Exames de habilidades específicas de dança e arquitetura discutem temas sociais

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As salas do Departamento de Artes Corporais do Instituto de Artes (IA) da Unicamp recebem desde segunda-feira (22) os candidatos para as provas de habilidades específicas do curso de dança do Vestibular Unicamp. Mais de 70 estudantes classificados para a 2ª fase participam do exame, que conta com avaliação de uma banca examinadora formada por professores diferentes áreas de pesquisa do departamento.

Dança

O objetivo do exame de habilidades específicas é selecionar não os concorrentes que façam a melhor apresentação de cada prova, mas escolher os candidatos que apresentam as melhores condições de trabalhar as técnicas que são desenvolvidas ao longo do curso.

Os critérios de avaliação das performances apresentadas contam a técnica e criatividade, improvisação, postura e diversidade da linguagem apresentada no palco. A percepção e memória do movimento no corpo, bem como o domínio corporal na apresentação, também serão avaliadas. A nota final acaba sendo a média de todas as provas, podendo levar um candidato que não vá bem num critério possa compensar nos demais.

Dança

 “É importante que o candidato tenha um trabalho corporal prévio, para que ele possa acompanhar as aulas do curso, que tem uma base prática muito forte", explica Graziela Estela Fonseca Rodrigues, professora do Departamento de Artes Corporais e coordenadora do exame. "Procuramos desenvolver a prova para que possamos extrair o máximo possível sobre as condições do candidato para a dança".

A professora Graziela explica que o perfil do aluno desejado no curso é que ele não apenas goste da arte, mas também já tenha familiaridade e prática de algum tipo de dança, podendo já ter realizado algum curso técnico, livre ou ser autodidata. Divididos em quatro turmas, os candidatos apresentam uma coreografia improvisada inspirada em imagens do fotógrafo Sebastião Salgado, como forma de mostrar o seu potencial.

Dança
Professora Graziela Estela Fonseca Rodrigues

Outra parte do exame contempla a apresentação de uma coreografia desenvolvida pelo próprio candidato, com direito a escolha de uma música. "Na prova trazemos o que o candidato vai encontrar no curso, como dança do Brasil e as referencias das técnicas corporais advindas das manifestações culturais brasileiras, além de outras técnicas americanas e europeias. Buscamos um equilíbrio enquanto área de conhecimento", relata a professora Graziela.

Dança

Classificada para a prova, a paulistana Jenniffer Aquino dos Santos, de 17 anos, veio acompanhada com a família para a realização do exame. Estudante de escola pública, Jenniffer passou para a segunda fase sem ter realizado cursinho preparatório anteriormente. “Eu danço desde que eu tinha seis anos de idade. Fiz formação na Escola de Dança de São Paulo e lá pude conhecer a Unicamp e outras faculdades que oferecem o curso de dança. Alguns professores vieram daqui, por isso me identifiquei com o curso e escolhi a Unicamp”, conta Jenniffer.

Dança

Outra candidata que presta o vestibular da Unicamp pela primeira vez é Bruna de Oliveira, de 17 anos. Moradora de Santa Barbara d’Oeste, Bruna também realiza cursos de balé desde os três anos de idade. Mais recentemente passou a se interessar pelo jazz e street dance. "O meu interesse no curso surgiu, pois dançar é uma das coisas que eu mais gosto de fazer. Fazer parte da Unicamp me faria crescer muito como profissional e realizar muitos sonhos. Quero me profissionalizar e futuramente trabalhar e viver da dança”.

Arquitetura e urbanismo
Outro curso que realiza a prova de habilidades específicas é Arquitetura e Urbanismo. O exame, de dia único, foi realizado nesta quarta-feira (24), com os aprovados para a segunda fase que disputam as 30 vagas do curso.

Arquitetura

Como o curso da Unicamp prepara o arquiteto para compreender as necessidades de projetos e construções para indivíduos, grupos sociais e comunidades, a prova deste ano teve como tema o  rompimento da barragem rejeitos de mineração de Fundão e a destruição do distrito de Bento Rodrigues, do município de Mariana, Minas Gerais, ocorrido em novembro de 2015. O rompimento é considerado o maior desastre industrial do Brasil, causando 18 mortes, destruindo a casa de centenas de famílias, e afetando o meio ambiente e a vida da população de quase 230 municípios ao longo da bacia do Rio Doce, nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

Segundo o professor Rafael Augusto Urano de Carvalho Frajndlich, coordenador da seleção específica de arquitetura, a prova foi preparada ao longo de quatro meses, com o objetivo de avaliar candidatos sobre sua capacidade de desenho, a capacidade de desenhar uma cidade e a criação de um novo espaço para a população. "Trouxemos um problema para a prova toda, que foi o caso de Bento Rodrigues, uma cidade apagada pela lama, a transformação brusca do acidente, e o que poderia ser feito como reparação".

Professor Rafael Frajndlich
Professor Rafael Frajndlich

A avaliação dos candidatos contará como critérios a clareza com que o candidato poderá expor suas ideias, com entendimento pleno das propostas e o que o desenho revela do pensamento do aluno. "Nada disso envolve conhecimento prévio do que ele irá aprender aqui. O tipo de aluno que queremos selecionar é quem consiga se expressar pelo desenho. Basta ter uma capacidade de expressão que ele será bem avaliado, uma capacidade de se expressar graficamente", explica o professor Rafael.

A divulgação da primeira chamada do Vestibular Unicamp será realizada 8 de fevereiro. A matrícula não presencial deve ser realizada no dia seguinte no site da Comvest.

Imagem de capa
Exame de habilidades específicas de dança do Vestibular Unicamp 2018

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004