Edição nº 578

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Jornal da Unicamp

Baixar versão em PDF Campinas, 07 de outubro de 2013 a 13 de outubro de 2013 – ANO 2013 – Nº 578

Nepp promove reflexão sobre educação infantil


A educação infantil é uma etapa tão importante para a formação do cidadão quanto as outras que a sucedem. É nela que são fundadas as bases para a construção da sociedade que almejamos. As considerações são de Roberta Rocha Borges, pesquisadora do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (Nepp) da Unicamp. Roberta coordena o Programa de Estudos em Educação Infantil do Nepp, que tem promovido reflexões e ações voltadas à melhoria desse nível de ensino. Um dos próximos projetos a serem executados por ela, no contexto do seu trabalho de pós-doutorado, é a formulação de um documento que reflita o pensamento da comunidade interna sobre que tipo de educação infantil ela deseja para as escolas mantidas pela Universidade.

Conforme Roberta, a ideia é convidar representantes das diversas faculdades, institutos e órgãos para uma reflexão ampla sobre a educação infantil oferecida pela Unicamp. “Vamos promover oficinas e dialogar com especialistas de fora da Universidade, inclusive do exterior. Em seguida, vamos elaborar um documento que contemple o pensamento da comunidade sobre que educação infantil ela deseja. Por fim, vamos realizar um seminário para divulgar os resultados obtidos tanto para o público interno quanto externo”, adianta.

Paralelamente a essa iniciativa, explica Roberta, o programa coordenado por ela dará continuidade ao trabalho que já realiza junto a prefeituras. Segundo ela, essa ação está baseada principalmente no diálogo. “Em outros tempos, a academia ia até os municípios e dizia o que deveria ser feito, o que era certo. Atualmente, nós partimos de outro conceito. Nós consideramos que a construção de uma educação infantil de qualidade deve partir de uma iniciativa coletiva. Por isso é importante ouvir todos os atores envolvidos, como professores, diretores, pais e as próprias crianças”, diz.

Roberta também destaca a relevância da junção entre teoria e prática no processo de aprendizagem das crianças. Segundo ela, os pequenos aprendem fazendo e também observando a ação dos adultos. “O que eu falo deve ser o que eu faço”, pontua. Como exemplo de envolvimento da comunidade com os temas da escola infantil, a pesquisadora cita uma experiência realizada na Itália. Lá, educadores, pais, alunos e outros membros da comunidade se envolveram na construção de um portão, cada um oferecendo parte do seu tempo e do seu conhecimento.

Assim, alguns fizeram trabalhos de marcenaria, outros de pintura e assim por diante. Quem não trabalhou diretamente na construção ajudou organizando a festa de inauguração, que contou com a participação do prefeito. “Um grupo de mães fez o bolo e alguns pais tocaram instrumentos musicais para animar a festa. Além de integrar a escola à comunidade, o projeto deixou como legado um patrimônio material para a cidade e um exemplo a ser considerado por outras escolas e comunidades”, considera.

A pesquisadora do Nepp reconhece que esse não é um objetivo fácil de ser atingido, mas destaca que ele é possível. “A educação contribui para estruturar a sociedade. Se nós quisermos formar adultos criativos, éticos e fraternos, temos que trabalhar a base, que é a educação infantil. Vale insistir que esta tem de ser democrática, e para isso é preciso que ela seja construída coletivamente”, defende Roberta.

 

Seminário

Entre os dias 17 e 19 de outubro, a Prefeitura de São Paulo promoverá, em colaboração com a Unicamp e outras instituições, o I Seminário sobre Direitos à Infância e Políticas Culturais paras as Crianças. O evento, que terá Roberta Borges e a professora Magali Reis (PUC-Minas) como curadoras, será realizado na Biblioteca Mário de Andrade, na Capital. Entre as atividades programadas estão palestras e mesas-redondas que tratarão de temas como direito à infância, políticas culturais paras as crianças, culturas digitais e games para crianças, entre outros.