Edição nº 662

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Jornal da Unicamp

Baixar versão em PDF Campinas, 04 de julho de 2016 a 31 de julho de 2016 – ANO 2016 – Nº 662

Jornal da Unicamp migra para a plataforma digital

Prestes a completar 30 anos, o JU passará a ser publicado
exclusivamente na versão on-line a partir de 1º de agosto

Prestes a completar 30 anos de atividades, o Jornal da Unicamp, cuja primeira edição data de setembro de 1986, passará a ser publicado exclusivamente na versão on-line a partir de 1° de agosto. A mudança acompanha tendência mundial da imprensa de conferir mais agilidade à divulgação das notícias e de atingir novos públicos, sem as limitações impostas pela plataforma papel. Um aspecto que não sofrerá alteração é o compromisso do JU de tornar pública, com qualidade e precisão, a produção científica da Universidade.

A publicação do jornal unicamente em plataforma digital foi decidida no contexto da criação, pelas instâncias colegiadas da Unicamp, da Secretaria de Comunicação (SEC) da Unicamp, em fase de implantação, e da reformulação do Portal da Unicamp, igualmente em elaboração. A principal missão da Secom será formular uma nova política de comunicação para a Universidade, com vistas ao estreitamento do diálogo entre instituição e a sociedade.

Nesse sentido, uma das atribuições da Secom será promover a integração das mídias operadas pela Unicamp, conferindo assim maior eficiência e amplitude ao trabalho de divulgação das atividades nas áreas de ensino, pesquisa e relações com a sociedade. Já o novo Portal da Unicamp, previsto para entrar no ar em outubro, apresentará layout atualizado, será responsivo, contará com novas funcionalidades e oferecerá melhor navegabilidade aos usuários. O trabalho de reformulação do Portal está sendo conduzido desde o último mês de maio por profissionais da Assessoria de Comunicação e Imprensa (Ascom).

De acordo com o coordenador da Ascom, jornalista Clayton Levy, a publicação do JU exclusivamente na versão on-line obedecerá a duas etapas. Na primeira, o jornal será mantido com o atual modelo, que é uma variante digital da versão impressa. “A segunda fase ocorrerá assim que o novo Portal da Unicamp entrar no ar. O Jornal da Unicamp virá totalmente repaginado e passará a contar com domínio próprio. A ideia é explorarmos ao máximo as possibilidades oferecidas pela plataforma digital, como a inclusão de mais fotos, infográficos e ilustrações, de modo a tornar as reportagens ainda mais informativas e atraentes”, adianta Levy.

O coordenador da Ascom observa que a migração do papel para o digital tem sido uma tendência adotada por diversas publicações mundo afora, entre elas Jornal do Brasil (Brasil), The Independent (Reino Unido) e El País (Espanha), para ficar em somente três exemplos. Em todos os casos, os projetos de transição seguiram a premissa de valorização e dinamização do conteúdo, com o propósito de alcançar públicos significativamente maiores. “O JU circulava semanalmente com 6 mil exemplares. A sua versão digital não será limitada pela tiragem. O jornal poderá ser acessado por qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, a partir do notebook, tablet ou celular”, pontua Levy.

O uso da tecnologia digital conferirá, ainda, maior agilidade ao jornal, como assinala o coordenador da Ascom. Anteriormente, o JU tinha periodicidade semanal. Na segunda etapa de seu novo modelo, a ser implantada em outubro, as notícias e reportagens serão atualizadas diariamente. Isso permitirá que a Unicamp leve informações “quentes” à sociedade sobre suas atividades, a pesquisa em particular. Ao longo dos últimos 30 anos, o Jornal da Unicamp se consolidou como um veículo institucional de divulgação científica de elevada credibilidade, tanto junto à comunidade especializada, quanto ao público mais amplo.

O reitor da Unicamp, professor José Tadeu Jorge, considera que, depois de três décadas sendo referência na divulgação de notícias relacionadas às atividades da Universidade, notadamente a produção do conhecimento novo, o JU ingressa num novo patamar de atuação, mais atualizado e mais compatível com as exigências dos leitores. “Apresentar as notícias sobre a Unicamp em mídia digital representa um avanço. Com a mudança, a Unicamp acompanha uma tendência mundial, sem abrir mão da qualidade e do compromisso com a divulgação da ciência. Ao contrário, essa tarefa poderá ser feita de maneira muito mais completa, profunda e ágil, o que certamente levará mais pessoas a conhecerem nosso trabalho e nossos resultados”.

