Graduação amplia assistência estudantil

Investimentos em programas destinados a ações na área somaram R$ 80 milhões

A Graduação da Unicamp experimentou uma fase de expansão no quadriênio 2005-2009, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. A principal conquista do período foi a oferta de 480 novas vagas no vestibular, consequência da criação da Faculdade de Ciência Aplicadas, instalada no novo campus de Limeira (leia na página 4). Além desta, outras ações empreendidas pela instituição contribuíram igualmente para ampliar o grau de excelência do setor, entre as quais a consolidação do Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (Paais), a ampliação dos investimentos nos programas de assistência estudantil, que somaram R$ 80 milhões, e o maior aporte de recursos para obras de infraestrutura voltadas diretamente ao ensino, no valor de R$ 3 milhões.

Instituído em 2004 e implantado a partir do vestibular de 2005, o Paais foi objeto de avaliação já no ano seguinte ao seu advento. De acordo com as análises empreendidas, os alunos contemplados pelo programa haviam apresentado desempenho superior ao dos demais colegas em 31 dos 56 cursos considerados. Os números apurados demonstraram que é possível promover inclusão social adotando modelo alternativo àqueles propostos pelo sistema de cotas. O maior mérito do programa tem sido aliar inclusão social com mérito acadêmico. Assim, os estudantes que tenham cursado todo o ensino médio em escolas públicas recebem 30 pontos adicionais na nota final da segunda fase. Além disso, os candidatos autodeclarados negros e indígenas que também sejam procedentes da rede pública recebem outros 10 pontos.

Graças aos critérios estabelecidos pelo Paais, a proporção de alunos oriundos de escolas públicas matriculados na Unicamp tem experimentado crescente evolução. Uma comparação entre 2004 e 2008 é reveladora nesse sentido. No primeiro ano, esse grupo representava 28% do total de ingressantes. Quatro anos depois, o percentual subiu para 32,8%. Situação semelhante pode ser verificada em relação aos aprovados no vestibular que se declararam negros e indígenas. Em 2004, eles respondiam por 11,6% dos admitidos. Em 2008, já equivaliam a 14,6%, o que representa um crescimento da ordem de 33%. Um exame das faixas de renda familiar dos calouros contraria a percepção relativamente generalizada de que os estudantes da Universidade pertenceriam a famílias privilegiadas em termos socioeconômicos.

Nos cursos noturnos, por exemplo, 57% dos alunos integram famílias cuja renda mensal é inferior a três salários mínimos, o que equivale a R$ 1.395,00. No conjunto de matriculados, considerando os cursos noturnos e de período integral, 8,5% vêm de famílias com rendimentos menores do que três mínimos. Um importante fator que complementa o esforço em favor da inclusão social é o programa de isenção da taxa de inscrição do vestibular para jovens de menor poder aquisitivo. Em 2008, 5.769 candidatos foram beneficiados pela medida, o dobro do número registrado no período imediatamente anterior à implantação do Paais.

Ao mesmo tempo em que aumentou a oferta de vagas na Graduação e ampliou a presença de estudantes de baixa renda no seu quadro discente, a Unicamp também realizou investimentos expressivos na área da assistência estudantil, com o objetivo de criar melhores condições para a manutenção dos alunos na Universidade. Os programas foram contemplados com R$ 80 milhões no quadriênio 2005-2009. Destes, R$ 26,4 milhões foram destinados às diversas modalidades de bolsas, como a auxílio trabalho, alimentação, transporte, apoio didático etc. Em 2008, perto de um quinto dos alunos regularmente matriculados nos 58 cursos de graduação existentes contava com algum tipo de bolsa.

