Edição nº 620

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Jornal da Unicamp

Baixar versão em PDF Campinas, 23 de março de 2015 a 29 de março de 2015 – ANO 2015 – Nº 620

Comunidade universitária discute a sustentabilidade


A mesa e a plateia na abertura da primeira edição do “Refletir - Encontro  Permanente sobre vivência e gestão na Unicamp”: debate de ideias e troca de experiênciasTão importante quanto pensar sobre temas relacionados à sustentabilidade é transformar essa reflexão em ações concretas. A mensagem foi transmitida pelo reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, ao público presente à primeira edição do “Refletir - Encontro Permanente sobre vivência e gestão na Unicamp”, evento promovido pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU). O objetivo da iniciativa, voltada à comunidade universitária, é estimular a troca de ideias e experiências que possam contribuir para melhorar a vivência e aumentar a eficiência da gestão no âmbito da instituição. As atividades foram realizadas durante a manhã e parte da tarde do último dia 13 no Centro de Convenções.

Participaram da mesa de abertura do Refletir, além do reitor, o coordenador-geral da Universidade, Alvaro Crósta; a pró-reitora de Pesquisa, Gláucia Pastore; o pró-reitor de Extensão; João Frederico da Costa Azevedo Meyer; e o assessor da Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário (PRDU), Djalma de Carvalho Moreira Filho, que representou a pró-reitora Teresa Atvars.

Em sua fala, Tadeu Jorge disse que é importante que a Unicamp faça internamente tudo aquilo que recomenda que os outros façam lá fora. “A Universidade desenvolve pesquisas e gera conhecimentos que muitas vezes suscitam recomendações à sociedade. Nós precisamos absorver essas sugestões e transformá-las em ações concretas nas áreas de vivência e gestão, que são os temas deste encontro. Um exemplo é o estímulo às mudanças de hábitos que podem levar, por exemplo, ao uso mínimo de papel”, disse.

De acordo com Alvaro Crósta, o propósito do Refletir é se estabelecer como um espaço permanente para a troca de ideias e experiências da comunidade universitária. Ele destacou que serão lançados editais para a recepção de propostas de novas edições. “Inicialmente, queremos realizar um encontro por semestre. Nesta e nas futuras edições, queremos que o tema da sustentabilidade seja tratado da forma mais ampla possível, de modo que ele se torne uma preocupação do dia a dia da Universidade”.

O formato do Refletir compreende a realização de palestras, oficinas e de uma plenária na qual são apresentados os resultados das atividades. Nesta primeira edição, uma das conferências foi apresentada pelo coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo, Maurício Broinizi Pereira. Ele abordou o tema “Recursos Hídricos: sustentabilidade e inovação”. A Nossa São Paulo é uma ONG que trabalha para a construção de uma força política, social e econômica capaz de comprometer a sociedade e os sucessivos governos com uma agenda e um conjunto de metas a fim de oferecer melhor qualidade de vida para todos os habitantes da cidade.

Pereira chamou a atenção do público para o fato de a humanidade consumir e destruir os recursos naturais em velocidade superior à que a natureza precisa para se recompor. “Nós estamos caminhando para o esgotamento dos recursos que garantem a sobrevivência da espécie humana”, advertiu. Segundo ele, porém, há experiências tanto no exterior quanto no Brasil que transitam na contramão dessa tendência predatória e que podem ser reproduzidas pelas cidades brasileiras.

Um dos exemplos apresentados por ele vem de Tóquio, no Japão. Enquanto no Brasil a perda de água tratada é, em média, de 40%, na cidade japonesa ela está em torno de 2%, graças a medidas como a troca de encanamento antigo e a instalação de sensores que detectam vazamentos. “Essa solução tem um impacto altamente positivo tanto no plano ambiental quanto econômico. A título de comparação, no Brasil o prejuízo causado pela perda de água tratada é da ordem de R$ 7,4 bilhões ao ano”.

Na sequência, o assessor da CGU, Orlando Fontes Lima Jr, falou sobre as medidas que têm sido e que serão adotadas pela Unicamp destinadas à racionalização do uso da água, energia e papel. De acordo com ele, a preocupação da Universidade com essas questões é antiga. Tanto é assim que o Programa Pró-Água, que está entrando em sua terceira fase, já proporcionou uma redução expressiva no consumo da comunidade.

“A média de consumo mensal de água na Unicamp em 2014 foi de 71.967 m3, pouco superior à registrada em 1999 (70.008 m3), quando a instituição era, em termos físicos, cerca de 40% menor que hoje”, comparou Lima Jr. “É nesse sentido que vamos continuar caminhando, tendo como foco três eixos: conscientização, racionalização e prevenção”, acrescentou.

(Manuel Alves Filho)