Graças à confiabilidade adquirida, o JU se transformou em um “disparador de notícias” para a mídia em geral, numa expressão cunhada pelo jornalista e escritor Eustáquio Gomes, profissional que implantou a Ascom e que foi o editor responsável pelo jornal por 13 anos. A constatação de Gomes veio do fato de as redações de rádios, jornais, revistas, TVs e sites do Brasil e do exterior entrarem em contato com a Ascom logo após receberem a edição do Jornal da Unicamp, interessadas em repercutir as suas reportagens, que versam sobre temas relacionados às diferentes áreas do conhecimento.

Tais características, conforme o coordenador da Ascom, serão mantidas na publicação digital, observadas obviamente as especificidades deste meio. “A plataforma a ser utilizada é importante, mas mais importante é a maneira como a informação é trabalhada. Nosso compromisso é utilizar os recursos oferecidos pelo ambiente eletrônico para qualificar ainda mais a divulgação da produção científica da Universidade”, reforça Levy.

“A linha editorial, marca registrada da publicação, assim como a prospecção de temas, que contempla pesquisas de todas as áreas da Universidade, serão mantidas. No campo das pautas, sobretudo a partir de outubro, quando o novo formato será implantado, teremos ganhos significativos. Poderemos abordar e repercutir, diariamente, temas candentes e que mereçam abordagens analíticas, outra marca do Jornal da Unicamp”, afirma Álvaro Kassab, editor responsável pelo JU há 14 anos.   

Levantamento realizado pela Boxnet, empresa especializada em gestão da informação, revela que no período de 11 de novembro de 2015 a 20 de junho de 2016 foram veiculadas nas mídias classificadas como tradicionais (impresso, rádio, TV, web) 21.023 matérias jornalísticas sobre a Unicamp, sendo o JU uma das fontes deflagradoras do interesse dos veículos de comunicação em repercutir temas relativos às atividades da Universidade.



Eustáquio Gomes concebeu publicação 

A criação do Jornal da Unicamp foi liderada pelo jornalista e escritor Eustáquio Gomes, então coordenador da Assessoria de Comunicação e Imprensa (Ascom) da Universidade. A primeira edição, de periodicidade mensal, circulou em setembro de 1986. Antes do Jornal da Unicamp, a instituição contou com duas publicações, respectivamente os boletins Unicamp Notícias e A Semana, este último incorporado pelo JU.

Gomes tinha um apreço especial pelo JU. Durante muitos anos, participou das reuniões de pauta e ofereceu sugestões e considerações sobre temas a serem transformados em reportagens. O jornalista tinha profundo conhecimento institucional, principalmente acerca de docentes e suas linhas de pesquisa. Embora gostasse de variados assuntos, tinha especial predileção pelas matérias na área das Ciências Humanas.

Em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à Universidade, Gomes recebeu, em dezembro de 2012, o título de servidor emérito da Unicamp, em cerimônia presidida pelo então reitor Fernando Costa, na residência do homenageado, que convalescia de um acidente vascular cerebral. O jornalista faleceu em 31 de janeiro de 2014, enquanto dormia.

Gomes nasceu no povoado de Campo Alegre, no oeste de Minas Gerais, em 1952. Filho de lavradores, contou com a ajuda de amigos para realizar seus primeiros estudos, inicialmente na cidade de Luz (MG) e depois em Assis (SP). Posteriormente, bacharelou-se em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).

Mais tarde, tornou-se mestre em Letras pela Unicamp. Sua dissertação teve como tema os modernistas de província. Como jornalista, trabalhou em jornais do interior, principalmente nos diários de Campinas. Atuou, ainda, nas áreas de comunicação das empresas Bosch do Brasil e White Martins. Como colaborador regular do campineiro Correio Popular, publicou cerca de 800 crônicas, além de reportagens especiais, entrevistas culturais e outros textos.