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..............Campinas, 25 a 31 de março de 2002

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EXTENSÃO

 

Nunca é tarde para recomeçar

Antonio Roberto Fava

Nunca é tarde para recomeçar. No caso, para uma pequena parte dos servidores da Unicamp, recomeçar significa voltar aos estudos. Já faz alguns meses que cerca de 45 funcionários estão participando do Programa de Alfabetização Solidária (PAS), cuja proposta é reduzir a taxa de analfabetismo e melhorar o índice de escolaridade dentro dos quadros funcionais da instituição. O passo seguinte é torná-los aptos a ingressar no supletivo do ensino fundamental e médio.

O PAS é uma organização não-governamental, que não visa lucro e mantém parcerias com empresas, pessoas físicas, universidades, prefeituras e o Ministério da Educação e Cultura (MEC). Em nível nacional, o programa vem atuando há cinco anos, com resultados bastante satisfatórios.
A parceria com a Unicamp dura pouco mais de um ano, mas já existem duas classes formadas, com servidores entre 35 e 65 anos de idade, que trabalham no Estec e na área da saúde, inclusive alguns aposentados. O PAS na Universidade é coordenado pela professora Sylvia Terzi, que vem verificando interesse de outras áreas do campus em participar do programa.

Segundo a professora Maria Angélica Lauretti Carneiro, coordenadora pedagógica do PAS, é difícil traçar um perfil dos alunos. “No grupo de servidores da Unicamp existem pessoas que sabem apenas escrever seu nome e reconhecem letreiros de itinerários de ônibus, por exemplo”, afirma. Elas podem ser consideradas analfabetas. “Ou porque estudaram pouco quando jovens, ou porque tiveram de interromper os estudos, ou porque pararam de estudar há muito tempo e agora demonstram interesse em voltar aos livros. E este retorno aos estudos é um impulso inicial para que possam readquirir a auto-estima e maior apreensão dos usos sociais da escrita”, observa a professora.

No entanto, isso não significa que sejam servidores desprovidos de outras habilidades nesse campo. Um exemplo é oferecido pelos trabalhadores do Estec, em sua maioria braçais, que demonstram conhecer cálculo muito bem. Para eles, fazer contas é fácil, porque têm noção de volume, de metragem e de espaço físico. “Só não possuem a formalização de como isso se processa na vida prática”, diz Maria Angélica.

As turmas de alunos/servidores da área da saúde, com aulas ministradas pela professora Lígia Michelle, e do Estec, pela professora Marília Camargo, são diferenciadas, pois elas possuem perfis igualmente distintos. Para cada turma é desenvolvido um trabalho diferente, de acordo com a necessidade e deficiência de escrita de cada grupo. Trata-se de um trabalho que, em suma, procura valorizar em cada comunidade de alunos quais as práticas sociais de escritas necessárias e o material com o qual querem trabalhar.
Maria Angélica explica que na Unicamp o índice de servidores iletrados ou com quase nenhuma instrução é significativo. No entanto, é notória a vontade, a perseverança e os freqüentes questionamentos dos alunos em sala de aula. “Caso contrário, não estariam aqui quase diariamente, depois do trabalho, por duas horas ou mais”, salienta.

As turmas dos cursos do Programa de Alfabetização Solidária são renovadas a cada cinco meses. Para o pessoal do Estec, as aulas são dadas no prédio da Engenharia Básica, de terça a sexta-feira, das 15 às 17 horas, e para os servidores da área da saúde, no 3° andar do Hospital das Clínicas, das 12 às 14 horas.

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PESSOAS

 

Jardineiro da FCM vence maratona em Cosmópolis

A ristides Bianchi, 55 anos, jardineiro da Faculdade de
Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, é um exemplo de vitalidade. Atleta há três anos, ele acaba de conquistar o troféu de 1o lugar na Corrida Evangélica em Cosmópolis, categoria dos veteranos, entre mais de 300 participantes de diversas faixas etárias. O evento ocorreu em 10 de março, com percurso de 8 quilômetros.

Aristides se submete a acompanhamento médico regular na Faculdade de Educação Física (FEF) e no Centro de Saúde da Comunidade (Cecom), sem esquecer o check-up anual. Coleciona elogios, sendo já considerado um bom atleta na categoria. O jardineiro conseguiu melhorar seu tempo em mais de quatro minutos em relação à corrida anterior, graças a um bom conselho de um incentivador, que o encaminhou ao Laboratório de Fisiologia do Exercício (Labex).

Sob a responsabilidade da professora Denise Vaz de Macedo e sua equipe, Aristides se submete a um trabalho de condicionamento físico baseado em avaliação de dosagem bioquímica que modula esforço e repouso. Neste Laboratório são treinados diversos atletas, inclusive grandes equipes de futebol como Corinthians e Ponte Preta.

A primeira participação competitiva do jardineiro corredor se deu na 1a Corrida 2000, maratona de 10 quilômetros em Campinas, destacando-se como o melhor entre 100 participantes. Disputou campeonatos em cidades da região e vem, há algum tempo, colecionando medalhas. Chegou em 5º lugar depois de 7 km no Distrito de Barão Geraldo, e em 10o em Americana.

“Levo o treinamento bem a sério”, afirma. Muito inquieto, o maratonista começou a praticar esporte por acaso. Preocupado com a saúde, Aristides passou a se dedicar a corridas ao redor da lagoa da Unicamp, com percursos menores, e nos finais de semana dava voltas ao do Taquaral, perfazendo 15 quilômetros de treino. De família muito humilde, estudou até a 4a série do ensino fundamental. Nasceu em Valinhos e ali morou por 25 anos. Nessa época, garantia o sustento da família como trabalhador rural.
(Roseli Silveira)

 


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