IC da Unicamp prepara 200 estudantes para a etapa mundial de programação

Autoria
Edição de imagem
Estudantes respondem a desafios durante Escola de Verão no IC
Estudantes respondem a desafios durante Escola de Verão no IC

Duzentos estudantes do Brasil e da América do Sul passarão 13 dias na Escola de Verão da Maratona de Programação 2018 (Brazilian ICPC Summer School), que começou na segunda-feira (22) e vai até sábado, dia 3 de fevereiro, nos laboratórios do Instituto de Computação (IC). O evento tem em vista a maior competição mundial de programação, o ICPC, promovido pela ACM (Association for Competition Machine). “Estamos treinando os finalistas brasileiros e alguns sul-americanos para participarem da competição. Também abrimos vagas para quem quiser competir nos próximos anos”, conta o professor Rodolfo Jardim, diretor do IC.

Os preparativos também visam a etapa nacional, organizada pela Sociedade Brasileira de Computação. A primeira fase no Brasil foi realizada em setembro de 2017 em Foz do Iguaçu. A próxima será em setembro deste ano em Salvador-BA. A final mundial da ACM ocorre em abril, na China. Serão 130 times competindo, vindos de cerca de 100 países. O professor do IC Ricardo Anido, um dos organizadores da Escola de Verão, informa que a regra é que eles não tenham mais de cinco anos de escolaridade, a partir do início da graduação. Tem mais: cada competidor pode participar no máximo duas vezes da competição mundial. Apenas dez times recebem medalhas. 

Ele conta que, nessa Escola de Verão, os alunos serão testados sobretudo quanto às suas habilidades de programação. “Esse trabalho deve ser eficiente, pois envolve conteúdos de matemática em grande medida, conhecimento de algoritmos e técnicas de programação."
 

Após as aulas teóricas, desafios são levados a laboratório
Após as aulas teóricas, desafios são levados a laboratório
Alunos colocam em prática suas habilidades de programação
Alunos colocam em prática suas habilidades de programação

Esses alunos, divididos em grupo de três, passam por diversos desafios. Todas as manhãs participam de aulas teóricas, com discussões sobre os desafios do dia anterior. Todas as tardes eles têm uma prova que pode incluir de sete a 11 desafios para realizar no prazo de cinco horas. Cada time utiliza apenas um computador. “Além de resolverem os problemas, eles têm que organizar o tempo da melhor forma possível, pois em seguida devem passar o computador para outra pessoa do grupo”, observa o professor Rodolfo.

Essa semana um professor-treinador de Moscou está oferecendo orientações aos participantes. No primeiro dia, ele abordou várias técnicas de organização que em geral vogam na competição mundial. Participam do evento 105 alunos de todo Brasil, além de outros alunos vindos da Argentina e do Chile.
 

Professor Rodolfo Jardim, diretor do IC: celeiro de oportunidades
Professor Rodolfo Jardim, diretor do IC: celeiro de oportunidades

Movile
Os participantes têm sido ativamente buscados por empresas da área de informática e tecnologia. “A Microsoft, por exemplo, enviou à Escola de Verão um representante dos EUA para dar uma palestra, a fim de cativá-los para contratação. A Movile, empresa filha da Unicamp, ministrou conteúdo, lançou-lhes desafios e os levou para conhecer uma de suas empresas: a iFood, líder em delivery on-line de comida no Brasil. A ideia é ter alguns desses alunos trabalhando no seu time.  

Tatiana Garcia, coordenadora de Recursos Humanos da Movile, relata que essa empresa nasceu na Unicamp em 1998, onde ficou incubada nos primeiros anos. “De lá para cá, tornou-se uma start-up e cresceu bastante. No Grupo todo, temos 1.600 funcionários, distribuídos em 15 escritórios de cinco países. Começamos apenas com cinco”, revela.

