Carlos Henrique de Brito Cruz recebe título de Professor Emérito da Unicamp

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Docente ocupou a reitoria da Universidade entre 2002 e 2005 e foi presidente e diretor científico da Fapesp, entre outros cargos de destaque (foto: Antonio Scarpinetti)

A Unicamp concedeu nesta sexta-feira (9), em Assembleia Universitária Extraordinária realizada de forma virtual, o título de Professor Emérito a Carlos Henrique de Brito Cruz, docente titular aposentado do Instituto de Física "Gleb Wataghin" (IFGW). A indicação foi proposta pelo atual diretor do Instituto, Pascoal Pagliuso, e aprovada pelo Conselho Universitário (Consu) em 24 de novembro de 2020. Participaram da cerimônia o Reitor Marcelo Knobel; o professor do Instituto de Computação (IC) Ricardo Anido, padrinho de Brito Cruz; o diretor do IFGW e proponente da indicação, Pascoal Pagliuso; além dos pró-reitores, docentes e amigos do professor homenageado. 

Carlos Henrique de Brito Cruz é formado em Engenharia Eletrônica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), realizou os cursos de Mestrado e Doutorado junto ao IFGW e realizou pesquisas de pós-doutorado nos Estados Unidos no ATT Bell Laboratories. Ao longo de sua carreira, atuou como pesquisador visitante na Università Degli Studi, em Roma, e na Université Pierre et Marie Curie, em Paris. Brito Cruz ingressou na Unicamp como docente em 1982. Além da atividade acadêmica e docente, o professor ocupou os cargos de Diretor do IFGW entre 1991 e 1994 e entre 1998 e 2002, foi Pró-Reitor de Pesquisa entre 1994 e 1998 e Reitor da Unicamp no período de 2002 e 2005. 

Junto à Fapesp, Brito Cruz foi presidente da Fundação entre 1996 e 2002, ocupando depois o cargo de Diretor Científico da instituição até 2020. O professor é membro da Academia Brasileira de Ciências e de outras entidades e associações científicas do mundo. Entre os prêmios recebidos por Brito Cruz em reconhecimento a sua atuação, destacam-se a Ordem do Mérito Científico, conferido pelo Ministério de Ciência e Tecnologia brasileiro (2000), a Ordem das Palmas Acadêmicas, concedida pela República Francesa (2015), e a Ordem do Império Britânico, do Reino Unido (2015).  

Em suas palavras, Brito Cruz salientou a importância do ensino público e das oportunidades que foram proporcionadas a ele por instituições como a Unicamp: "Isso tem sido o fio condutor da minha vida profissional: por um lado, procurar ajudar o progresso do Brasil e dos brasileiros e, por outro lado, ser ajudado por esse progresso. Eu devo toda a minha educação ao ensino superior público, gratuito e excelente que recebi no ITA, na Unicamp, e depois nas oportunidades de trabalhar em pesquisa e de conviver com pessoas extraordinárias, capazes e dedicadas". 

Ele pontuou ainda que, ao longo de toda sua carreira, aprendeu com muitas pessoas e foi, desde cedo, incentivado por pessoas que sempre valorizaram a educação, a começar por seus pais, Helena e Armênio. "Minha casa era um lugar onde a educação e o aprendizado eram uma coisa super valorizada. Meus pais não foram à universidade, ainda que os dois fossem professores, e nos estimulavam a aprender, a pesquisar, a discutir. Meus dois irmãos e eu éramos sempre instigados a pensar. Eles realmente valorizavam a ideia da educação", recordou. 

fotos mostram pascoal pagliuso e ricardo anido
Pascoal Pagliuso, diretor do IFGW e proponente da indicação ao título, e Ricardo Anido, professor do IC e padrinho de Brito Cruz na homenagem (fotos: Antonio Scarpinetti e Antoninho Perri)

Amigo de Brito Cruz desde os 17 anos, quando ingressaram na graduação no ITA, Ricardo Anido afirmou que ele demonstrou desde cedo o talento científico e a capacidade de encontrar soluções rápidas para as questões que se eram colocadas a ele: "Não demorou muito para perceber que aquele colega tinha algo que o fazia ser diferente. Talvez na época, eu não soubesse bem o que o fazia diferenciado, mas hoje, olhando em retrospecto, é fácil identificar inúmeras maneiras em que Brito já demonstrava ser excepcional. Nesses tempos em que a ciência é questionada pela sociedade, Brito é um farol a orientar a ciência, a tecnologia e a inovação no Brasil". 

Pascoal Pagliuso também compartilhou lembranças com o novo Professor Emérito em sua atuação junto ao IFGW contou o quanto Brito Cruz o auxiliou no início de sua gestão à frente do Instituto. "Poucos minutos de conversa com o professor Brito sempre foram suficientes para encaminhamentos e soluções brilhantes para o assunto em questão. Em minha primeira conversa com ele, no dia de minha posse na diretoria do IFGW, em poucos minutos ele me fez algumas perguntas e considerações que me ajudaram a manter essas informações cruciais em mente em qualquer conversa que tivesse sobre o Instituto", comentou o diretor. 

Em um de seus últimos compromissos ainda como reitor, Marcelo Knobel também recordou o convívio com Brito Cruz enquanto docente do IFGW. Ele lembrou ainda que foi graças ao professor que ele ingressou nos cargos de gestão da Universidade e que aprendeu com Brito Cruz muito do que pode colocar em prática enquanto reitor. "Tive a satisfação e a alegria de trabalhar com o Brito. Em nome da Unicamp, agradeço todo o trabalho, a dedicação, o esforço, todas as contribuições na Universidade, na Fapesp e em todos os aspectos da ciência e da tecnologia para o desenvolvimento do nosso país", agradeceu Knobel. 

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