Estudo do IG agrega novos conhecimentos para a prospecção aurífera

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Assinaturas de reflectância e mapa mineral produzido a partir do processamento de imagem hiperespectral de testemunho de sondagem
Assinaturas de reflectância e mapa mineral produzido a partir do processamento de imagem hiperespectral de testemunho de sondagem

Pesquisadores do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp, em parceria com o Serviço Geológico do Brasil – CPRM, desenvolveram um estudo que poderá agregar maior eficiência à prospecção mineral do ouro. O trabalho investigou se o sensoriamento remoto hiperespectral, ou seja, a aplicação de sensores de alta resolução espectral para a obtenção remota de informações detalhadas de um objeto na superfície terrestre, pode fornecer dados valiosos para a prospecção de alguns tipos de depósitos de ouro, elemento cuja aplicação é essencial em áreas como medicina, construção de satélites e até mesmo fotografia.

Publicado recentemente no periódico Ore Geology Reviews, do grupo Elsevier, o estudo foi resultado da dissertação de João Luís Carneiro Naleto, desenvolvida ao longo do mestrado em Geociências do IG, sob orientação do docente Carlos Roberto de Souza Filho, e contou ainda com a participação dos especialistas do Serviço Geológico do Brasil Mônica Mazzini Perrotta e Felipe Grandjean da Costa. De acordo com João, o objetivo do estudo foi suprir carências no conhecimento sobre os depósitos de ouro orogênicos – gerados em ambientes de convergência de placas tectônicas e que correspondem a grande parte da produção mundial de ouro – do tipo hipozonais ou de fácies anfibolito, ainda pouco estudados à luz de tecnologias espectrais.

Os depósitos hipozonais ficam hospedados em terrenos metamorfizados a profundidades maiores de 15 km e a temperaturas de cerca de 700 o C e costumam ser menos significativos do que os depósitos orogênicos do tipo fácies xisto-verde, formados a temperaturas inferiores a 450 o C. “Os resultados demonstram que estas tecnologias, reconhecidamente de reposta mais rápida e, em certos casos, mais baratas que alguns métodos tradicionais, são capazes de fornecer informações adicionais chave para a prospecção aurífera em ambientes geológicos e climáticos semelhantes ao estudado”, explica.

Para a realização da pesquisa foram utilizados dados do Depósito de Ouro de Pedra Branca, localizado na região Central do Estado do Ceará, no Maciço de Troia, área que corresponde a um segmento da crosta terrestre com idade entre 2,85 e 2,13 bilhões de anos. Eles foram obtidos pelo programa Áreas de Relevante Interesse Mineral (ARIM), desenvolvido pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM, que ao longo de 2013 e 2014 obteve imagens hiperespectrais aéreas dessa região.

O trabalho também estabeleceu um modelo espectro-mineralógico para o depósito de Pedra Branca por meio de análises de espectroscopia de refletância em amostras coletadas em campo. Esta tecnologia é de simples e rápida operacionalidade, e fornece informações composicionais com base na interação entre a energia eletromagnética nas faixas do visível ao infravermelho de ondas curtas e a superfície dos materiais. Além disso, amostras cilíndricas de rocha extraídas da subsuperfície (testemunho de sondagem), cedidas pela mineradora Jaguar Mining, fundamentaram a obtenção de informações mineralógicas em escala de detalhe. “O modelo visa contribuir para o melhor entendimento dos controles metalogenéticos e para a identificação de tendências mineralógicas relacionadas aos eventos mineralizantes, as quais possam ser utilizadas como guias prospectivos para este e também para outros depósitos de ouro”, afirma João.

Como resultado, o estudo demonstrou que tanto a espectroscopia de refletância quanto o sensoriamento remoto hiperespectral são ferramentas valiosas à exploração do ouro na região estudada. Ao mesmo tempo, os mapas produzidos a partir do processamento digital das imagens hiperespectrais aéreas apoiam a suposição de que áreas-alvo para a prospecção aurífera na região possam ser apontadas por dados de sensores remotos. Além disso, os guias minerais estabelecidos podem ser investigados por sensores em múltiplas escalas, como portáteis, perfiladores, imageadores de bancada, aerotransportados ou satelitais.

A expectativa dos autores do estudo é que o exemplo de aplicação destes métodos na região do Depósito de Ouro de Pedra Branca fomente a inclusão da espectroscopia de reflectância e do sensoriamento remoto hiperespectral nos fluxos de trabalho de projetos exploratórios. “Eles poderiam, consequentemente, se beneficiar de um possível ganho de eficiência, medida esta de extrema relevância à viabilidade econômica de depósitos de pequeno porte, como é tipicamente o caso de depósitos de ouro orogênico em fácies anfibolito”, finaliza João.

 

Mapa mineral da área de estudo produzido a partir do processamento digital das imagens hiperespectrais aéreas
Mapa mineral da área de estudo produzido a partir do processamento digital das imagens hiperespectrais aéreas

 

Imagem de capa
Aspecto geral do relevo, vegetação, exposição de solos e dos padrões de uso e ocupação da região estudada

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