9 a 15 de setembro de 2002
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O pesquisador Carlos Anjos: analisando o desenvolvimento de uma embalagem que facilite a higienizaçãoFEA busca
embalagem ideal

Pesquisador desenvolve produto alternativo para embalar água de fontes brasileiras

MARIA ALICE DA CRUZ

As propriedades terapêuticas da água mineral estão entre os principais atrativos que levam perto de 40% dos brasileiros a consumi-la. Mas o consumidor deve levar em conta também a qualidade e os cuidados tomados antes e durante o seu engarrafamento. Projetos de novas embalagens desenvolvidos pelo Departamento de Tecnologia de Alimentos, da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, em conjunto com a iniciativa privada, têm o objetivo de garantir esta qualidade.

Há 23 anos trabalhando com embalagens, 11 deles em indústrias e participando de pesquisas da FEA, o professor Carlos Anjos visitou empresas européias em busca de novas alternativas para embalar água de fontes brasileiras. Ele vem se ocupando de um novo garrafão de 20 litros retornável, que atenda totalmente às mudanças de especificações determinadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) visando à qualidade e ao desempenho das embalagens utilizadas atualmente.

De acordo com o pesquisador, os garrafões de polipropileno e policarbonato em uso não atendem a alguns dos requisitos das normas citadas, apresentando, por exemplo, dificuldade de higienização e custo por quilo elevado. Entre as propriedades exigidas está a transparência – para que o consumidor possa enxergar o produto – e o material ideal é o poliéster ou polietileno tereftalato (PET), que já está no mercado. Carlos Anjos observa, no entanto, que o PET é fabricado no sistema de um estágio, quando as características regionais do Brasil indicam sua produção a partir de uma pré-forma e uma sopradora acessível aos engarrafadores espalhados pelo país.

A partir da utilização de uma pré-forma de PET, o professor analisa o desenvolvimento de uma embalagem que facilite a higienização (sendo retornável, ocorrem várias viagens) e impeça a alteração do sabor da água após o engarrafamento. Mas a principal vantagem, em sua opinião, está na redução significativa do custo devido ao menor peso do material.

Carlos Anjos informa que as pesquisas na FEA – direcionadas à produção, qualidade e facilidade no manuseio, transporte e estocagem de alimentos – permitem prever para breve o descarte do garrafão de água, por si uma garantiria ao consumidor, à medida que haveria apenas uma viagem. O garrafão descartável, que vem sendo estudado em parceria com uma empresa nacional, deverá apresentar concepção um pouco diferente, porém sem afetar os sistemas de enchimento e distribuição já existentes. Os pesquisadores esperam chegar a uma forma que se adapte aos suportes e filtros das residências, empresas e outros estabelecimentos.

Reciclagem – Os pesquisadores da FEA buscam também orientar sobre a importância da reciclagem. O PET, no caso, apresenta reaproveitamento significativo por ter valor agregado, sendo transformado em fios, cordas, cerdas, roupas, etc. Hoje ele está entre os materiais mais reciclados no Brasil, na proporção de 35% do PET que é colocado no mercado. O professor Anjos esteve recentemente na Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Suíça e Itália, acompanhando uma empresa transformadora de PET de Salvador, para verificar os processos de reciclagem nesses países e dos quais também tenta extrair a experiência em vasilhas descartáveis de água. Indústrias como Nestlé e Danone já investem nessas embalagens no exterior.