Conferência Internacional em Novas Energias compartilha resultados e planeja o futuro

Crescimento contínuo da demanda por energia nas próximas décadas, urgência de sustentabilidade e de transição para uma matriz energética mais diversificada, junto com a certeza do papel central da Ciência na superação dos desafios: este foi o pano de fundo da I Conferência Internacional em Novas Energias, realizada nos dias 26 e 27 de março na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com a participação de quase 200 pessoas. O evento reuniu pela primeira vez os mais de 100 pesquisadores vinculados ao Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), um dos Centros de Pesquisa em Engenharia apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O Centro foi criado em 2018, em parceria com a Shell, e, apesar da sua juventude – as atividades de pesquisa foram iniciadas há apenas seis meses –, já está produzindo resultados importantes.

            Na abertura do evento, o Reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, destacou a importância da interação entre as várias instituições de pesquisa que participam do CINE e, sobretudo, a relevância da área à qual o Centro se dedica. Falando sobre o compromisso da Universidade com o tema, Knobel destacou o projeto do Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS), que está sendo estruturado com o objetivo de reunir as universidades e outras instituições de pesquisa, empresas, organismos públicos e outros atores em projetos colaborativos voltados à concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pelas Nações Unidas. O Coordenador de Programas Especiais e Colaborações em Pesquisa da Fapesp, Euclides de Mesquita Neto, que integra o Comitê Diretor do CINE, também destacou o potencial da atuação colaborativa em sua fala, traçando inicialmente um panorama do cenário favorável à inovação existente no estado de São Paulo. Joep Huijsmans, líder da Divisão de Pesquisa e Tecnologia de Novas Energias da Shell, apresentou o chamado “Cenário Sky”, estudo elaborado pela Shell considerando o período até 2070, como referência para a transição para um sistema energético de baixo carbono. Huijsmans destacou que a Shell tem clareza de que, para superar os desafios envolvidos nessa transição, são imprescindíveis parcerias como a estabelecida no CINE.

            O evento também contou com a participação de integrantes do Conselho Internacional do CINE, formado por pesquisadores que são referências mundiais em suas áreas de atuação. Michael F. Toney, do Centro de Aceleração Linear (SLAC) da Universidade de Stanford, Estados Unidos, se mostrou confiante na capacidade da Ciência encontrar as soluções para o enfrentamento das mudanças climáticas e, nesse contexto, destacou a importância do diálogo com o público sobre o tema e, particularmente, sobre as soluções que estão sendo projetadas pela comunidade científica. Rubens Maciel Filho, docente da Faculdade de Engenharia Química da Unicamp e Diretor do CINE, acrescentou que não há solução mágica para a transição energética, registrando o compromisso do Centro em “trabalhar arduamente para que as soluções estejam disponíveis no tempo mais curto possível”.

            Maciel Filho inaugurou os trabalhos de apresentação dos resultados já alcançados destacando como a sinergia entre os diferentes projetos aumenta o potencial de impacto da iniciativa e, assim, a relevância do evento para concretizar a percepção do CINE como centro único e integrado. Em seguida, foi feito relato dos esforços de Educação e Difusão do Conhecimento do CINE e, depois, foram compartilhados com o público presente os avanços nas quatro divisões de pesquisa que compõem o Centro: Portadores Densos de Energia; Armazenamento Avançado de Energia; Metano a Produtos; e Ciência Computacional de Materiais e Química. As divisões são coordenadas por pesquisadores da própria Unicamp, da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), e compostas por integrantes também da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), da Universidade Federal do ABC (UFABC), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). As pesquisas também contam com parcerias com instituições dos Estados Unidos, Alemanha, França, Portugal, Reino Unido, Dinamarca e China.

            Embora muitos laboratórios estejam concluindo agora a importação e instalação de equipamentos e a sede do CINE, localizada na Unicamp, ainda esteja em obras, as apresentações surpreenderam pelas conquistas já concretizadas, por exemplo pelas publicações já efetuadas e, principalmente, pelo número grande de artigos em processo de publicação, dentre outros indicadores. “Temos muitos desafios pela frente. Juntos, trilharemos um caminho longo, mas muito bonito, integrando uma rede global de pesquisa”, sintetizou o Diretor do Centro. Mais informações sobre o CINE podem ser acompanhadas em cine.org.br, onde, em breve, serão publicados vídeos realizados durante a Conferência.

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