Untitled Document
PORTAL UNICAMP
4
AGENDA UNICAMP
3
VERSÃO PDF
2
EDIÇÕES ANTERIORES
1
 
Untitled Document
 

Deterioração de museu é tema de pesquisa no IA

RAQUEL DO CARMO SANTOS

A artista plástica Luciana Dultra Britto: “O Museu  da Cidade perdeu, ao longo dos anos, a sua finalidade” (Foto: Antoninho Perri)Cerca de 70% do acervo do Museu da Cidade de Campinas, localizado ao lado da Estação Cultura, está interditado por necessidade de restauro. O quadro se arrasta há pelo menos dez anos sem uma proposta legítima de recuperação de um dos patrimônios mais importantes do município. “O Museu da Cidade perdeu, ao longo dos anos, a finalidade para a qual foi criado. Sua premissa deveria ser a coleta, a pesquisa, a preservação e a difusão da história e cultura da cidade, assim como fomentar fóruns e debates sobre os problemas e as possibilidades da cidade contemporânea. Nada disso ocorre. No máximo, acontecem exposições esporádicas emprestadas de outros setores e instituições que não refletem a sua principal missão”, denuncia a artista plástica Luciana Dultra Britto, que apresentou dissertação de mestrado no Instituto de Artes (IA) sobre o tema.

O Museu da Cidade de Campinas foi um dos pioneiros do país com a proposta de ser um centro especializado em história e cultura urbana. Foi inaugurado em 1992, quando o então Secretário Municipal de Cultura, o historiador Célio Turino, idealizou um museu que tratasse do contexto urbano. Reuniram, na época, três acervos que estavam no Bosque dos Jequitibás que significaria a inclusão da diversidade cultural, social e étnica de Campinas no espaço museológico. São eles o Museu do Índio, o Museu do Folclore e da História de Campinas. De lá pra cá, no entanto, várias iniciativas foram realizadas, sem que a proposta inicial fosse contemplada.

Depois de várias visitas ao local, Luciana, que foi orientada pela professora Maria José de Azevedo Marcondes, apurou que as peças do Museu nunca passaram por uma recuperação e, com isso, foram se deteriorando com o tempo. “O Museu não possui reserva técnica, local adequado para guarda e manutenção do acervo e nunca teve um museólogo, profissional responsável por pesquisar sentidos e significados do acervo para elaborar novas concepções de exposição e estabelecer uma comunicação entre o objeto e o visitante do museu”, destaca a artista plástica que por dez anos esteve à frente das atividades do Itaú Cultural.

Ela salienta ainda que não existe perspectiva de um plano estratégico capaz de revitalizar as atividades do museu, bem como realizar a restauração do acervo para torná-lo disponível à população, que mal freqüenta o espaço. “Pelo grau de degradação o volume de recursos necessários seria muito grande. Acho difícil conseguir uma solução equilibrada para o problema”, avalia.

Luciana Britto destaca que existem 12 museus na cidade de Campinas e todos de administração pública municipal. No entanto, as ações mais visíveis contemplam, apenas, o Museu de Arte Contemporânea, localizado ao lado da Prefeitura e, ainda assim, observa, este atua como uma galeria para exposições de arte moderna e não como um centro de pesquisa de arte contemporânea. Em sua opinião existe também uma falta de integração entre os museus. “Eles não trabalham de forma colaborativa e um ignora a existência do outro”.

 
Untitled Document
 
Untitled Document
Jornal da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas / ASCOM - Assessoria de Comunicação e Imprensa
e-mail: imprensa@unicamp.br - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP