Em lançamento de livros, Cecult discute trabalho, escravidão e liberdade em perspectiva histórica no Brasil

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Crislayne Alfagali e Dayana Façanha, autoras dos livros lançados no Cecult
Crislayne Alfagali e Dayana Façanha, autoras dos livros lançados no Cecult

O Centro de Pesquisa em História Social da Cultura da Unicamp (Cecult) promoveu na última terça-feira (20) o lançamento dos livros Política e escravidão em José de Alencar: O tronco do Ipê, Sênio e os debates em torno da emancipação (1870-1871), de Dayana Façanha, e Em casa de ferreiro: os artesãos de ferro nas Minas Gerais do século XVIII, de Crislayne Alfagali, ambos publicados pela editora Alameda. O evento contou com a presença de professores e estudantes ligados à área de História da Universidade, que discutiram as temáticas em mesa coordenada pela historiadora do Cecult, Silvia Hunold Lara.

Crislayne Alfagali apresentou a obra Em casa de ferreiro, na qual explora as relações sociais dos trabalhadores artesãos do ferro nas cidades mineiras de Vila Rica e Mariana durante o século 18. A pesquisadora parte da análise sobre as trajetórias de vida dos trabalhadores por meio de diferentes fontes documentais. Uma das questões levantadas pela pesquisa diz respeito às possibilidades de inserção social de diferentes artesãos, entre reinóis, africanos, brasílicos, livres, escravos e forros. Dessa forma, o livro regata as vidas de personagens unidos pelo trabalho com o ferro em um período profundamente marcado pela escravidão.

“Busco compreender como os artífices ligados ao trabalho com o ferro herdaram costumes e tradições dos artesãos que os precederam em Portugal e na África Centro-ocidental e, diante dos desafios do cenário das Minas, reinventaram seus modos de organizar o trabalho e a vida. Todos eles tiveram de lidar com o universo da escravidão, que pautava as relações sociais. Os cativos e os forros encontraram nos ofícios do ferro uma forma de enfrentar e superar a escravidão”, declarou Alfagali.

Em seguida, Dayana Façanha contou sobre a pesquisa que conduziu no mestrado em História Social na Unicamp que deu origem ao seu primeiro livro. No trabalho, a autora cruza a vida política e a produção literária de José de Alencar (1829-1877) para discutir a questão da escravidão durante o segundo reinado no Brasil. A historiadora analisa escrita e publicação do romance “O tronco do Ipê”, ambientado em uma fazenda escravista em diálogo com os debates parlamentares e textos de opinião publicados no “Jornal do Commercio” em 1870, período no qual o escritor atuou como Deputado Provincial pelo Ceará.

“É muito interessante observar a relação que Alencar estabelece com o romance no contexto da experiência política. Se por um lado ele retoma temas discutidos no parlamento, por outro, levanta questões cujo debate imaginava caber apenas à literatura, não à tribuna. O romance foi escrito em meio às discussões que procederam a Lei do Ventre Livre e reflete, em diálogo com as ideias da época, a visão paternalista de Alencar. A visão de um projeto político que imagina o fim da escravidão por dentro das próprias relações entre senhores e escravos, de forma harmoniosa, negociada e sem rompimentos drásticos”, conclui Façanha.

SERVIÇO
Política e escravidão em José de Alencar O tronco do ipê, Sênio e os debates em torno da emancipação (1870-1871)
Preço: R$ 46,00
Autora: Dayana Façanha
Editora: Alameda
Onde comprar

Em casa de ferreiro – Os artesãos do ferro nas Minas Gerais do século XVIII
Preço: R$ 46,00 (260 páginas)
Autora: Crislayne Alfagali
Editora: Alameda
Onde comprar

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