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RELAÇÕES SOCIAIS

JU – A Unicamp deve ter uma política cultural ou a produção cultural na Universidade deve ser o resultado da livre manifestação nas unidades, núcleos, centros e de outras instâncias da Universidade? Que linhas de ação o seu programa de trabalho contempla nessa área?


Fernando Costa – A definição de uma política cultural na Unicamp começa pela concentração de esforços para que a divulgação dos serviços e das atividades artísticas e científicas seja eficiente e atinja o maior número possível de pessoas. Tornar os campi espaços significativos na vida cultural da sociedade é um desafio que ainda não foi vencido. Deverão ser estimulados e apoiados os programas culturais que fortaleçam essa aproximação. A necessidade de ocupação noturna do campus, para melhor aproveitamento das instalações, para o dinamismo da vida cultural na Universidade e também para aumento da segurança, faz do investimento nessa área um objetivo a ser alcançado nos próximos anos. Ao mesmo tempo, a intensificação da vida cultural nos campi deverá ser uma preocupação da Reitoria, já que um dos seus objetivos estratégicos principais é investir no caráter formativo dos cursos de graduação, propiciando aos estudantes uma vivência ampla dos problemas e questões do mundo contemporâneo.

Chegada de ambulância de cidade da região de Campinas com paciente do HC (Foto: Antônio Scarpinetti)Gláucia Pastore – No campo cultural e artístico, não cabem políticas culturais de natureza dirigista; a política cultural fundamental deve ser a de fomento e estímulo dos grupos que atuem nestas áreas. Entendemos que a vida acadêmica não se completa sem a promoção de atividades artísticas e culturais no campus. Cumprem a função insubstituível de sensibilização, de enriquecimento espiritual de ampliação de perspectivas e de integração.

Temos o compromisso de viabilizar a implantação de um teatro próprio da universidade, atendendo a uma forte demanda dos cursos de artes, mas também favorecendo a integração comunitária.

JU – A área de Saúde, com seus hospitais e centros de atendimento e de pesquisa em saúde, é o ponto mais forte de conexão da Unicamp com a sociedade e referência regional para o setor. A alta qualidade de seus serviços não impede que ela tenha problemas crônicos de financiamento e de saturação de sua capacidade de atendimento. Como espera resolver essas questões?


Fernando Costa – Além de suas funções acadêmicas e assistenciais, a área da Saúde da Unicamp tem atuado de forma exemplar, exercendo um papel de referência regional e cumprindo um papel nacional importante. Paralelamente, tem convivido com um leque de problemas decorrentes em parte da saturação crônica de sua capacidade de atendimento, da incorporação de custos devido à implantação de novas tecnologias e das dificuldades de financiamento do setor. Há claramente a necessidade de implementar um novo modelo de gestão administrativa, orçamentária e financeira para suas unidades que proporcione maior flexibilidade de procedimentos administrativos e assegure a qualidade do ensino e dos serviços oferecidos. Nesse contexto, a obtenção do certificado de filantropia para as ações da Unicamp na área da Saúde é fundamental. Além disso, é preciso incluir na pauta de discussões com os governos estadual e federal, em ação conjunta com os demais hospitais universitários, a reivindicação de um modelo diferenciado de financiamento para essas instituições, de modo a fixar sobre bases reais um planejamento orçamentário capaz também de financiar a avaliação e a incorporação de novas tecnologias. Importante também ressaltar que a política de recursos humanos para todos que atuam na área de Saúde, tendo em vista suas peculiaridades especiais, deverá ser cuidadosamente avaliada e conduzida de acordo com os parâmetros próprios da área.

Pacientes na entrada principal do Hospital de Clínicas da Unicamp: referência regional (Foto: Antônio Scarpinetti)Gláucia Pastore – Inquestionavelmente, a área de Saúde da Unicamp é o mais visível vínculo da Universidade com a população. É nosso compromisso estimular e discutir sua gestão como uma questão da Universidade, garantindo os patamares de financiamento históricos, reforçando o financiamento via SUS, buscando articulações junto aos governos do Município, do Estado e Federal para aportes de recursos, uma vez que essa área oferece atendimento a mais de 80 cidades, atingindo uma população de mais de 5 milhões de habitantes.

Pela sua importância e sua influência, a discussão da área de Saúde exige uma articulação mais efetiva com setores organizados e institucionais que tratam da saúde, sem perder a perspectiva de que é um hospital universitário, que atende integralmente ao SUS e cuja missão é produzir, portanto, ensino, pesquisa e extensão.

É fundamental que se avance na compreensão da peculiaridade de um hospital universitário que produz assistência devendo, dessa forma, observar realidades de trabalho e jornadas de setores que vivem esta realidade.


