Unicamp e Cardiff promovem workshop no Mato Grosso

Autoria
Fotos
Edição de imagem

Entre os dias 20 e 24 de maio ocorre em Peixoto de Azevedo, MT, o workshop “Mineração Sustentável em Peixoto de Azevedo”, coordenado pela docente do Instituto de Geociências Maria José Mesquita. O objetivo é reunir partes interessadas em discutir práticas minerárias e ambientais, possibilidades de desenvolvimento socioeconômico futuro para além da mineração, entendendo as demandas da comunidade local e co-criando um projeto robusto. O evento ocorre em parceria com a Universidade de Cardiff, que mantém acordo de cooperação com a Unicamp.

A ideia surgiu em março de 2018 quando ocorreu o primeiro workshop de Cardiff na Unicamp.  A proposta inicial partiu dos docentes Maria José e Diego Ducart, do IG, e James Lambert, de Cardiff. “Pensamos em sustentabilidade na mineração. O grupo de pesquisa Evolução Crustal e Metalogênese, na Pós-Graduação em Geociências trabalha em Peixoto de Azevedo, no norte do Mato Grosso, há mais de 10 anos. Essa área faz parte da Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF), que tem grande potencial mineral e é uma reserva garimpeira que envolve muitas cooperativas de garimpos de ouro e empresas juniores”, contou Maria José.  Fazem parte do grupo que realiza o Workshop na cidade de Peixoto de Azevedo os docentes do IG Marko Monteiro, Rosana Corazza, Alfredo Campos,  Ricardo Perobelli, Roberto Greco e Roberto Xavier, que é diretor associado da Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (ADIMB). Da  Universidade de Cardiff participam James Lambert-Smith (coordenador de Cardiff), Angelina Sanderson Bellamy e Ernest Chi Fru. Também participa  Carlos Henrique Xavier Araújo (USP) do projeto Gold Matters (http://gold-matters.org/) financiado pelo Belmont Forum/FAPESP[1].

Grupo que realiza o Workshop na cidade de Peixoto de Azevedo, MT
Grupo que realiza o Workshop na cidade de Peixoto de Azevedo, MT

O workshop, que será financiado pelo Global Challenges Research Fund (GCRF), do Reino Unido, desenvolve-se  com cinco grupos de trabalhos de frentes diversas, cada um com um coordenador e um relator, doutorando do IG e do NEPAN.  Serão discutidos temas como geologia, economia, meio ambiente, educação e regulamentação. “A ideia é que tenhamos representantes de todos os setores da sociedade”, aponta Maria José.  Já estão envolvidos membros da prefeitura, METAMAT (http://www.mt.gov.br/rss/-/asset_publisher/Hf4xlehM0Iwr/content/id/9105901), as empresas BioGold e PAGold,  de cooperativa de garimpeiros COOGAVEPE (http://www.coogavepe.org/novo/ ) e COOMIPAZ, sindicato dos professores, professoras e ambientalistas locais, CUFA-Peixoto (http://cufapeixoto.blogspot.com/),  e representantes da comunidade indígena Terena.

Os organizadores do IG solicitaram dados à prefeitura, COOGAVEPE, PAGold e relatórios sobre mineração em pequena escala do MME para entender  a dinâmica local. “Não queremos impor nada e nem chegar com soluções. O workshop começa com os representantes para falar sobre sua realidade e quais demandas acham importantes para alcançar a sustentabilidade e, em seus entendimentos, quais as demandas mais relevantes para sua comunidade”, apontou Maria José. Após apresentarem suas demandas, grupos serão divididos para discutir questões relacionadas à sustentabilidade. “A discussão será mediada pela equipe da Unicamp, com relatoria  dos próprios grupos, queremos dar voz a todas as esferas da sociedade como poder público, iniciativa privada e sociedade civil”, complementa Maria José.

Segundo Maria José, o objetivo é co-criar um projeto maior a partir das necessidades apresentadas nesse workshop. “Já sabemos que há alguns ex-mineradores de pequena escala, por exemplo, que trabalham com criação de pirarucu em cativeiro. Há outros transformando locais devastados em pomares de pequi e caju.”, declara Maria José.

O Brasil é signatário da Convenção de Minamata sobre Mercúrio (http://www.mercuryconvention.org/), que define prazos para a redução, controle e eliminação do mercúrio em processos industriais e artesanais em mais de 100 países do mundo. De acordo com o tratado, o mercúrio deverá ser eliminado de materiais como baterias, pilhas e lâmpada até 2020. Os mineradores de pequena escala de Peixoto de Azevedo (CCOGAVEPE) já estão envolvidos em pesquisa para substituição do mercúrio, que é historicamente usado na mineração para amalgamar o ouro.  Há grupos do mundo inteiro tentando encontrar um substituto menos agressivo ao meio ambiente. As cooperativas buscam implementar as certificações de ouro limpo.

Três dos docentes do IG, Diego Ducart, Ricardo Perobelli e Maria josé, deverão ir a Cardiff ainda este semestre para finalizar os trabalhos do workshop relatando os principais resultados. Outros eventos a partir da parceria entre Unicamp e Cardiff deverão ocorrer ainda esse ano.

 

Coordenação das áreas temáticas:

Economia - Rosana Corazza (Unicamp)

Meio ambiente - Ricardo Perobelli (Unicamp), Alfredo Campos (Unicamp) e Ernest Chi Fru (Cardiff). Professoras Humbelina Siqueira e Ethiane Agnoleto (coordenação local)

Educação - Roberto Greco, Maria José Mesquita (Unicamp)

Geologia - Diego Ducart (Unicamp) e James Lambert-Smith (Cardiff)

Ação social - Marko Monteiro (Unicamp) e Angelina Sanderson Bellamy (Cardiff)

 

[1] “Sustainability Transformations in Artisanal and Small-scale Gold Mining: A Multi-Actor and Trans-Regional Perspective”. Coordenadora: Profa. Lúcia da Costa Ferreira no Brasil.

twitter_icofacebook_ico

Atualidades

A honraria foi aprovada por unanimidade pelo plenário da Câmara Municipal de Campinas 

As instituições são avaliadas a partir de cinco critérios: qualidade do ensino, pesquisa científica, mercado de trabalho, inovação e internacionalização

O professor de Direito Internacional  da Unicamp Luís Renato Vedovato foi o convidado do videocast Analisa, uma produção da Secretaria Executiva de Comunicação

Cultura & Sociedade

O coral leva um repertório de música popular brasileira, com as canções da parceria Toquinho e Vinícius, e o samba paulista de Adoniran Barbosa

Para o pró-reitor, Fernando Coelho, a extensão deve ser entendida como “o braço político do ensino e da pesquisa”