Doença de Chagas continua negligenciada 111 anos após sua descoberta

Edição de imagem

Em 2019, a 72ª Assembleia Mundial de Saúde instituiu o dia 14 de abril como Dia Mundial da Doença de Chagas. A escolha é alusiva à 14 de abril de 1909, quando Carlos Ribeiro Justiniano Chagas, médico sanitarista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), descobriu a infecção pelo Trypanosoma Cruzi numa menina de dois anos chamada Berenice Soares de Moura, em Lassance, MG.

A mãe informou que a criança havia sido sugada por um inseto “barbeiro”, identificado popularmente por este nome pelo hábito de picar o rosto das pessoas enquanto dormiam. Os sintomas apresentados foram os mesmos dos animas observados no laboratório. Berenice foi considerada o primeiro caso clínico humano da doença e morreu aos 75 anos, não pela infecção do Tripamossoma Cruzi.

Estima-se  que há aproximadamente 6 milhões de pessoas com Chagas no mundo e 1,5 milhões no Brasil. O Ministério da Saúde incluiu em 2020, por meio da Portaria nº 264, a forma crônica da doença de Chagas na lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de serviços de saúde públicos e privados em todo território nacional.

De acordo com Eros Antonio de Almeida, professor do Departamento de Clínica Médica da FCM e membro do Grupo de Estudos em Doença de Chagas (GEDoCh) do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, apesar de 111 anos da sua descoberta, a Doença de Chagas ainda continua na lista das doenças negligenciadas segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Temos um número alto de pacientes crônicos no Brasil e um novo cenário de transmissão oral do Trypanosoma cruzi. O objetivo deste dia [14 de abril] é estimular a conscientização, informar e dar visibilidade em nível mundial dos desafios que ainda envolvem esta doença: melhoria do acesso ao diagnóstico, tratamento, avanço de pesquisas, medicação e atenção integral às pessoas afetadas pela doença de Chagas. Isso poderá contribuir, se não houver subnotificação dos casos, para um quadro mais preciso do número de pessoas com doença de Chagas”, explica Eros.

O ambulatório de doença de Chagas e o Grupo de  Estudos em Doença de Chagas-GEDoCh do HC da Unicamp mantém uma equipe de saúde com médicos docentes, assistente social, enfermeira, alunos de graduação e pós-graduação. Este dia, para eles, é uma conquista que vem reforçar a necessidade de enfretamento dos desafios e a superação da negligência com relação à doença e as pessoas por ela afetadas.

“Inicialmente, preparamos uma programação de atividades para o mês de abril em comemoração ao Dia Mundial da Doença de Chagas. Entretanto, devido a pandemia provocada pelo coronavírus, o GEDoCh, o Serviço Social do HC e a Associação de Pessoas com Chagas de Campinas e Região-ACCAMP optaram em adiar essas atividades. Assim que possível, divulgaremos a nova programação”, explicou Ana Maria de Arruda Camargo, assistente social do HC.

GEDOCH – Grupo de Estudos em Doença de Chagas
Fones: (19) 3521-7491, 3521-7880

Matéria publicada no site da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. 

Leia mais sobre doença de Chagas:

Parasitas da leishmaniose e da doença de Chagas circulam em distritos de Campinas

Doenças negligenciadas são alvos de novas ações na Unicamp e no Brasil

Pesquisa associa polpa do açaí à transmissão da doença de Chagas

'Bunker tecnológico' mapeia pontos fracos de parasito causador da Doença de Chagas


Imagem de capa
Homem branco de olhos azuis e cabelos castanhos

twitter_icofacebook_ico

Atualidades

A honraria foi aprovada por unanimidade pelo plenário da Câmara Municipal de Campinas 

As instituições são avaliadas a partir de cinco critérios: qualidade do ensino, pesquisa científica, mercado de trabalho, inovação e internacionalização

O professor de Direito Internacional  da Unicamp Luís Renato Vedovato foi o convidado do videocast Analisa, uma produção da Secretaria Executiva de Comunicação

Cultura & Sociedade

O coral leva um repertório de música popular brasileira, com as canções da parceria Toquinho e Vinícius, e o samba paulista de Adoniran Barbosa

Para o pró-reitor, Fernando Coelho, a extensão deve ser entendida como “o braço político do ensino e da pesquisa”