuri ofereceram um treinamento para essas 40 pessoas da rede de trabalho, que em seguida disseminaram as práticas de forma exponencial para os funcionários dos hospitais que atuam na linha de frente da covid-19.

No projeto piloto se inscreveram 100 funcionários do HC e do Caism, que puderam aprender práticas de autorregulação do stress, auto empatia, escuta empática e construir redes de apoio para enfrentar os desafios com novas ferramentas e mais recursos internos. 

O projeto vem demonstrando a importância do cuidado com as pessoas que cuidam, o quanto elas estão necessitadas de escuta e acolhimento, e o quanto as práticas baseadas nos princípios da CNV podem apoiar na criação de ambientes humanizados, colaborativos e acolhedores, capazes de transformar e minimizar os impactos do estresse emocional que a pandemia está gerando na população e principalmente em quem está na linha de frente dos hospitais. 

A ideia é manter a mesma estrutura do projeto piloto e assim prosseguir com as práticas de escuta e acolhimento para que outras pessoas se beneficiem e aprendam formas de se autocuidar e de se apoiar mutuamente, principalmente em momentos desafiadores como o que estamos vivenciando atualmente. 

Leia alguns depoimentos: 

“Aprendi a me ouvir e que não sou super herói pra dar conta de tudo. Posso dividir a carga e pedir ajuda.” Maria Cristina Lourençoni, Ouvidora do Hemocentro de Campinas, multiplicadora de empatia. 

“Exercitar a escuta atenta e, especialmente, no momento atual, sentir que posso ser ouvida foi de grande alívio na semana que estou vivendo!! Agradeço demais o espaço e a disponibilidade da equipe!!!” Daniela Gracioli de Almeida Bacha, médica do HC, participante do projeto. 

“Estou muito feliz por fazer parte desta iniciativa. Tanto pelo meu próprio aprendizado, quanto por poder contribuir de alguma forma para, coletivamente, atravessarmos a situação da pandemia com mais êxito, paz e equilíbrio.” Iuri Storch, facilitador de CNV. 

Acesse aqui o Projeto Empatia de Emergência.

Imagem de capa
Projeto leva práticas baseadas nos princípios da Comunicação Não Violenta para linha de frente do Hospital das Clínicas e do Hospital da Mulher-Caism 

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