| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 335 - 28 de agosto a 10 de setembro de 2006
Leia nesta edição
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Ensino de Química
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Bióloga propõe metodologia para
o controle das moscas domésticas

RAQUEL DO CARMO SANTOS

A bióloga Angela Mingozzi Martins dos Santos: mesmo as varejeiras não merecem atenção dos gestores da saúde (Foto: Antoninho Perri)Embora sejam potenciais transmissoras de bactérias e vírus, as moscas domésticas, entre elas as varejeiras exóticas, não recebem a devida atenção dos gestores de saúde e da população para o controle das infestações. Ao contrário do que ocorre com o mosquito da dengue e com o carrapato estrela da febre maculosa, por exemplo, muitos ainda acreditam que este tipo de mosca não oferece agravo à saúde humana e que sua presença é apenas incômoda. Em períodos de primavera-verão, várias residências em cidades como Promissão (SP), chegam a receber uma média de 200 moscas diariamente. “Trata-se de uma questão de impacto ambiental, decorrente da insuficiência ou ausência no manejo de resíduos orgânicos de origem animal e vegetal, que precisaria ser melhor gerenciada”, adverte a bióloga Angela Mingozzi Martins dos Santos. Há mais de 10 anos ela desenvolve trabalhos nesta área, tendo ocupado postos na Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), conhecendo de perto o problema.

Residências em Promissão
chegam a receber 200 moscas por dia

As análises realizadas nas mais diversas situações permitiram que Angela desenvolvesse uma tese de doutorado para contribuir no âmbito das políticas públicas. Intitulada “Gerenciamento ambiental para controle de Musca domestica L. (Díptera: Muscidae) e Chrysomya megacephala (Fabricius) (Díptera: Calliphoridae) em assentamentos urbanos paulistas”, a pesquisa foi orientada pelo professor Ângelo Pires do Prado. A proposta envolve uma metodologia que toma como base uma área de diagnóstico ambiental, na qual registra a distribuição e localização geográfica dos principais centros de criação e dispersão de moscas de importância sanitária.

Em sua maioria, esses centros de dispersão consistem em atividades de saneamento básico ou produção e processamento animal e vegetal que geram, mensalmente, toneladas de resíduos orgânicos. Ao embasar sua proposta, a bióloga fez uma radiografia do município de Promissão. “Tinha conhecimento da situação da cidade pela minha experiência na Sucen e sabia que serviria de base para minha pesquisa”, explica a bióloga, lembrando que Promissão tornou-se famosa nas décadas de 70 e 80 pela quantidade de granjas poedeiras.

Fez parte de trabalho de Angela dos Santos propor intervenções para o controle das moscas no município, após ter estabelecido a relação entre a distância dos centros dispersores, as áreas do assentamento urbano de maior infestação e a qualidade do manejo e gerenciamento dos resíduos orgânicos. Nesta etapa, ela fez uso de imagens de satélites obtidos pelo GPS e de conceitos de gerenciamento de projetos, ferramentas úteis para identificar o raio de ação das medidas de controle e construir o programa de controle adequado à realidade local.

As armadilhas para analisar o nível de infestação foram instaladas em residências onde não se usavam inseticidas nem telas nas janelas. Repetidas vezes, durante o verão, as armadilhas permaneceram na cozinha das casas durante uma semana, sendo os níveis de infestação classificados como intoleráveis, insatisfatórios, elevados e toleráveis. Com seu trabalho, a bióloga pretende estimular o gerenciamento da prevenção feita pelo município ao longo de todo o ano, e não apenas as ações pontuais em períodos de infestação.

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