JU – Além de produzir ciência e tecnologia, a Unicamp precisa difundi-la e, sempre que possível, repassá-la à sociedade. Várias iniciativas foram feitas nesse sentido nos últimos anos, como por exemplo a Agência de Inovação. Qual será sua política no campo da difusão tecnológica e das parcerias estratégicas com empresas e com o setor público nesse contexto?


Fernando Costa – Nos últimos anos, o conceito de inovação tornou-se central não apenas no âmbito das políticas públicas econômica, industrial, de comércio exterior e tecnológica, mas penetrou também nas políticas voltadas para a ciência e a universidade. Neste contexto, esse conceito passou a referir-se a um processo no qual todos os produtores de conhecimento estão envolvidos em todas as fases da cadeia de inovação, da produção do conhecimento até a introdução de novos produtos, processos ou serviços no ambiente social ou produtivo. A criação da Agência de Inovação da Unicamp representou um reconhecimento institucional da importância da questão da inovação tecnológica para o país e do importante papel das universidades em sistemas nacionais de inovação pouco desenvolvidos, e instituiu em seu campus um modelo de gestão tecnológica diferenciado dos exemplos brasileiros, porém muito similar aos encontrados em universidades de países centrais. Nos cinco anos de existência da Inova, resultados importantes foram obtidos pela Universidade, resultados que foram conquistados sem que se tenha perdido de vista a sua missão central, que continua sendo o ensino e a pesquisa. Temos noção clara de que o grande desafio da inovação tecnológica no Brasil somente será vencido com a participação decisiva e abrangente da indústria no processo de pesquisa e desenvolvimento, mas o exemplo da Unicamp demonstra que a contribuição da universidade pode ser relevante.

Gláucia Pastore – Nosso programa reconhece a importância da Agência de Inovação, e prontifica-se a “fortalecer e estimular as atividades da Inova”.

Em questões anteriores, já enumeramos as iniciativas pertinentes à busca de parcerias, junto ao setor público e ao setor privado, para motivação e financiamento de pesquisas.

JU - O leque de atividades de extensão da Unicamp, a começar pela Escola de Extensão, já é bastante amplo. O que falta fazer nesse sentido?


Apresentação da Orquestra Sinfônica da Unicamp: política cultural em debate (Foto: Antoninho Perri)Fernando Costa – Integrada às atividades acadêmicas, a extensão cumpre um papel relevante na formação dos estudantes potenciando, não raro, também a pesquisa. Embora a extensão da Unicamp seja vasta e efetiva, envolvendo um grande número de docentes, alunos e funcionários, ainda há espaço para ampliação deste tipo de atividades em nossa Universidade, especialmente no que diz respeito aos cursos de capacitação continuada e às várias formas de interação ativa com instituições públicas. No âmbito da extensão, no qual a Unicamp tem uma experiência consolidada, creio que é preciso agora investir também na extensão comunitária. Pautada pela busca de compatibilidade entre as demandas sociais, o caráter específico da instituição universitária e o ganho de conhecimento resultante da interação com a sociedade.

Gláucia Pastore – Nosso programa explicita o propósito de “fortalecer a Extecamp, para que a política de cursos de extensão esteja em plena sintonia com os objetivos da universidade, valorizando e estimulando novos mecanismos que permitam a realização de cursos subsidiados e que atendam às demandas sociais e também as demandas de formação dos servidores da própria universidade”. Sempre é possível alargar o espectro de ações a serem desenvolvidas. Em particular, nosso programa aponta: consolidar a TV Unicamp, ampliando e valorizando sua importância frente a sociedade como um veículo de comunicação social; ampliar os canais de comunicação e divulgação para a comunidade universitária e externa, junto à página da Unicamp na Internet, sua principal vitrine para o país e o mundo; ampliar a difusão do conhecimento, com apoios ao Museu Exploratório de Ciências, aos acervos, à comunicação institucional, às publicações acadêmicas e à TV universitária; estimular parcerias e participação na formulação e implementação de políticas públicas voltadas à expansão acadêmica e sociedade; apoiar atividades de prestação de serviços, facilitando o desenvolvimento e a transferência de tecnologias em benefício da sociedade; incentivar e promover a realização de ações comunitárias, eventos ligados a assuntos técnicos e sociais; expandir os programas de formação continuada e ofertas de cursos de extensão; estimular e intensificar o credenciamento de laboratórios em processos de certificação; ampliar e modernizar a infra-estrutura do Complexo de Eventos da Unicamp; estimular a participação das unidades na UPA – Unicamp de Portas Abertas; discutir a formalização das Coordenações de Extensão nas unidades de ensino e pesquisa; criar um banco de dados que evidencie as áreas de atuação da Unicamp, facilitando sua interação com o setor produtivo; e apoiar e promover a participação de alunos bolsistas nos projetos voltados à comunidade externa.


 

 



 
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