Vigilância epidemiológica adota critérios precisos para o retorno

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As medidas de vigilância epidemiológica cumprem papel fundamental na prevenção da disseminação de diversas doenças, incluindo o novo coronavírus. Na Unicamp, cujo retorno de até 20% do contingente de servidores tem previsão para começar no dia 19 de outubro, não será diferente. O plano de vigilância, na Universidade, é coordenado pelo Centro de Saúde da Comunidade, o Cecom. A equipe será responsável pela observação sistemática da saúde de funcionários, docentes e estudantes no retorno parcial e gradual às atividades presenciais, baseando-se no tripé de testagem em massa, uso de aplicativo para inquérito de sintomas entre a comunidade, e rastreamento de contatos.

Os protocolos para o retorno gradual das atividades da Unicamp, construídos a partir de consensos científicos e muito debate, são precisos. Os diversos órgãos, unidades e institutos acadêmicos, ao começarem o planejamento da retomada de um mínimo convívio presencial, terão que enviar uma lista de nomes das pessoas candidatas a voltar ao trabalho ou aos estudos para o Cecom. Cada um desses membros da comunidade será testado pela Universidade através do método RT-PCR nos dias que antecederem a data prevista do retorno, sendo liberados apenas no caso do exame não detectar a presença do vírus SARS-Cov-2.

A testagem em massa, como será feito na Unicamp durante a retomada gradual, é um item importante para qualquer plano adequado de vigilância epidemiológica, segundo recomendam a OMS (Organização Mundial de Saúde) e vários estudos epidemiológicos feitos sobre a distribuição de casos de Covid-19 no Brasil e no mundo.

A capacidade instalada na Unicamp para a testagem do novo coronavírus será fundamental no retorno gradual das atividades. Saber como o vírus está circulando na população assintomática, assim como fizeram alguns países que tiveram sucesso no enfrentamento da pandemia como a Alemanha e a Coreia do Sul, é decisivo para que novos surtos da covid-19 não ocorram dentro das comunidades que se quer proteger.

audiodescrição: fotografia colorida da entrada do cecom, onde pessoas estão circulando
Cecom é responsável pelo monitoramento sistemático da saúde da comunidade universitária (fotografia anterior à pandemia do novo coronavírus)

O acompanhamento com rígido controle dos sintomáticos, como ocorre no Cecom desde o início da pandemia, vai continuar ocorrendo da mesma forma, segundo sua coordenadora, Patrícia Leme. “Os casos suspeitos serão atendidos, testados e afastados do trabalho, da mesma forma que vem sendo feita até agora”, afirma.

Pessoas com teste positivo e sintomáticas deverão aguardar dez dias a partir da data do início dos sintomas, e serão orientadas pelo Cecom. Embora haja previsão do período de afastamento, Patrícia explica que esse é um tempo médio, mas o retorno está condicionado à total ausência de sintomas respiratórios e de febre. Já as pessoas com teste positivo e sem sintomas deverão ficar afastadas por um período de dez dias a contar da data do teste. 

“O nosso grande objetivo é reduzir ao máximo a transmissão do vírus dentro dos campi. Não existe um modelo único e com melhores resultados, como estamos vendo em outras partes do mundo, mas estamos convictos de que a nossa estratégia está baseada em premissas corretas”, afirma Patrícia. O importante, frisa a médica, não é apenas identificar quem é portador do vírus mesmo sem sintomas, mas também fazer o rastreamento dos contatos das pessoas que estiverem infectadas. “Por isso é que o aplicativo, que todos terão que instalar em seus celulares, vai ser importante. Por meio dele, vamos ter informações sobre quem esteve em contato com os casos positivos, testá-los e afastá-los”, diz.

Aplicativo: um aliado da vigilância epidemiológica

Voltando ao trabalho ou estudo no campus, o membro da comunidade universitária deverá obrigatoriamente responder diariamente a um inquérito, utilizando um aplicativo para smartphone, cujo uso tem como objetivo aperfeiçoar a vigilância epidemiológica da Covid-19 na Unicamp, visando a prevenção da ocorrência de casos novos e de surtos entre os membros da comunidade universitária. O aplicativo já está disponível na Play Store e na App Store.

O inquérito contém nove perguntas, relacionadas à ocorrência dos sintomas: tosse; dor de garganta; dor de cabeça, febre (maior ou igual a 37,8ºC) ou calafrios;nova perda de paladar ou olfato; congestão nasal ou coriza,; náuseas; vômitos ou diarreia; dor ou desconforto no peito e falta de ar ou dificuldade em respirar. Confira as orientações conforme as respostas:

1) Caso a resposta seja negativa para todas as perguntas, haverá uma mensagem automática com orientação para o comparecimento habitual às atividades presenciais e seguimento de todas as recomendações para a prevenção da Covid-19;

2) Em caso de resposta positiva para sintomas de menor gravidade, haverá mensagem automática com orientação para não iniciar ou não permanecer em atividades presenciais na Universidade; adotar o isolamento social; e procurar um serviço de saúde de referência para diagnóstico e acompanhamento (como o Cecom).

