Edição nº 530

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Jornal da Unicamp

Baixar versão em PDF Campinas, 18 de junho de 2012 a 24 de junho de 2012 – ANO 2012 – Nº 530

Ranking aponta
Unicamp como
a 3ª melhor
universidade da AL

Outras duas universidades brasileiras estão
no topo da lista feita pela Quacquarelli Symonds

 A Unicamp é a 3ª melhor universidade da América Latina, segundo novo ranking divulgado no último dia 13 pela QS (Quacquarelli Symonds), grupo britânico responsável por uma das principais classificações universitárias do mundo, a Top Universities. Além da Unicamp, outras duas brasileiras figuram no topo da lista. A USP aparece em 1º lugar e a UFRJ em 9º.

Esse é o terceiro ranking divulgado nos últimos 20 dias por grupos internacionais. Em dois levantamentos anteriores, divulgados pela própria QS e pelo Times Higher Education (THE) sobre as melhores universidades do mundo com menos de 50 anos, a Unicamp aparece, respectivamente, em 22º e em 44º.

Na edição latina da QS, o Brasil tem 65 universidades entre as 250 melhores da região. Isso significa que uma em cada quatro universidades de qualidade nos 19 países latinos analisados pelo QS é brasileira. Entre elas, a Unesp aparece na 16ª colocação, logo à frente da PUC-Rio, a instituição particular mais bem colocada entre as brasileiras. A Universidade de Brasília (UnB), que está na 25ª posição, encerra a relação das nacionais no topo da lista.

“A boa colocação da Unicamp reflete a densidade de seus programas de pesquisa e a qualidade do ensino de graduação”, disse o reitor Fernando Costa. “Essa relação histórica entre ensino e pesquisa, que desde o início caracterizou-se como o grande diferencial da Unicamp, certamente pesou nos resultados do levantamento”, completou. Ele também destacou o esforço contínuo na contratação dos melhores professores e na formação de estudantes que possam atuar como protagonistas  nas diversas áreas do conhecimento. “Por todos estes indicadores, a Unicamp orgulha-se de pertencer ao grupo de instituições públicas cuja atuação vem resultando em indiscutível contribuição à sociedade, nas mais diversas áreas”.

Segundo Catarina Roscoe, consultora do QS, o bom desempenho se deve a um investimento maior em educação. “O governo brasileiro tem claramente priorizado o investimento em educação. A porcentagem da despesa pública investida em educação cresceu de 10,5% em 2000 para 17,4% em 2008”, disse Catarina em entrevista à repórter Sabine Righetti, da Folha de S. Paulo.

A avaliação do QS leva em consideração a reputação acadêmica das instituições e de seus funcionários, assim como o número de trabalhos publicados e citados, o tamanho da universidade e quantos alunos recebe e a relevância das pesquisas na internet.

 

 

 

 

Semana de 22

é tema de exposição no IEL

 

Está aberta até o mês de agosto, na Biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), a exposição "90 anos da Semana de Arte Moderna de 1922". Aquela semana de 13 a 17 de fevereiro ecoa até hoje como um marco na cultura brasileira, por ter levado a público o movimento que representou uma mudança de paradigma na literatura, nas artes plásticas e na música. A mostra traz primeiras edições e fac-símiles de obras publicadas a partir da década de 1920, além de pinturas, fotos e catálogos relacionados ao evento, tudo pertencente ao acervo do IEL.

"A Semana de Arte Moderna foi importante, mas pelas obras que ficaram. Na verdade, foram apenas três noites, como tantas que aconteceram na história da literatura brasileira, à exceção de obras de Anita Malfatti e leituras de alguns poemas de Mario de Andrade, Menotti Del Picchia e Oswald de Andrade – leituras que talvez nem tenham ocorrido. Há muita lenda, não cabia tanta repercussão", afirma a professora Maria Eugenia Boaventura, do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp.

Na opinião da docente da Unicamp, a Semana de Arte Moderna foi uma festa organizada para fazer um balanço do que vinha sendo produzido desde 1915 e, também, para anunciar obras e projetos que viriam nos anos seguintes a 1922. "A importância está no projeto modernista, de atualização da cultura e da arte brasileira, levada adiante com livros como Pau-brasil e Macunaíma e obras de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e outros artistas."

Maria Eugenia Boaventura ressalta que o público poderá conferir grande parte dessas obras na mostra montada na Biblioteca do IEL. "É uma exposição simples, mas rica. Lá estão várias primeiras edições de livros lançados em 22 (que foram poucos) e nos anos seguintes: Os condenados [Oswald de Andrade], O homem e a morte [Manuel Bandeira], Pauliceia desvairada [Mario de Andrade] e outros autores, como Guilherme de Almeida, Cassiano Ricardo e Ronald de Carvalho."

Também está na exposição um fac-símile da capa do primeiro número da Klaxon, revista de linguagem ousada lançada em agosto de 1922 para divulgar o movimento modernista, tendo inúmeros escritores e artistas como colaboradores. "Outro aspecto importante foi o trabalho do bibliófilo e empresário José Mindlin, que patrocinou a reedição das principais revistas do modernismo (Verde, Revista de Antropofagia e a própria Klaxon), a fim de tornar aquelas obras acessíveis ao grande público", destaca Maria Eugenia.

A professora do IEL observa, finalmente, que muito da repercussão da Semana de Arte Moderna e do projeto modernista se deve à universidade, que se encarregou da construção crítica do movimento, sobretudo nos anos 70. "A pesquisa de diferentes universidades (sobretudo USP, Unicamp e do Rio de Janeiro), a partir de acervos preservados e anexados a essas instituições, contribuiu para a construção desta repercussão. Há muito por pesquisar e trabalhar com literatura brasileira é bom por isso. Temos, por exemplo, mais de dez biografias de Proust e o mesmo tanto de Joyce; já sobre nossos autores, tudo ainda é pobre."