Tatiana Garcia, coordenadora de RH da Movile
Tatiana Garcia, coordenadora de RH da Movile

Conforme a coordenadora de RH, a Movile ainda mantém um forte vínculo com a Unicamp. “Nossos sócios-fundadores continuam na Movile e trazem essa história do empreendedorismo, do incentivo do ambiente universitário. Por isso desenvolvemos uma série de atividades e, neste caso, a Escola de Verão é uma delas. Apesar de ser o nosso primeiro ano, temos o desejo de continuar. Queremos ajudar a preparar os alunos para os desafios internacionais”, salienta. A ajuda também pode ser traduzida em oportunidades de trabalhar na Movile. “Hoje o nosso maior volume de contratações é na área de tecnologia, na qual os alunos da Unicamp acabam sempre se destacando e se interessando.”

A Movile tem seis empresas ligadas a ela, além da iFood. “Temos um pool de empresas Maplink, apontador. Também trouxemos para a Escola de Verão uma parceira estratégica, que é a Ingresso Rápido. Oferecemos muitas oportunidades em diferentes tipos de empresa com diferentes tecnologias. E hoje a parceria com a Unicamp continua ativa através da Finep e da Inovasoft, entre outras iniciativas", comenta Tatiana.

Desafios
O professor Rodolfo relata que a Movile trouxe desafios motivadores para os alunos, como a resolução de problemas de entrega de produtos. “Alguém compra um sanduíche e quer saber quanto tempo vai demorar para recebê-los. Com os dados fornecidos pela iFood, o desafio era: em quanto tempo aconteceria a entrega? Para isso, os alunos realizam as atividades de laboratório. Neste caso, eles fazem algumas estimativas: em que hora do dia o pedido foi feito, em qual cidade, quanto tempo demorou para o pedido ser concretizado, etc.

O professor Ricardo Anido, um dos organizadores do evento
O professor Ricardo Anido, um dos organizadores do evento
O professor Rafael Schouery, um dos organizadores do evento
O professor Rafael Schouery, um dos organizadores do evento

Tatiana ressalta que, das empresas da Movile, só a iFood faz seis milhões de pedidos por mês. “Logo, temos uma riqueza de dados à disposição dos alunos. Hoje a iFood já consegue entender qual é o perfil dos seus usuários e onde ele está. E isso dá muitos insumos aos alunos. Mas esses não são os únicos desafios dos alunos. Haverão outros ao longo desses 13 dias. Essa é só uma fatia”, lembra Ricardo Anido.

O professor Rafael Schouery, também da organização da Escola de Verão, afirma que o treinamento para as competições é diário. “Tentamos simular ao máximo o que acontece no evento oficial, para que os estudantes se habituem a essa sistemática. De manhã, eles já recebem um caderno de problemas para solucionarem à tarde."

Vários alunos do ensino médio que participaram da Olimpíada Brasileira de Informática (OBI) também estão participando da Escola de Verão. 
“Temos, portanto, um celeiro de oportunidades tanto para a formação do futuro de todos os estudantes que participam da Escola de Verão quanto para as empresas que vêm recrutá-los, bem como para a carreira. Essa é uma formação muito importante que a Unicamp e os parceiros estão ofertando (Movile, Google e Microsoft) àqueles que se dedicam aos desafios propostos, comenta Rodolfo. “O evento está sendo tão relevante que, quando abrimos as inscrições nesta edição, em oito horas elas se esgotaram completamente”, acrescenta Ricardo Anido. Leia mais sobre a Escola de Verão.

 

 

twitter_icofacebook_ico

Atualidades

A honraria foi aprovada por unanimidade pelo plenário da Câmara Municipal de Campinas 

As instituições são avaliadas a partir de cinco critérios: qualidade do ensino, pesquisa científica, mercado de trabalho, inovação e internacionalização

O professor de Direito Internacional  da Unicamp Luís Renato Vedovato foi o convidado do videocast Analisa, uma produção da Secretaria Executiva de Comunicação

Cultura & Sociedade

O coral leva um repertório de música popular brasileira, com as canções da parceria Toquinho e Vinícius, e o samba paulista de Adoniran Barbosa

Para o pró-reitor, Fernando Coelho, a extensão deve ser entendida como “o braço político do ensino e da pesquisa”