Conferência destaca potencial do EPIC para a inovação no setor energético 

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Mesa de abertura da Conferência do Energy Production Innovation Center (EPIC), com representação da Equinor, da reitoria da Unicamp, da Fapesp e da Agência Nacional do Petróleo
O Energy Production Innovation Center (EPIC) é resultado de parceria entre Unicamp, Fapesp e Equinor

Evidenciando a importância da aplicação prática do conhecimento acadêmico para os avanços em inovação, começou na quarta-feira (6) a primeira conferência do Energy Production Innovation Center (EPIC). Durante o evento, os pesquisadores do EPIC puderam conhecer expectativas em relação ao centro, criado em fevereiro deste ano, além de discutirem os planos de trabalho e resultados preliminares das pesquisas. O EPIC é resultado de uma parceria entre a Unicamp, onde tem sede, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Equinor, empresa norueguesa do ramo de energia.

Compuseram a primeira mesa da conferência realizada no auditório da Faculdade de Engenharia Mecânica o professor da unidade e diretor do EPIC, Antonio Carlos Bannwart; Luiz Nunes, da Fapesp; Ruben Schulkes, da Equinor; Alfredo Renault, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e o reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, que pontuou o EPIC como um importante projeto para a Universidade no seu compromisso com a ciência, a tecnologia e a inovação. 

Ganhos para todos
O EPIC foi fundado a partir de projeto de professores da Engenharia Mecânica da Unicamp, que venceram um chamado do programa Centros de Pesquisa em Engenharia (CPE) da Fapesp. Para o professor de Engenharia Mecânica Antonio Bannwart e para o empresário Ruben Schulkes, o estabelecimento da parceria traz ganhos para todos. Em relação à Universidade, de uma forma geral, Antonio pontua que os recursos investidos servem para multiplicar processos de criação e inovação e adquirir maquinário que auxiliem nesse sentido. 

Antonio Bannwart, professor de Engenharia Mecânica da Unicamp
Para o diretor do EPIC, Antonio Bannwart, parceria multiplica processos de criação e inovação

Já para a Equinor, conforme aponta Ruben, é uma oportunidade para aprimorar métodos e buscar soluções a questões técnicas, como a recuperação de petróleo. Quanto aos desafios, acredita que o principal é ampliar a aplicação do conhecimento acadêmico nas empresas. “Nós queremos interagir de perto com a universidade, não somos uma empresa que apenas coloca dinheiro e recebe a pesquisa”.

Outro benefício citado por ambos é a possibilidade de aumentar a empregabilidade dos estudantes. “Quando adquirirem a formação com uma bolsa, que veio da Fapesp ou da empresa, seja na graduação, no mestrado ou doutorado, já irão trabalhar com uma qualificação bem superior. A chance de melhorar a empregabilidade dos egressos é muito boa”, aponta Antonio. 

Para Ruben, os encontros com as equipes da universidade são oportunidades em que a empresa observa os alunos e seu potencial. “Olhamos para as pessoas e pensamos ‘esse é um ótimo estudante’, de perfil superior, e podemos empregá-lo”. 

Ruben Schulke, representante da Equinor
“Nós queremos interagir de perto com a universidade", diz Ruben Schulke, da Equinor

Além disso, com a parceria surgem as oportunidades de intercâmbio, as quais contribuem para o desenvolvimento dos pesquisadores, com a troca de conhecimentos. No viés da Equinor, ainda, auxiliam para formar um dos perfis almejados pela empresa: profissionais que compreendam tanto a cultura brasileira como a cultura norueguesa.

O representante da ANP, Alfredo Renault, destacou que o investimento obrigatório das empresas do setor de energia, neste ano, estão calculados em R$2 bilhões. A receita decorre de uma cláusula de contrato para as companhias mais produtivas ou com grande lucratividade, que devem investir 1% da receita bruta em pesquisa e desenvolvimento. Para ele, esta é uma política importante que pode impulsionar a inovação, a qual tem como um dos desafios a questão da segurança operacional, impactando em menores riscos ambientais. “Nós precisamos ampliar inovação, fazer as universidades brasileiras olharem mais para o processo de inovação sem a gente cair no discurso de que a ciência básica não é relevante, pois temos total capacidade de equilibrar as necessidades do país. Esse projeto é uma mostra de que esse caminho está sendo trilhado”.

Alfredo Renaulto, da Agência Nacional do Petróleo
Alfredo Renault, da ANP, explicou que um dos desafios da inovação no setor energético é a segurança operacional

Ciência e aplicação juntas
A necessidade das pesquisas aplicadas também foram apontadas na abertura da conferência. Segundo o coordenador adjunto de Programas Especiais e Colaborações em Pesquisa da Fapesp, Luiz Nunes, a história da ciência mostra que, quando ela é realizada junto a pessoas que pensam suas aplicações, excelentes trabalhos são feitos. Ele cita como exemplo o desenvolvimento da Segunda Lei da Termodinâmica, formulada a partir dos estudos de Sadi Carnot durante uma missão em que foi chamado a melhorar a eficiência de máquinas térmicas, no início do século XIX. 

Luiz Nunes, da Fapesp
Luiz Nunes, da Fapesp, aponta excelentes resultados em parcerias realizadas nos moldes do EPIC

Acreditando nesse potencial, a Fapesp hoje trabalha com 12 centros nos moldes do EPIC. “Esse tipo de centro parte de uma visão de que, para uma atividade de parceria funcionar, não basta a empresa dar dinheiro para a universidade fazer um projeto, ela precisa participar do projeto, acompanhar o dia a dia”. 

Luiz avalia que os resultados são extraordinários, e cita o exemplo do Shell Research Centre for Gas Innovation (RGCI), sediado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Com menos de cinco anos de funcionamento, o RGCI possui cerca de 300 pesquisadores envolvidos e, neste ano, é finalista do prêmio em Inovação Tecnológica da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
 

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Mesa de abertura da primeira conferência do Energy Production Innovation Center (EPIC)

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