3) Se houver resposta afirmativa para sintomas de maior gravidade, a mensagem será a orientação para não iniciar ou não permanecer em atividades presenciais na Universidade; adotar o isolamento social; e procurar imediatamente um serviço de saúde de referência para diagnóstico e acompanhamento.

Em todos os casos, dúvidas podem ser tiradas através do e-mail (css@unicamp.br) ou do telefone do Cecom: Campinas (19) 3521-9020/9021/9029, Limeira e Piracicaba (19) 2113-3396.

audiodescrição: fotografia colorida da coordenadora do cecom, média patricia leme
"A partir do momento que você identifica logo a pessoa positiva e faz o rastreamento dos contatos próximos, identificando possíveis outros casos, você bloqueia a cadeia de transmissão", afirma a coordenadora do Cecom, Patrícia Leme

O aplicativo também terá uma aba chamada “testes”, onde constarão os resultados. Quando o teste for positivo, haverá uma janela para que a pessoa contaminada informe todos os seus contatos nas últimas 48 horas. Embora esse não seja um passo obrigatório, Patrícia comenta que é importante para ajudar o Cecom a identificar a possível cadeia de transmissão, afastando também essas pessoas que tiveram contato com o contaminado. “A partir do momento que você identifica logo a pessoa positiva e faz o rastreamento dos contatos próximos, identificando possíveis outros casos, você bloqueia a cadeia de transmissão”, elucida a médica. 

Pessoas que são contatos de caso confirmado da Covid-19 deverão se afastar por um período de dez dias a contar do último dia de contato com o caso confirmado. Em caso de haver manifestação posterior de sintomas, a recomendação é a mesma descrita para as pessoas sintomáticas, sempre levando em conta que o período de dez dias é um tempo médio e que o retorno está condicionado à ausência de sintomas respiratórios e de febre nas últimas 24 horas.

Aos membros da comunidade universitária que tenham realizado testes fora da Universidade, o Cecom solicita que enviem os resultados à equipe, para que sejam cadastrados no aplicativo, através do e-mail: css@cecom.unicamp.br

Engajamento da comunidade

Para que haja um melhor resultado, as estratégias dependerão também do envolvimento da comunidade acadêmica. Por isso, Patrícia pede que todos estejam comprometidos em responder corretamente ao inquérito via aplicativo e a adotar os protocolos de uso de máscara, distanciamento social e higienização de mãos. 

A coordenadora do Cecom ainda destaca que as informações inseridas no aplicativo serão sigilosas. O eventual contato com chefia se dará apenas na necessidade de evitar ocorrência de surto. 

Experiência no enfrentamento à pandemia

A estratégia de enfrentamento da pandemia já vem dando bons resultados na Unicamp há meses. De acordo com os dados obtidos até 25 de agosto, a taxa de positividade entre os profissionais sem sintomas da área de saúde da universidade é de 2,3%. O índice engloba a soma dos exames feitos no Hospital de Clínicas, CAISM, Hemocentro e Gastrocentro, o que representa uma testagem total de 4.121 pessoas. 

Mesmo no HC, onde os casos de pacientes internados foram, em muitos casos, graves ou críticos, a taxa de exames positivos para Covid-19 em profissionais assintomáticos ficou em 2,8%. “São números muito animadores”, afirma Patrícia.

A partir da testagem em massa para todos os membros da comunidade universitária, inclusive os terceirizados, a expectativa é que até janeiro de 2020 a Unicamp chegue à marca de 100 mil testes diagnósticos realizados durante a pandemia - o que representa aproximadamente 10% da população da cidade de Campinas.

Além de professores, funcionários em geral e estudantes, os kits de exames produzidos dentro dos muros da cidade universitária em Barão Geraldo atendeu à população de 62 cidades. Durante o pico do enfrentamento da pandemia, em junho, chegaram a ser realizados 3 mil testes por dia na Unicamp, o que representou, na época, 30% do total de verificações de casos positivos que estavam sendo feitas em nível estadual.

Dúvidas e orientações

Confira as respostas às principais questões em relação ao retorno parcial e gradual clicando aqui. No caso de  persistirem questionamentos, envie um e-mail para retomada.covid19@unicamp.br ou entre em contato pelos telefones (19) 3521-9130/9021/9029 das 7h às 17h30. 

Confira também as orientações sobre o convívio seguro disponíveis no Portal Unicamp. Outras informações serão publicadas de forma constante, então acompanhe o Portal Unicamp e as redes sociais da Universidade.

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audiodescrição: fotografia colorida da placa de entrada do Cecom

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