193 - ANO XVII - 7 a 13 de outubro de 2002
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Uma etapa fundamental

Pesquisadores que estão à frente de importantes instituições ligadas ao ensino e pesquisa são unânimes em afirmar que a iniciação científica é fundamental para a formação do estudante. Segundo eles, além de desenvolver o senso crítico em relação ao ato de fazer ciência, os estudantes que passam por essa experiência aproveitam melhor o período de pós-graduação. Para valorizar a participação dos alunos, todo ano a Unicamp premia os cinco melhores trabalhos apontados pelo público. A partir do próximo ano, porém, a pró-reitoria de Pesquisa pretende adotar uma novidade para incentivar ainda mais essa prática. Segundo o pró-reitor Fernando Costa, além dos cinco trabalhos apontados pela preferência do público, também serão premiados outros dez projetos, selecionados por uma comissão especializada.

"Queremos estimular os estudantes a fazer ciência", diz o pró-reitor de Pesquisa. Segundo ele, a Unicamp é uma das universidades que permite esse tipo de atividade de modo satisfatório em razão de sua estrutura. "Contamos com pesquisadores e programas de pesquisa que facilitam o desenvolvimento dos estudantes", explica. Segundo ele, um dos principais objetivos é permitir ao estudante com vocação para a pesquisa aprender como as chamadas verdades científicas são estabelecidas.

O reitor da Unicamp, Carlos Henrique de Brito Cruz, também destaca a importância da iniciação científica. "Meu primeiro contato com a atividade de pesquisa ocorreu em 1976, quando obtive uma bolsa de iniciação científica do CNPq, para o projeto Estudo paramétrico de descargas elétricas em misturas de CO2:N2:He", conta. "Este projeto me abriu as portas para a pesquisa e para a atividade científica. Foi fundamental para minha formação. Trabalhar no projeto mudou inclusive minha maneira de ver as disciplinas do curso de graduação, porque passei a encontrar nelas respostas para várias das questões de meu trabalho", explica. Na opinião de Brito Cruz, a iniciação científica é uma das importantes oportunidades para que o estudante aprenda mais e aproveite melhor o período de seu curso na Unicamp.

Para o diretor científico da Fapesp, Fernando Perez, a iniciação científica é importante não apenas para quem pretende ser pesquisador, mas também para os estudantes que desejam atuar em outras áreas. "Quanto mais cedo fizer, melhor para o seu desenvolvimento acadêmico", afirma. "O exercício profissional requer crescentemente recursos humanos altamente qualificados, formados na fronteira do conhecimento e familiarizados com a metodologia científica", diz. Segundo Peres, a distância temporal e conceitual entre o conhecimento básico obtido nos laboratórios acadêmicos e sua aplicação prática diminui constantemente. "Para ser um bom médico, um bom engenheiro, um bom administrador de empresas ou, principalmente, um bom político é essencial nos dias de hoje uma boa base científica", define Peres.

O diretor científico da Fapesp diz que a iniciação científica é ainda mais importante para o estudante que pensa em seguir a carreira de pesquisador. E cita o seu próprio caso como exemplo. "Tive uma bolsa de iniciação científica da Fapesp em 1967. Esse programa foi essencial para ajudar a definir minha opção profissional pela ciência, bem como para permitir iniciar minha pós-graduação com melhor preparo. Eu estudava Engenharia Eletrônica na Escola Politécnica e cursava, ao mesmo tempo, Física no período norturno. Se não tivesse tido uma iniciação científica tão estimulante, com o professor Toledo Piza, do Instituto de Física da USP, certamente teria optado pela profissão de engenheiro", conta. (C. L.)