Documentário ‘Guarnieri’ conta história do artista e traz para o debate cultura, sociedade e política

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Francisco Guarnieri
Francisco Guarnieri

O conflito entre a geração que combateu a ditadura brasileira da década de 1960 e a seguinte que optou por um distanciamento da política, é o fio condutor do documentário Guarnieri (2017), exibido nesta quarta-feira (21), na Casa do Lago da Unicamp. O filme sobre o ator e dramaturgo Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006)  inaugurou o Cine Marx, projeto de cine-debate do Centro de Estudos Marxistas (Cemarx), do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, que trará nos próximos meses filmes e diretores que estimulem a reflexão sobre cultura, sociedade e política. “Guarnieri muitas vezes é lembrado apenas como o bom velhinho italiano das novelas. Não podemos esquecer sua história política. Acreditamos que a manutenção da memória é fundamental para que a ditadura não se repita”, afirmou Monique Lima, estudante de doutorado do IFCH e idealizadora do projeto. A exibição contou com a presença do diretor do filme, Francisco Guarnieri, neto de Gianfrancesco, e foi seguida por um bate-papo com a plateia.

No documentário, o diretor ressalta as diferenças entre a busca por soluções coletivas para os problemas, que caracterizração a geração de Gianfrancesco, e uma visão individualista do mundo que se tornou dominante. “Esse conflito geracional é muito importante na obra do Guarnieri. O que genial do Black Tie ['Eles não usam black tie', peça de Gianfrancesco Guarnieri] foi colocar essa oposição entre o coletivo e o individual, que é uma discussão totalmente atemporal. O que a gente quer é coletivo, ou é só para gente?”, expõe Francisco.

Para o diretor, levar a história de Guarnieri para as telas, além de que uma forma de resolver seu conflito entre a admiração pela figura pública e a tristeza pela ausência do avô, foi uma maneira de explicitar esse conflito que percebeu transcender os limites familiares. “Eu acho que existe na minha geração uma vontade de buscar alguma coisa na geração da década de 50, uma vontade entender o que aquelas pessoas estavam querendo. Foi uma geração que fundamentou muita coisa. A geração atual está tentando achar um caminho e olha para trás para olhar para frente”, explicou.

Gianfrancesco Guarnieri
Gianfrancesco Guarnieri

Cemarx
“O Centro de Estudos Marxistas (Cemarx) congrega professores e professoras, de dentro e fora do IFCH, que desenvolvem pesquisas que têm relação, orientação ou influência do Marxismo, nas suas mais diversas correntes e com uma pluralidade muito grande”, contou Sávio Cavalcante, professor do Departamento de Sociologia, que atualmente coordena o Centro.

O Colóquio Internacional Marx e Engels, principal evento organizado pelo Cemarx, acontece trienalmente e terá sua 9ª edição este ano. Em 2015, a Unicamp recebeu mais de 500 pessoas, entre estudantes, professores e pesquisadores, de todas as regiões do Brasil, América Latina e Europa. Para esta edição a expectativa é que a participação seja ainda maior. “A programação é muito vasta. Serão 10 grupos de trabalho, além de mesas redondas e sessões plenárias com convidados da Argentina, Inglaterra, França e Estados Unidos. O foco da discussão serão as relações de classe gênero e raça dentro do campo marxista”, relatou o professor.

O Colóquio acontecerá entre 17 e 20 de julho, na Unicamp. O prazo para submissão de trabalhos foi prorrogado até dia 2 de abril. Para mais informações acompanhe a página do Cemarx no Facebook.

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