..............Campinas, 23 a 29 de julho 2001

Fila, demora e, em muitos casos, facilidade, expectativa. Esses são os impactos causados pela mudança proposta no transporte fretado de funcionários da Unicamp. Desde o dia 16 de julho, os motoristas repetem, às 17h30, o mesmo serviço que é oferecido na chegada dos funcionários, às 8h30, buscando-os em pontos próximos à sua unidade. Os 23 veículos que fazem o trajeto 1 partem às 17h35 da Avenida Érico Veríssimo e saem pela guarita da Avenida Adolfo Lutz, próxima à FCM. Com ponto de partida na Avenida Cecília Meirelles, as 40 linhas que fazem o trajeto 2 saem pela guarita da Avenida Roxo Moreira, em direção a Barão Geraldo. Com a proposta de fazer com que todas as linhas atendam o sistema educativo, os dois trajetos percorrem a Avenida Cecília Meirelles. “O intuito do projeto é evitar que o funcionário tenha de se deslocar de sua unidade até o ponto de ônibus”, informa o funcionário da Prefeitura Carlos Alberto Silva.

O novo sistema está em fase de experiência e faz parte dos projetos de melhoria da Prefeitura do campus. Uma das criadoras do projeto, Sueli Marli Ribeiro lembra que todo processo de mudança exige um período de adaptação, por isso a equipe está atenta a todos os erros e acertos conseqüentes do novo sistema e está aberta a ouvir críticas e sugestões. A primeira falha observada pela equipe foi solucionada no segundo dia de teste do projeto. O encontro dos dois trajetos no ponto localizado em frente ao Banco Real acarretou problemas no tráfego de veículos na Avenida Oswaldo Cruz. Como solução, o ponto foi transferido para a Rua João Pandiá Colágeros, ao lado do banco. A proposta é fazer as adaptações necessárias antes do início das aulas em agosto.

Maior facilidade para algumas mães que utilizavam duas vezes o circular interno da Unicamp no horário de saída. Um para se deslocar da unidade para a escola e outro para ir da escola ao ponto de ônibus que, em grande parte dos casos, encontrava-se no sentido oposto da escola. Prático também para funcionários especiais, com dificuldade para se locomover e que precisavam atravessar a universidade para chegar ao ponto de partida. Porém, o novo sempre assusta e funcionários como Miriam Cristina Alves estão preocupados com o tempo perdido dentro do ônibus ou na espera do transporte. “Algumas pessoas ficam muito tempo dentro do ônibus, e outras muito tempo com a criança no colo. Minha amiga chegou a ficar 45 minutos carregando a criança”, declara. Apesar da preocupação em atender as escolas, na opinião de algumas mães que utilizam o trajeto 2 (que parte de trás das escolas), o tempo de permanência dentro do ônibus causa irritabilidade na criança.

A preocupação da funcionária da Editora da Unicamp Sirleide Rios Vitor, privilegiada com o novo sistema por ter um ponto de ônibus tanto perto de seu local de trabalho quanto da escola, é com os dias de chuva, pois teria de esperar seu ônibus percorrer o campus com a filha Beatriz no colo. Outra questão a ser esclarecida, na opinião de Sirleide, apesar do fácil acesso, é com os horários de partida (17h35) que obrigariam recreacionistas, professoras e diretoras a deixar a escola mais cedo. “Como vamos fazer para deixar o trabalho mais cedo?”, questiona.
Sem dúvida, o aspecto positivo apresentado pelas duas funcionárias é o de acesso ao ponto e a desobrigação de tomar dois circulares internos para chegar ao ponto do ônibus fretado. “É muito mais tranqüilo porque eu tinha de sair muito cedo da unidade e acabava chegando atrasada na creche”, reflete. Na opinião de Monira M. S. Tallo, funcionária do Hemocentro, a equipe poderia pensar no enxugamento dos pontos para facilitar o tráfego e reduzir o tempo do trajeto.

O transporte fretado da Unicamp atende atualmente 1.900 funcionários. Desses, 1.300 utilizam linhas do trajeto 2 e 600, do trajeto 1. Segundo José Nilton da Silva, a maior parte da equipe de fiscais da prefeitura está envolvida no projeto, orientando usuários e motoristas no horário de saída. Os fiscais estão concentrados nos pontos mais críticos. Sob o ponto de vista da equipe, estes pontos são o do Banco Real, do Instituto de Computação, da Praça da Paz e do Instituto de Estudos da Linguagem. Para a realização do projeto foi realizado um levantamento de funcionários que utilizam o serviço. Os trajetos foram definidos a partir dos cadastros.

Assim que for defitivamente aprovado, a Prefeitura providenciará a construção de abrigos nos pontos. Até o momento, segundo José Nilton, 93% dos pontos são cobertos. As sugestões para aprimoramento do projeto são recebidas por meio dos ramais 84488, 85050, 84489 e 84625. Quem desejar pode acessar a página da Prefeitura para apresentar novas idéias. O endereço é www.prefeitura.unicamp.br.