A comunicação da Unicamp em tempos de Covid-19

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As universidades públicas brasileiras enfrentam os desafios impostos pela Covid-19 à sociedade brasileira, que assiste o galopante aumento do número de casos confirmados, com o Brasil transformando-se em novo epicentro da pandemia. Enfrentamento feito através de suas missões fundadoras, o ensino – agora não presencial -, a pesquisa e a assistência à sociedade. Faz isso atuando, também, como “esteio de liberdade” para discutir os melhores caminhos a seguir, como declarado em recente editorial de um jornal de circulação nacional. Para que isso se efetive de maneira mais rápida e abrangente, a comunicação das universidades precisa ser especialmente participante e proativa.

A Unicamp responde atualmente por 8% da produção científica nacional, o que resulta num significativo volume de informações de interesse público. Por essa razão, a Universidade deixou de ser apenas um centro gerador de conhecimento para consolidar-se também como importante agente para disseminação da ciência e da cultura. Para se ter uma ideia da relevância dessa atividade, basta citar que, nos últimos dois meses, a Unicamp foi objeto de aproximadamente dez mil notícias relacionadas ao tema “coronavírus”, boa parte delas sobre os trabalhos desenvolvidos por pesquisadores de todas as áreas e profissionais da saúde no enfrentamento da pandemia. Todas estas atividades acontecem de forma integrada com diversos canais de comunicação, incluindo redes sociais, rádio e televisão institucionais. Nesse aspecto, a Universidade desempenha papel de destaque na divulgação de temas relacionados à ciência e, consequentemente, na construção de uma cultura científica, algo em que o Brasil ainda tem muito a fazer, quando comparado aos países desenvolvidos.

Na Unicamp, a comunicação é imprescindível para a reorganização de suas atividades internas, para tornar conhecidas as iniciativas desenvolvidas e seus resultados – ajudando para que sejam implantadas como bem público, para que subsidiem políticas públicas e para dar segurança à população com informações qualificadas. Mesmo trabalhando remotamente, a comunicação da Unicamp precisou crescer, o portal da universidade, a exemplo do das grandes universidades do mundo, como Harvard ou Berkeley, é dedicado à Covid-19 e suas consequências, e se transforma continuamente para divulgar e abrigar adequadamente o crescente número de notícias e informações.

Desde o início da crise, criou-se um hotsite, que continuamente é acrescido de novas sessões e funcionalidades. A agenda Unicamp, de início repleta de cancelamentos de eventos presenciais, agora realiza cuidadoso trabalho editorial para divulgar os cada vez mais frequentes eventos virtuais, não só da universidade, mas de vários lugares do país, pois o espaço virtual derrubou os limites físicos de participação. A Rádio e a TV da universidade, que quase sempre dependem de uma interação muito próxima com entrevistados, precisaram driblar a dificuldade de não ter seus profissionais em campo e ainda assim realizar um trabalho de qualidade.

As matérias jornalísticas, todas feitas remotamente, também se multiplicaram com as iniciativas cada vez mais disseminadas de pesquisas em crescentes frentes. Também aumenta o número dos membros da comunidade interna que se manifestam, pautados nos seus conhecimentos, para informar o público: seja por texto, vídeo ou voz, espalhando-se pelos canais de comunicação da instituição. Em dois meses foram produzidas pela Secretaria de Comunicação mais de 90 notícias, além de 50 programas de TV, com entrevistas e atualizações diárias de informações e orientações. Todo esse trabalho envolve um time de profissionais que atua de forma integrada e é capilarizado, em boa parte, pelas redes sociais da instituição. Aplicativos antes utilizados apenas para videoconferências, transformaram-se em aliados e tornaram possível a ampliação do trabalho da Rádio e da TV. O resultado pode ser medido no aumento do número de inscritos no Youtube oficial da Unicamp que, em menos de três meses, saltou de 6 seis mil para dez mil.

Não é só isso: avoluma-se o contato fundamental com a imprensa externa, que precisa e quer ser informada. É assim que os relevantes trabalhos de pesquisa chegam ao grande público, é com isso que notícias falsas são desmentidas, é dessa forma que a população pode ser orientada. Esse trabalho de assessoria de imprensa não pode distinguir fins de semana dos demais dias, ou o horário comercial das altas horas, como acontece diversas vezes em períodos de emergência. Mas os resultados compensam: nos últimos doze meses, a Unicamp foi mencionada em 61 mil notícias de âmbito regional, estadual, nacional e internacional. O encaminhamento e orientação da comunidade interna para se comunicar com a sociedade é, portanto, contínuo.

Trabalho inestimável também em outras situações, em que a rotina do docente ou pesquisador é quebrada do dia para a noite devido à importância do seu trabalho e a urgência de sua comunicação. Com o risco desse atendimento não poder suprir individualmente toda a atenção minuciosa necessária, devido à crescente demanda, é necessário chamar a atenção ao manual de relacionamento com a imprensa da Unicamp, que nesse momento volta a ser de grande ajuda.

Na prática, o manual é um guia para orientar dirigentes, docentes, pesquisadores e funcionários da Universidade no contato com a mídia. O objetivo da publicação é oferecer aos integrantes da comunidade universitária, que são potenciais fontes de informação, elementos que facilitem essa interlocução. O manual também foi totalmente desenvolvido por profissionais da Assessoria de Comunicação, sem qualquer custo para a Universidade. O conteúdo, que pode ser acessado no Portal da Unicamp e também foi distribuído a dirigentes e gestores de faculdades, institutos, órgãos e departamentos, traz sugestões sobre agendamento e concessão de entrevistas e elaboração de artigos, entre outras orientações, o que reflete o esforço para aproximar a Unicamp da sociedade.

Os processos de trabalho também foram atualizados e a tecnologia tornou-se uma aliada nesse período, tanto para a comunicação interna quanto para a comunicação externa. As ferramentas de mensagens instantâneas para celulares, incluindo texto, áudio, imagens e vídeos, avançaram e novas tecnologias foram incorporadas à rotina de produção de conteúdo dos profissionais que compõem a comunicação da Universidade.

A utilização desses meios tecnológicos na mediação de reportagens (das redações com as fontes da Universidade) revelou-se fundamental para a assessoria de imprensa. A maior parte das situações exige resposta rápida para atender às demandas externas, mas também há casos em que uma entrevista leva tempo, e às vezes dias, para ser concluída, pois requer ajustes em datas, horários, formatos e meios de gravação com a fonte (pesquisador, docente ou dirigente) e com as redações (produção, jornalista, apresentador) dos veículos de comunicação. Trata-se de uma atividade que não se ajusta à rotina meramente burocrática, exigindo criatividade, experiência e proatividade para atuar em diversas frentes simultaneamente. Apesar dos esforços de milhares de cientistas para descobrir uma vacina, ou medicamentos mais eficientes, capazes de afastar os riscos impostos pela pandemia, o coronavírus ainda representa uma ameaça cujo enfrentamento exige responsabilidade administrativa e consciência coletiva. Enquanto a vacina não vem, a melhor arma ainda é a informação correta, fundamentada na ciência. E esse também é um dos papeis da universidade.

 

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Informação fundamentada na ciência é importante aliada no combate à pandemia

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