Ainda no contexto da assistência estudantil, a Unicamp oferece aos seus alunos o Programa de Moradia Estudantil (são cerca de 1.200 atendidos), alimentação subsidiada em quatro restaurantes universitários e atendimento médico-odontológico por meio do Centro de Saúde da Comunidade (Cecom). Ademais, a Universidade mantém o Serviço de Apoio ao Estudante (SAE), órgão subordinado à Pró-Reitoria de Graduação, que disponibiliza aos interessados uma série de atividades de apoio nas áreas educacional, social, jurídica, psicológica e emergencial. O Serviço de Assistência Psicológica e Psiquiátrica ao Estudante (Sappe), por exemplo, tem atendido a uma média de 9.600 alunos ao ano.

Desde 2008, estão sendo investidos, com recursos do Planejamento Estratégico (Planes), R$ 3 milhões em infraestrutura de ensino, com o objetivo de aprimorar as atividades nas faculdades, institutos e colégios técnicos. Os recursos têm sido aplicados na reforma de salas de aula, expansão de rede de informática e multimídia e aquisição de novos mobiliários, sistemas de climatização e equipamentos em geral. No plano acadêmico, os esforços são na direção da criação de um projeto-piloto de novas disciplinas que integrem as grandes áreas do conhecimento, criação de oficina de planejamento de ensino a distância, instituição de projeto-piloto de curso a distância para ensino de línguas, entre outros.

Iniciação científica
Na Unicamp, os alunos de Graduação tomam contato com as atividades relacionadas à pesquisa desde os primeiros anos de estudo. O Programa de Iniciação Científica mantido pela instituição constituiu-se em iniciativa fundamental ao avanço da qualidade desse nível de ensino. Realizado anualmente pelas pró-reitorias de Pesquisa e Graduação, o Congresso de Iniciação Científica da Unicamp oferece um panorama do volume e da qualidade dos trabalhos realizados pelos estudantes. Em 2008, a 16ª edição do evento reuniu 1.178 estudos, distribuídos em cinco grandes áreas do conhecimento: Artes (61 trabalhos), Biomédicas (306), Exatas (223), Humanas (234) e Tecnológicas (354). Vários trabalhos trouxeram contribuições relevantes às linhas de pesquisas às quais estavam vinculados. Os 20 melhores receberam um prêmio em dinheiro no valor de R$ 3 mil cada um.  

Nos últimos quatro anos, a Unicamp, por intermédio das unidades de ensino, também deu especial atenção às atividades das 18 empresas juniores instaladas nos seus campi.  Dirigidas por alunos de Graduação, mas supervisionadas por professores, elas estimulam o empreendedorismo e contribuem para aproximar os estudantes do mercado de trabalho. Um requisito importante é que os projetos desenvolvidos pelas EJs tenham relação com as atividades curriculares de seus integrantes. Levantamento realizado recentemente revela que somente na região de Campinas mais de uma centena de empresas de pequeno e médio portes, a maioria pertencente à área de tecnologia, têm entre seus dirigentes ex-alunos da Universidade.

O grau de excelência alcançado pelo ensino de Graduação da Unicamp pode ser medido, entre outros indicadores, pela inserção no mercado de trabalho dos profissionais formados pela instituição. Levantamento por amostragem realizado por ocasião do I Encontro de Ex-Alunos da Unicamp, em novembro de 2006, demonstrou que dos cerca de 40 mil ex-alunos que a Universidade tinha na época, 88,2% estavam empregados. Destes, 48,3% ocupavam cargos de direção em empresas ou em instituições públicas.

MAIS

* A Unicamp estendeu o exame para outros cinco municípios de São Paulo: Mogi Guaçu, São Bernardo do Campo, São Carlos, Sumaré e Valinhos.

* Foram feitos investimentos em recursos físicos e didático-pedagógicos. Foi concluída a construção do Bloco C do Ciclo Básico II.

* Foram empreendidos esforços para modernizar e acelerar os processos operacionais que envolvem o ensino de Graduação. O sítio da Diretoria Acadêmica foi reformulado e ganhou mais conteúdo.

* Cerca de 210 mil estudantes do ensino médio, principalmente de escolas públicas, aproveitaram as quatro edições da UPA para conhecer laboratórios, bibliotecas e unidades de ensino da Universidade.