Unicamp Hoje - O seu canal da Noticia
navegação

Unicamp Hoje. Você está aquiAssessoria de ImprensaEventosProgramação CulturalComunicadosPublicações na Unicamp

ciliostop.gif (380 bytes)
Jornal da Unicamp

Assine o "Jornal da Unicamp"

Semana da Unicamp

Divulgue sua
pesquisa

Assine o "Semana"

Divulgue seu assunto

Divulgue seu evento

Outros Campi

Divulgue sua Tese

Cadastro de Jornalistas

Informações
para jornalistas


Mídias

Sinopses dos jornais diários

Envie dúvidas e sugestões

ciliosbott.gif (352 bytes)
Assessoria de Imprensa
ramais: 87018 e 87865
rcosta@obelix.unicamp.br

..............Campinas, 18 a 24 de junho 2001

Unicamp
Unicamp
...Mérito - pág. 2  ...Oportunidades - pág. 7
...Homenagem- pág. 2...Eventos futuros - pág. 7
...Saúde - pág. 3...Teses - pág. 8
...Solidariedade - pág. 4...Inauguração - pág. 9
...Curso e Ecologia - pág. 4...Energia - pág. 9
...Painel da semana - pág. 5...Cultura e Breves - pág. 10
...Em dia - pág. 6...Humanidade - pág. 11
...Inscrições - pág. 6...Personagem - pág. 12
Unicamp
....PERSONAGEM
Unicamp
Curta resgata talento de Germano Mathias


Pode até me dar pancada/que eu não digo nada/porque o meu fraco é mulher/Eu esqueço tudo, tudo/até mesmo obrigação/uma mulher bonita faz parar meu coração/Fecha língua de trapo/diga lá o que quiser/mais franqueza no meu taco/ porque meu fraco é mulher”.


Os versos são de um samba do cantor e compositor paulista Germano
Mathias, sucesso na década de 50, inserido no curta-metragem O Catedrático do Samba, produzido pelo professor Paulo Bastos Martins, do Departamento de Multimeios do IA/Unicamp, que recentemente conquistou dois prêmios no 6° Festival Brasileiro do Cinema Universitário. Promovido pelo Centro de Artes da Universidade Federal Fluminense e Centro Cultural Banco do Brasil, o filme, colorido, produzido em 16 mm, tem 23 minutos e mostra particularidades de um dos maiores sambistas que o Brasil já teve.

Ao lado de intérpretes e compositores como Noel Rosa, Cartola, AdoniramBarbosa, Paulo Vanzolini, Talismã, Zeca da Casa Verde e tantos outros, Germano Mathias (ele faz questão do “h” no nome), com seu estilo particular e irreverente de fazer um “samba sincopado, ou não”, ajudou a escrever a história do samba paulista e, por extensão, da música popular brasileira.

O filme, financiado pela Faep, é resultado do Projeto “Forma e Conteúdo em Cinema”, com o objetivo de mostrar, mesmo que não se pretenda usar uma forma não linear de montagem para conseguir transmitir o conteúdo, a mensagem almejada. Entre pesquisa e todo o processo de produção do filme, Paulo Bastos diz que foram dois anos e meio de trabalho intenso. O projeto inicial de O Catedrático do Samba, que teve a coordenação geral de Bastos, contou ainda com a participação de dois alunos de mestrado do IA — Noel Carvalho e Alessandro Gamo. A montagem esteve sob a responsabilidade de Eduardo Kishimoto. Todo o resto da equipe é de alunos do Departamento de Multimeios do IA/Unicamp e da Eca/Usp. “Foram Alessandro e Gamo que propuseram o tema Germano Mathias e nós achamos que de fato era um tema bastante apropriado para comprovar o que a pesquisa tinha concluído”, diz Bastos Martins.

O Catedrático do Samba começa e termina com Germano Mathias caminhando pela movimentada calçada da Praça da Sé em São Paulo, enquanto ao fundo vem o som do repique de uma tampinha de lata de graxa (tocada pelo próprio Germano) e, às vezes, um pandeiro. Instrumentos que integravam o grupo que o acompanhavam e ele tocando na sua tampinha. E o cantor e compositor vai contando sua vida. Lembra o início de tudo com os engraxates na Praça da Sé.

“O som que tiravam de uma simples latinha de graxa de sapatos era uma coisa muito forte naquela época, décadas de 40 e 50”, observa o professor. Ele diz, por exemplo, que Germano Mathias ficava encantado quando via os engraxates batendo nas latinhas, enquanto engraxava os sapatos dos fregueses. Acostumou-se e, por fim, acabou virando um “especialista”, como ele mesmo diz, em tirar sons ritmados batendo numa dessas latinhas.

Com bonitas tomadas do cantor em meio aos arranha-céus da cidade de São Paulo, ele vai contando casos pitorescos e os principais momentos de sua vida de artista. Numa roda de samba de bar, rodeado de amigos instrumentistas, Germano Mathias mostra alguns de seus sucessos mais conhecidos. Como Guarde a Sandália Dela e O Escurinho — com o qual ganhou o Prêmio Roquete Pinto, na década de 50. Com o tempo, o chapéu, os sapatos brancos, confeccionados com couro de bezerro, e as roupas quase sempre muito coloridas foram incorporando ao estilo muito próprio de se vestir. “Eu uso chapéu, ó, bem malandreado. Além do chapéu, sapatos bem lustrados e roupas bem tradicionais de sambista de antigamente”, diz o cantor numa entrevista concedida a Assis Angelo. A estrela de Germano parece que começa a brilhar outra vez. A mídia parece tê-lo redescoberto depois do filme do professor Paulo Bastos. Abriu-lhe as portas para a televisão. Apareceu no programa do Jô Soares, na Globo, no Passando a Limpo, da TV Record do Boris Casoy, e no Zoom da TV Cultura.

O compositor paulista costuma dizer que sua voz é uma voz pequena, invocada. “A minha voz tem cinco ‘f’’, ou seja, é fina, feia, fraca, fedegosa e fulêra. Quer dizer, com todos esses ‘f’ não dá para arriscar outro gênero musical não, além do sambinha aí meio feijão-com-arroz”, diz irônico. Germano Mathias é um artista que ganhou muito dinheiro com a venda de disco e shows. Até 1992 havia gravado 17 LPs e vários compactos, além de discos de 78 rpm. Hoje vive modestamente num prédio em Parada de Taipas, perto de Francisco Morato, em São Paulo. É casado com Nice e é avô de treze netos. Está com 67 anos.

 

 
 
 
 

© 1994-2000 Universidade Estadual de Campinas
Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP
E-mail:
webmaster@unicamp.br